Auferre, trucidare, rapere, falsis nominibus imperium; atque, ubi solitudinem faciunt, pacem appellant.
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19.12.07
Batendo só em chico
Bem, no caso da transposição (ou seria Transposição) do rio São Francisco, acho que um processo primo desse tá acontecendo, devido à relativa falta de atenção dada a duas ações governamentais diferentes, uma inegavelmente positiva, a outra, dependendo de a quem você perguntar, negativa.
A positiva é o programa um milhão de cisternas, que faz parte do Fome Zero, e é implementada pela Articulação pelo Semi-Árido, um esforço conjunto de diversas organizações. Esse programa, reconhecendo que o índice pluviométrico anual do semi-árido é equivalente ao de Londres, ao invés de abastecer as casas dos seus moradores com caros (tanto na implantação quanto na manutenção) e frágeis sistemas de desvio de águas distantes, ao invés disso constrói (com mão de obra local) cisternas de baixo custo, capazes de captar água da chuva, tratá-la, e guardar o bastante para abastecer uma família por oito meses. Já foram construídas, ao custo de 200 milhões, duzentas mil cisternas.
A que depende, mas certamente todos os críticos da transposição deveriam ver como negativa, é o conjunto de programas de irrigação tendo o rio como fonte de água. Esse conjunto, descontados os programas já existentes, pensando só nos que foram anunciados para os próximos cinco anos pelos governos estaduais e federal, ou estão em construção agora, deve drenar do Velho Chico mais de 10 vezes a quantidade de água a ser desviada pela transposição. A imensa maioria dessa água está destinada a suprir plantações comerciais para exportação. O único dos problemas com a transposição que não está presente, e em muito maior escala, em iniciativas correntes e que não chamam gritaria nacional, é justamente o que praticamente ninguém menciona quando ataca a transposição, que é o dano que água perene causa a ecossistemas que não estão acostumados com ela. Fora isso, a salinização da terra, o incentivo à concentração fundiária, a diminuição do nível do rio, tudo isso é igualzinho. Bem, igualzinho só que dez vezes (literalmente) pior.
12.12.07
11.12.07
Elogio da guerra I - manifesto da crueza
E, bem, pode até ser verdade. Mas fotos cruas dos mortos foram, em boa parte, o que fez com que os EUA perdessem a guerra do Vietnã. Não estou, aqui, repetindo a Dolchstosslegende pela qual os liberais teriam traído o exército americano; pelo contrário, inclusive a moral das próprias tropas americanas foi afetada pelo conhecimento melhor do que estava acontecendo. Tem gente para quem a barbárie é natural e apropriada.
Mas esse não é o caso da maior parte da população, numa sociedade pós-industrial, pós-disciplinar. O Globo não deixou de publicar as fotos porque isso seria apoiar a "guerra," afinal ele apóia a "guerra." Deixou de publicar porque elas, ao mostrar o que significa a retórica belicosa que se disseminou pela sociedade, chocariam. Acho que é disso que o Brasil precisa, no momento, e que nossa imprensa oligárquica definitivamente não vai mostrar. De ser chocado. De encarar frente a frente nossas My Lai.
29.11.07
Capitão Nascimento no Ibama
E, claro, os mais hardcore de todos, os ratos. Em tudo que é canto, acabando com todo mundo. Mas agora os humanos resolveram empreender um bombardeio aéreo contra eles. (A localização, que é deserta mesmo de outros bichos, ajuda.)
24.11.07
Condor do povo
23.11.07
A voz rouca das ruas
Não sei o que é mais engraçado, se a idéia de manifestações contra algo que ninguém diz que quer, ou se a idéia do PSDB (que tem alergia a povo) "convocando as ruas." Passeata dos cansados de novo?
Aliás, a cobertura do encontro pelo Valor - que entre outras coisas compara as teses apresentadas neste congresso com as de 1989 - junto com o editorial ironizando os arroubos democráticos do DEMo, prova mais uma vez que os dois jornais de porte mais "à esquerda" do Brasil são ele e o Jornal do Commercio. Bizarro.
20.11.07
Podia ser pior
Sempre é bom lembrar, lendo uma notícia dessas, que a floresta hiper-úmida do alto Amazonas, a maior parte da qual fica na Colômbia e no Peru, é bem mais densa e diversa, tanto em termos humanos quanto de ecossistemas, do que o resto da Amazônia.
19.11.07
Imoral e imbecil
Uma polícia que tenha como missão "invadir favela e deixar corpo no chão," como reza a música do BOPE, não é polícia. A missão de uma polícia é manter os estatutos legais. Até aí, apesar de tegiversar, até os apoiadores do BOPE concordam. Estamos numa "guerra," afinal, segundo eles. A questão é que ter como missão atingir o maior número e status de mortos possíveis não é sequer uma estratégia de guerra inteligente. É pensamento de sargento, não de general. A noção da guerra de atrito não se aplica a conflitos de baixa intensidade; por maior que seja a mortandade praticada pelo BOPE, sem o uso de bombardeio indiscriminado ela nunca vai se equivaler ao crescimento populacional das favelas (e, pela dinâmica do tráfico, esse crescimento é o único limite para a substituição de "soldados").
Claro que a compreensão do que é praticado como uma guerra de atrito retorna, também, à questão moral. Afinal, se o Brasil está empreendendo uma guerra de atrito contra as favelas...
9.11.07
Globalização democrática
8.10.07
Ação Afirmativa Hindu II
O programa, como descrito na Economist, apresenta bem tanto as virtudes como os defeitos da ação afirmativa em geral. Ao contrário do alegado pelos Alis Kaméis da vida, os beneficiados pela AA não sofrem a mais com o preconceito, e têm desempenho até superior ao dos outros. Por outro lado, a AA não beneficia os mais excluídos, mas uma parcela de classe média entre os representantes dos grupos (etnia/casta/raça/gênero) discriminados. Na Índia, essa parcela é ínfima, e a AA, afetando o setor formal (pequenas empresas pra cima), só afeta uns 2% da população empregada.
E - mas aí só é um problema para quem tem uma posição política específica - a AA estimula a atuação política baseada nesses grupos de pertença, ofuscando de certa maneira a importância das disparidades de classe.
7.10.07
5.10.07
Reis filósofos
Ora, não sou de modo algum favorável ao troca-troca partidário. Isso apesar de duas ressalvas: que, como o Renan Calheiros, ele só é condenado quando está do lado errado; e que os políticos que o praticam, na imensa maioria, são políticos apolíticos, pra quem a sigla do partido é francamente irrelevante de qualquer jeito. E na maioria ele ocorre entre partidos que são praticamente iguais mesmo. (Fora um estar na oposição e o outro no governo, alguém sabe a diferença entre o DEMo e o PR ou o PP?) Acho que os ilustres deputados afetados pela medida são todos uns bandidos mesmo, salvo exceção.
Mas isso não justifica que o Supremo tome pra si o atributo de criar as regras, como cada vez mais o fazem, seguindo o exemplo, os juízes brasileiros em geral. Que o Judiciário na prática, através da jurisprudência, tem algum papel legiferante, é normal no mundo inteiro. Que ele se imponha, nessa criação do arcabouço legal, ao legítimo poder Legislativo, com a desculpa da "opinião pública" dada pelo Marco Aurélio de Mello, é surrealista. Temos um poder absolutamente superior aos outros, que toma decisões legislativas, regulatórias e administrativas, que foi eleito indiretamente. Se os ministros querem ser políticos e ouvir a opinião pública, deviam tentar se eleger.
Diga-se de passagem, esse "clamor público" alegado, neste caso como no precedente invocado pelo Marco Aurélio de Mello, não reflete o "público" no sentido imaginado da voz das ruas, do povão, mas uma parcela pequena da população. Acho que "o clamor dos grandes grupos de mídia e da classe média alta" teria menos impacto. "Clamor dos cansados," talvez?
25.9.07
Palavras criminosas
Ora, o mesmo código penal tipifica, em seu artigo 243, a tortura como crime. Ou seja, a apologia da tortura é crime. Não seria de se perguntar, então, se toda a "bancada da bala" do congresso nacional, mais os produtores do "filme mais quente do ano," e o pessoal da série 24H se visitar de novo o Brasil, não precisariam passar de três a seis meses na cadeia? Aliás, tortura é crime, só pra avisar, com punição mais pesada do que a do consumo (porte) de drogas, ou seja, pela lógica a sua apologia também deveria ser considerada mais grave.
A propósito: os governos nacional e estadual prevêem a "pacificação" do Morro da Providência. PQP, "pacificação"? Não tinha palavra menos nazi pra usar não? Tipo, eu sei que é uma ação colonial, que vai morrer gente (desculpas, gente não, preto e pobre) a rodo, mas...precisava ser tão explícito?
18.9.07
Nottingham PD
Tá, o artigo do Benjamin Steinbruch (que ganhou de presente a CSN e a Vale) no Estadão de Hoje, reclamando das favelas que atrapalham as linhas férreas dele, não fala exatamente disso, já que as ditas favelas invadiram área que era do governo, antes de ser dada a ele Steinbruch. Mas em geral, nunca vi nenhum "liberal" falando contra grandes obras de infraestrutura, do tipo que fatalmente envolve grandes áreas desapropriadas, nem contra esquemas de "revitalização" que incluem a desapropriação de áreas para entregar a investidores privados.
Outro exemplo de novilíngua divertido é essa de plantações de eucalipto serem "reflorestamento." Arrã.
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Marco Aurélio de Mello afirmou que deixaria Cacciola fugir. De novo. Acho que ninguém mais tem uma visão tão clara, tão límpida sobre como a Justiça brasileira é só pra pobre quanto o ilustríssimo ministro.
13.9.07
Democracia de marfim
Impossível não lembrar do artigo em questão (e do livro ligado acima) ao ler esse outro artigo, sobre como o MIT está tentando (ainda que de maneira tímida) reverter a regra pela qual 90% da pesquisa beneficia 10% da humanidade.
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Shana tová de novo! E como também é o ano novo (aliás, o ano 2000) copta, um artigo sobre a inflação na Etiópia pra todas as (3?) pessoas que lêem este blógue.
12.9.07
Regra 34 avant la lettre
Assusta até o Hitler!
A regra 34 da Internet reza que existe uma versão pornô disso na Internet, pra qualquer valor de "isso." Aliás, se você inventar alguma coisa agora mesmo, existe uma versão pornô dela, com pelo menos 3 sites. Digamos, hentai hermafrodita dos ursinhos carinhosos ciborgues.
Bem, pelosvisto a regra 34 é anterior à internet e mais radical ainda do que se pensava. Digamos, "pornô israelense dos anos 60 ambientado em campos de prisioneiros nazistas."
It was one of Israel 's dirty little secrets. In the early 1960s, as Israelis were being exposed for the first time to the shocking testimonies of Holocaust survivors at the trial of Adolf Eichmann, a series of pornographic pocket books called Stalags, based on Nazi themes, became best sellers throughout the land.
Read under the table by a generation of pubescent Israelis, often the children of survivors, the Stalags were named for the World War II prisoner-of-war camps in which they were set. The books told perverse tales of captured American or British pilots being abused by sadistic female SS officers outfitted with whips and boots. The plot usually ended with the male protagonists taking revenge, by raping and killing their tormentors.
After decades in dusty back rooms and closets, the Stalags, a peculiar Hebrew concoction of Nazism, sex and violence, are re-emerging in the public eye. And with them comes a rekindled debate on the cultural representation here of Nazism and the Holocaust, and whether they have been unduly mixed in with a kind of sexual perversion and voyeurism that has permeated even the school curriculum.
"I realized that the first Holocaust pictures I saw, as one who grew up here, were of naked women," said Ari Libsker, whose documentary film "Stalags: Holocaust and Pornography in Israel" had its premiere at the Jerusalem Film Festival in July and is to be broadcast in October and shown in movie theaters. "We were in elementary school," he noted. "I remember how embarrassed we were."
Hanna Yablonka, a professor of history at Ben-Gurion University of the Negev, says the film highlights what she calls the "yellow aspects of nurturing the memory of the Holocaust."
"Are we taking it into the realm of semipornography?" she asked. "The answer is, we are."
The Stalags were practically the only pornography available in the Israeli society of the early 1960s, which was almost puritanical. They faded out almost as suddenly as they had appeared. Two years after the first edition was snatched up from kiosks around the central bus station in Tel Aviv, an Israeli court found the publishers guilty of disseminating pornography. The most famous Stalag, "I Was Colonel Schultz's Private Bitch," was deemed to have crossed all the lines of acceptability, prompting the police to try to hunt every copy down.
The Stalags went out of print and underground, circulating in specialty secondhand bookstores and among furtive groups of collectors.
Mr. Libsker's 60-minute documentary puts the Stalags under a spotlight for the first time and exposes some uncomfortable truths. One is that the Stalags were a distinctly Israeli genre, created by Israeli publishers and penned by Israeli authors, although they had masqueraded as translations from English and were written in the first person as if they were genuine memoirs.
Until the Eichmann trial began in 1961, the voices of the Holocaust had hardly been heard in Israel. The survivors sensed the ambivalence of the old-timers who blamed them for not having emigrated in time, and questioned what immoral deeds they might have done in order to stay alive.
In the movie, the publisher of the first Stalag, Ezra Narkis, acknowledges that it was the trial, in all its sensational and often gory detail, that gave momentum to the genre.
More provocatively, the movie contends that Stalag pornography was but a popular extension of the writings of K. Tzetnik, the first author to tell the story of Auschwitz in Hebrew and a hero of the mainstream Holocaust literary canon. K. Tzetnik "opened the door," and "the Stalag writers learned a lot from him," Mr. Narkis said.
K. Tzetnik was a pseudonym for Yehiel Feiner De-Nur. The alias, short for the German for concentration camper, was meant to represent all survivors, a kind of Holocaust everyman. One of K. Tzetnik's biggest literary successes, "Doll's House," published in 1953, told the story of a character purporting to be the author's sister, serving the SS as a sex slave in Block 24, the notorious Pleasure Block in Auschwitz.
Though a Holocaust classic, many scholars now describe it as pornographic and likely made up.
"It was fiction," said Na'ama Shik, a researcher at Yad Vashem, The Holocaust Martyrs' and Heroes' Remembrance Authority. "There were no Jewish whores in Auschwitz."
Yet "Doll's House" and other writings of K. Tzetnik, who died in 2001, are treated as historical fact by many in Israel, and are included in the high school curriculum. Mr. Libsker's movie shows the vice principal of an Israeli school guiding a group of teenagers through Auschwitz, pointing out Block 24 and quoting from K. Tzetnik.
This approach to Holocaust education is being eschewed by an increasing number of Israeli academics. "The Holocaust was bad enough, without making things up," Dr. Yablonka said.
Sidra Ezrahi, a professor of comparative Jewish literature at the Hebrew University of Jerusalem, said, "His books were so graphic and so barbaric." Maybe at first they had an important impact, she said. "But over time," she added, "if this is what they have chosen to leave in the Israeli curriculum, it's a scandal."
For many Israelis, the most dramatic part of the Eichmann trial was the testimony of K. Tzetnik. His true identity was revealed for the first time on the witness stand, where he passed out. Simultaneously, the Stalags were reaching the peak of their commercial success.
Yechiel Szeintuch, a professor of Yiddish literature at the Hebrew University, rejects any link between the smutty Stalags and the writings of K. Tzetnik as "an original sin." He insists K. Tzetnik's work was based on reality.
But Mr. Libsker, 35, himself the grandson of Holocaust survivors, contends that it is the same mixture of "horror, sadism and pornography" that serves to perpetuate the memory of the Holocaust in the Israeli consciousness to this day.
Correction: September 7, 2007
The Jerusalem Journal article yesterday, about the pornographic pocket books with Nazi themes that were circulated in Israel in the 1960s, misquoted Na'ama Shik, a researcher at Yad Vashem, The Holocaust Martyrs' and Heroes' Remembrance Authority, regarding the pocket book "Doll's House," about a Jewish woman serving in a notorious brothel called Block 24 in Auschwitz. She said the book — not Block 24 — was fictional.
PS - Feliz ano novo!
4.9.07
Perfect storm
Não conheço (vou até perguntar) o estado do debate ético sobre essa questão, de se bens culturais únicos (os budas, as bibliotecas de Alexandria, o grito do Munch, o palácio de verão) valem mais do que seres humanos. Se me perguntarem no abstrato, é claro que vou dizer que não; no concreto não sei. (Bem, vai depender do ser humano - é claro que "indivíduo # 3.567.925.008" não vale o mesmo que "pessoa que amo.")
Nem sei se estamos falando propriamente de bens culturais. O lamento pela extinção, digamos, do boto do Jangzi, não é uma manifestação da mesma atitude? Será que não é em última análise simplesmente o mesmo processo que faz diamantes valerem mais do que água? Afinal, tanta gente morre todo dia...
Por isso que a morte de Nova Orléans, a única cidade com um carnaval decente na América do Norte, que é única de tantos jeitos diferentes, é legal. Porque você pode sentir raiva, indignação ou tristeza ao mesmo tempo pelas pessoas e pela perda cultural.
29.8.07
Balzaquiano
Por outro lado, aposto que elas estão bem mais conservadas.
A research team has for the first time ever discovered DNA from living bacteria that are more than half a million years old. Never before has traces of still living organisms that old been found. The exceptional discovery can lead to a better understanding of the ageing of cells and might even cast light on the question of life on Mars. The discovery is being published in the current issue of PNAS (Proceedings of The National Academy of Sciences of The United States of America). The discovery was made by Professor Eske Willerslev from the University of Copenhagen and his international rearch team.
All cells decompose with time. But some cells are better than others to postpone the decomposing and thus delay ageing and eventually death. And there are even organisms that are capable of regenerate and thereby repair damaged cells. These cells – their DNA – are very interesting to the understanding of the process of how cells break down and age.
The research team, which consists of experts in, among other things, DNA-traces in sediments and organisms, have found ancient bacteria that still contains active and living DNA. So far, it is the oldest finding of organisms containing active DNA and thus life on this earth. The discovery was made after excavations of layers of permafrost in the nort-western Canada, the north-eastern Sibiria and Antarctica.
28.8.07
Caindo do pódio
Um dos motivos de orgulho nacional, o coeficiente de Gini brasileiro tem estado entre os mais altos do mundo desde que se começou a medir essas coisas. Durante alguns anos, chegou a ser O mais alto do mundo. Esse coeficiente, que mede a desigualdade econômica numa sociedade, como qualquer estatística social ou econômica, é mais complicado e menos representativo do que parece, o que já diminuiria o brilho da desigualdade brasileira: isso porque pode ser aplicado a medidas diferentes (na Ásia, geralmente ao consumo, na América Latina e entre os países ricos, à renda - a medida pelo consumo gera um número até 25% menor), e depende de qualquer jeito em se ter estatísticas confiáveis de renda, consumo, riqueza mobiliária ou o que seja, o que nem nas economias mais mensuradas é tão simples assim. Estima-se que nos EUA a contribuição da economia cinza e negra passe de 10% do PIB, enquanto na América Latina o dado é muito maior, na África maior ainda, e nos chamados "estados fracassados" como o Congo, Colômbia ou Afeganistão, a economia alternativa é aquela controlada pelo governo.
Bem, isso tudo dito, a questão é a seguinte: com a redução contínua ao longo da década, e acelerada (e pela primeira vez combinada com crescimento econômico) nos últimos anos, os pobres brasileiros, com crescimento na renda de 10% ao ano nos últimos quatro, mostraram que o pessoal do Cansei tem razão e o problema desse país é seu povo, e tiraram do Brasil o troféu. A China é hoje mais desigual que nós, e os outros dois BRIC podem passar o Brasil na próxima década.
Mais uma vez o Brasil se curva diante do mundo.
Quem tá tentando manter a honrosa tradição brasileira, no entanto, é o Mato Grosso, e a fronteira agrícola (aka Arco do Desmatamento) em geral, onde a concentração fundiária tem crescido. Segundo o Valor,
Nos últimos três anos, os mega-produtores do Estado avançaram sobre 1,3 milhão de hectares de terras produtivas, segundo analistas do mercado financeiro e de agentes locais ouvidos pelo Valor. Nas próximas safras, outros 1 milhão de hectares em mãos de médios produtores podem mudar de donos.
A elevação nos custos de captação do dinheiro, o atraso na entrega de insumos e a redução do volume de crédito levaram cerca de 500 grandes e médios produtores de Mato Grosso a sair da atividade. O agravamento das dificuldades na gestão das propriedades transferiu pelo menos 600 mil hectares a outros produtores. Em Primavera do Leste, no sul do Estado, apenas seis produtores detêm metade dos 320 mil hectares de lavouras. "Em dez anos, Mato Grosso vai estar nas mãos de 15 ou 20 mega-produtores", prevê o produtor José Nardes, presidente do sindicato rural do município, que arrendou 6 mil de seus 7,5 mil hectares a outros colegas.
Uma das razões pra isso ser tão fácil: o ITR brasileiro é relativamente baixo, e não é progressivo.
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Falando nisso, a proposta brasileira pra copa do mundo inclui hotéis flutuantes em Santos. Sinceramente, é idéia de quem nunca viu aquele porto. As empresas que lá operam choram e rangem os dentes quando um navio, especialmente um transatlântico, que tem prioridade, fica mais do que algumas horas ocupando um berço (isso é, uma vaga) no cais, com direito a brigas na Justiça pra atracar ou desatracar navios. Imagina o que iam dizer à idéia de que o berço na frente deles ia ficar um mês com um navio alheio estacionado?
23.8.07
Energia alternativa
O uso disso como fonte de energia genérica, no entanto, é problemático. Primeiro porque não é lá a energia mais confiável do mundo. Segundo porque os custos de instalação e manutenção ainda são (e continuarão, ausente alguma revolução científica tipo femtotecnologia) meio muito altos. Terceiro porque, mais ainda do que fontes de energia já consideradas "sujas," como a das freagens do dito metrô*, ou de usinas eólicas, seria bem difícil fazer com que essa energia se tornasse algo constante, em ciclo e voltagem, que pudesse ser aproveitado por diferentes equipamentos.
Agora, os usos diretos são incrivelmente fodas. Imaginem, por exemplo, instalar luzes (com LEDs, elas podem ser bem fortes) ao longo de caminhos e picadas por parques remotos? Ou câmeras de observação animal que poderiam ser basicamente eternas? Ou - pensem bem - um palco de show que amplificasse o som quanto mais o povo se mexesse? Luzes de guia ativadas pelas passadas em tudo quanto é corredor? Telas de informação defronte a esculturas ao ar livre? Esculturas cinéticas movidas pela energia elétrica dos passantes?
Finalmente uma cyberpunquice do mundo que não é deprimente, mas maneira.
*Metrôs e trens de subúrbio, hoje em dia, cada vez mais adotam o que se chama de "freagen regenerativa," isto é, ao invés de um freio de atrito direto, o que freia o trem é o próprio motor, só que no modo reverso, funcionando como gerador.
45W
21.8.07
Ainda os aviõezinhos
Alguns dados que podem parecer estranhos pra quem tem seguido a mídia brasileira nos últimos 12 meses:
1 - Os aeroportos mais lotados do Brasil, Congonhas e Guarulhos, têm por volta de nove e oito milhões de passageiros por pista por ano. Tóquio e Los Angeles têm mais ou menos 30 milhões, e londres mais de quarenta. A média de grandes aeroportos internacionais é de uns dezesseis.
2 - A espera mediana em aeroportos brasileiros de grande porte ainda é inferior a meia hora. Nos EUA, ela já passa de duas horas, e na EU está em por volta de uma hora.
3 - A idade média da infraestrutura aérea brasileira é menor do que a da OCDE.
4 - No Brasil, como no resto do mundo, o aumento enorme do número de atrasos e confusões em aeroportos está diretamente relacionado a um dado simples: o aumento enorme do número de passageiros nos últimos sete anos, graças às companhias de baixo custo. Bem, nem tão baixo custo assim por aqui, agora que virou duopólio.
5 - O maior problema facilmente evitável da aviação nacional no momento, e que deveria ser punido pela ANAC, é simples: avião virou lotada. Cansei de ouvir estórias (comigo aconteceu uma vez) de gente cuja companhia aérea, principalmente a TAM, cancelou vôos até que se enchesse um avião. Vide duopólio, acima.
6 - Nesta década, dos grandes aeroportos brasileiros, só o Galeão (que ainda está subutilizado) não passou ou está programado para passar em breve por um grande programa de obras. O Santos Dumont foi duplicado, o sistema de trânsito de Congonhas foi refeito e o terminal de embarque ampliado, Brasília está sendo duplicado, Guarulhos está programado pra entrar na roda...
15.8.07
Solidariedade bolivariana
Um exemplo ótimo disso é a relação desenvolvida por ele e pelo Kirchner entre a Venezuela e a Argentina. Graças a ela, a Argentina paga 20% a mais do que o preço internacional do petróleo, comprando da PdVSA, e 120% a mais de juros do que pagaria ao FMI. Tá, pagando ao FMI teria uma contrapartida de adotar x, y e z políticas econômicas, mas mesmo o custo dessas, ainda mais agora que o FMI tá desesperado procurando alguém pra quem emprestar dinheiro, não seria maior do que a soma dos 6% a.a. de juros a mais com os 20% a mais no preço do petróleo.
Pergunta - se um acordo desses fosse assinado com o Tio Sam, seria considerado por alguém (Reinaldo Azevedo, Olavo de Carvalho e cia não contam, tô falando de gente) uma coisa razoável?
Por outro lado, o socialismo do Chávez, ou pelo menos da sua "revolução bolivariana," é suspeito quando você contrasta ele com o "pelego" governo do seu compadre brasileiro. Nos dois os bancos tiveram lucros recordes, mas no Brasil não foram só os bancos, mas a maioria das companhias, de todos os portes, na Venezuela a pouca base industrial e agrícola que existia tá indo pras cucuias. Nos dois foram implantados programas sociais, mas no Brasil diminuiu a desigualdade de renda e na Venezuela aumentou. Nos dois há violações de direitos humanos pelas forças policiais, mas...não, pera, nesse quesito os dois tão iguais, as coisas só têm piorado ainda mais. Também tão iguais na oposição a acordos humanitários na ONU - o Brasil à erradicação das submunições, a Venezuela à responsabilização dos governos pela vida de seus súditos.
14.8.07
O Outro Pulmão
Não, não é o último brinquedo do Bush nem do Bin Laden. Bomba biológica é o processo pelo qual os organismos (no caso, marinhos), injetam carbono atmosférico nos oceanos profundos, ao lado da bomba de solubilidade, como pode ser visto no gráfico acima. A terceira coluna é pra mostrar a verdadeira escala relativa das zonas oceânicas, já que nessas o abismo é a imensa maioria, enquanto o mundo de luz que conhecemos é só uma casquinha fininha.
E o problema? Como assim tudo que eu falo tem um lado ruim? Só sou que nem a mãe da Susanita. Tá, o problema é que a espécie mais importante nessa bomba biológica não é alguma alga ou outro tipo de vegetal ou bactéria autotrófica, mas o krill, aquele camarão que é o prato favorito das baleias. Isso porque ele é meio afogueado quando come, então boa parte da comida dele sai pelo outro lado quase inteira, mas grossa o bastante (menos de um milímetro, como o próprio bicho) para afundar até o fundo do mar. Isso quer dizer que ele é uma bomba de carbono de um só sentido.
E essa bomba de carbono de um só sentido, como seus primos maiores, precisa de cálcio pra ficar forte e poder crescer. E, bem, quando a outra bomba de carbono, a de solubilidade, atua, ela absorve carbono e diminui a quantidade de cálcio livre na água do mar, que vai ficando menos alcalina. O resultado disso é que o maior ralo de carbono de todos pode estar ameaçado pelo próprio carbono que ele sorve. E se isso acontecer, não só as baleias vão ficar anoréxicas, como o aumento da concentração de carbono na atmosfera vai acelerar rapidamente.
Krill batendo um PF
13.8.07
Dia da hipocrisia energética
Noves fora o grau de absurdo que a coisa tá tomando (dez mil por quilovate é preço de usina solar fotovoltaica*), é interessante ele dizer isso porque até agora ele tem sido - e continua sendo - dos maiores defensores das termelétricas a combustíveis fósseis, gás e carvão.
Enquanto isso, o Chávez denuncia os EUA como "Conde Drácula" com um "apetite voraz e insaciável por energia." Considerando-se que o que a Venezuela faz da vida é basicamente vender petróleo aos EUA, desde os anos 40, se estes são o Conde Drácula aquela é o Ígor.
Aliás, Ígor tem lutado ferrenhamente contra qualquer alternativa energética ao petróleo, e especificamente contra idéias malucas como a de se explorar o gás boliviano ao invés do deles. Já prometeu ao Uruguai e à Argentina gás que ainda nem foi explorado, inclusive, como "segurança energética."
*A atual, não a que está sendo desenvolvida em Israel, e promete basicamente acabar com nossos problemas energéticos.
9.8.07
Troféu Philip K Dick
Sério.
IMAGINE the scene. You arrive at New York's JFK airport, tired after a long flight, and trudge into line at passport control. As you wait, a battery of lasers, cameras, eye trackers and microphones begin secretly compiling a dossier of information about your body.
The computer that is processing the data from these hidden sensors is not searching for explosives, knives, guns or contraband. Instead, it is working on a much tougher problem: whether you are thinking about committing a terrorist act, either imminently, or at sometime during your stay in the US. If the computer decides that might be your intention, you will be led off for interview with security officers.
The equipment could also screen passengers as they wait to have their bags checked before boarding, in an attempt to predict when someone is planning to bomb or hijack a plane.
It sounds far-fetched, but this is the aim of Project Hostile Intent (PHI), the latest anti-terrorism idea from the US Department of Homeland Security. According to DHS spokesman Larry Orluskie, the DHS wants to develop systems that can analyse behaviour remotely to predict which of the 400 million people who enter the US every year have 'current or future hostile intentions'.
PHI aims to identify facial expressions, gait, blood pressure, pulse and perspiration rates that are characteristic of hostility or the desire to deceive. Then the idea is to develop "real-time, culturally independent, non-invasive sensors" and software that can detect those behaviours, says Orluskie. The DHS's Advanced Research Projects Agency (HSARPA) suggests that these sensors could include heart rate and breathing sensors, infrared light, laser, video, audio and eye tracking.
PHI got quietly under way on 9 July, when HSARPA issued a "request for information" in which it asked security companies and US government labs to suggest technologies that could be used to achieve the project's aims. It hopes to test them at a handful of airports, borders and ports as early as 2010 and to deploy the system at all points of entry to the US by 2012.
Tá, você tá falando de um povo que, nos últimos cinquenta anos, inventou o foguete nuclear (não precisa nem de bomba na ponta, a radiação vai matar tudo em volta de onde ele cair. E no caminho), o gás gay (porque, obviamente, nunca ouviram falar no batalhão sagrado de Tebas), o projeto Hudson ("vamos criar um lago de um milhão de quilômetros quadrados na Amazônia porque...um...bem...) e outras "genialidades." Mesmo assim, o Minority Report de segunda bate todos, porque junta insanidade e distopia.
7.8.07
Infraestrutura pra quem
Escolas e parques nacionais.
3.8.07
William Gibson, profeta VIII
...a comunidade é muito pobre para pagar uma milícia. Os seguranças...podem ser policiais civis, militares, bombeiros ou agentes penitenciários, que trabalhariam em troca de pequenos agrados do comércio da área, como "uns trocados, um refresco."
Na outra ponta da escala de poder privado, a Rússia liberou exércitos corporativos.
The Russian Duma just passed a bill that would allow the energy monopolies, Gazprom and Transneft, to build their own security forces (with greater powers than that normally afforded security firms). This is particularly interesting given that 1) Russia now uses its energy exports/pipelines as its primary tool of strategic power projection, 2) the government has become a corporatist klepocracy centered around the energy industry.
2.8.07
So long, and thanks for all the fish
Kelly has taken this task one step further. When people drop paper into the water she hides it under a rock at the bottom of the pool. The next time a trainer passes, she goes down to the rock and tears off a piece of paper to give to the trainer. After a fish reward, she goes back down, tears off another piece of paper, gets another fish, and so on. This behaviour is interesting because it shows that Kelly has a sense of the future and delays gratification. She has realised that a big piece of paper gets the same reward as a small piece and so delivers only small pieces to keep the extra food coming. She has, in effect, trained the humans.
Her cunning has not stopped there. One day, when a gull flew into her pool, she grabbed it, waited for the trainers and then gave it to them. It was a large bird and so the trainers gave her lots of fish. This seemed to give Kelly a new idea. The next time she was fed, instead of eating the last fish, she took it to the bottom of the pool and hid it under the rock where she had been hiding the paper. When no trainers were present, she brought the fish to the surface and used it to lure the gulls, which she would catch to get even more fish. After mastering this lucrative strategy, she taught her calf, who taught other calves, and so gull-baiting has become a hot game among the dolphins.
30.7.07
PS Chances do movimento Fora Lula amainar, quanto mais se desculpar, sabendo que o avião não caiu por obra e graça do Sapo Barbudo: 0%
25.7.07
O que é bom pra Odebrecht é bom pro Brasil
24.7.07
Palavrões II - Remembramento
20.7.07
A canga de bois do Brasil
O pedido anterior, feito em maio, baseava-se na falta de médicos e medicamentos, na má qualidade da água e na infestação do espaço por ratos e pombos doentes. No entanto, mesmo ainda sem sentença definitiva sobre o pedido, a Defensoria Pública resolveu reiterá-lo com veemência, depois de tomar conhecimento da morte de uma detenta por leptospirose, no último dia 23 de junho. O novo documento já está com o juiz corregedor da Vara de Execuções Criminais (VEC), Cláudio Amaral.
18.7.07
Palavrões I - Sobrecarga Tóxica Total
16.7.07
Contextos e mangas
12.7.07
Flawless Victoly!
24.5.07
Total Ascia Orwell
Paimducéu.
Na BBC:
The Oxford English Dictionary currently describes a McJob as "an unstimulating low-paid job with few prospects".
McDonald's says this definition is now "out of date and insulting", and claims a survey found that 69% of the UK population agree it needs updating.
The campaign by the firm's UK arm is backed by the government's skills envoy and former CBI boss Sir Digby Jones.
'Making a stand'
"The current definition is extremely insulting to the 67,000 people who work for us within the UK," said McDonald's senior vice president David Fairhurst.
"It is also insulting for everyone else who works in the wider restaurant and tourism sectors.
"It is time for us now to make a stand and get the Oxford English Dictionary to change the definition."
21.5.07
Da Pinimba
30.4.07
MEND
27.4.07
A união faz a força
25.4.07
A província mais solar do império interrogação
Na comparação com o ano imediatamente anterior (2005), o aumento foi de 15,6% e o país ficou atrás somente do Japão, que investiu 25% a mais.
No entanto, em termos absolutos, os gastos brasileiros com inovação ainda são muito tímidos. Enquanto o país passou de um patamar de US$ 24 bilhões em 2004 para US$ 32,6 bilhões no ano passado, a China investiu mais de quatro vezes esse valor, chegando a US$ 140 bilhões em 2006.
O dragão chinês está cada vez mais forte e, em 2005, passou a gastar, em dólares, mais do que o Japão com pesquisa e desenvolvimento, e foi superado apenas pelos EUA.
Para Marc Giget, que apresentou esses números em palestra durante o II Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, o Brasil não vai mal no que diz respeito à inovação, mas o desafio-chave para avançar ainda mais é a educação.
Segundo ele, é preciso formar profissionais pós-graduados em áreas técnicas que trabalhem com inovação e agreguem valor à produção local. "Na China, existem 13 milhões de estudantes nas Universidades", lembra Giget, membro do Centro Nacional e Artes e Ofícios da França.
Giget define a inovação como a integração melhor dos conhecimentos em um produto criativo que permita "ir além do que tange a satisfação dos indivíduos."
E acrescenta que nem sempre P&D precisam levar à criação de novo material ou de novo processo, mas podem, sim, levar a novo jeito de usar certo material ou de realizar determinado processo.
Ainda assim, o Japão, que investe cerca de US$ 120 bilhões por ano em pesquisa, é o líder em criação de novos produtos e registro de patentes.
Em 2006, foram 350 mil, mais de duas vezes o número do segundo colocado do ranking, os EUA, que patentearam 169 mil produtos e tecnologias.
O Brasil ficou em 11º, com 4.280 patentes requeridas, bem atrás da China (48 mil), de Taiwan (9 mil) e da Itália, com 4,4 mil patentes.
Para Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade que organizou o congresso, a ampliação dos investimentos em inovação é essencial para que as empresas brasileiras se tornem mais competitivas.
Hoje, segundo dados apresentados por Marc Giget, o Brasil investe 1,6% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em P&D e está na lista dos grandes países investidores em inovação junto com EUA, China e Índia.
O Japão, porém, investe 3,2% de seu PIB, que é quase três vezes o brasileiro. A China, investe menos: 1,5%, mas tem um PIB quase cinco vezes maior que o do Brasil.
Ernesto Pousada, diretor da Suzano, empresa produtora de papel, diz que faltam projetos de inovação que pensem em como gerar valor para o consumidor final.
Para ele, o setor privado ainda precisa criar uma cultura para inovação de forma a estruturar melhor a aplicação de recursos em pesquisa.
12.4.07
RIP
Mais do mesmo:
http://en.wikiquote.org/wiki/Kurt_Vonnegut
11.4.07
300 - Gott mit Uns
4.4.07
Descamisados del aire
Fico na dúvida se o artigo abaixo, sobre disparidade de renda e social, é um caso intencional de ironia ou se foi sem querer. Mas mesmo na comparação entre os que têm e os que têm mais, é bom porque deixa clara uma das facetas da disparidade de renda, que muita gente não entende: que a pobreza não é mensurável simplesmente no acesso a determinada quantidade de bens (materiais ou não), mas pela própria disparidade dentro da sociedade. Sem nem entrar na questão, proposta pelo Elias e desenvolvida na economia pelo Sen, de que essa disparidade deve ser medida mais em termos de oportunidades do que de estados presentes.
http://www.economist.com/blogs
9.3.07
Tanto no Brasil quanto na Argentina, a importância da imigração européia, em detrimento de outros povos, é hiperenfatizada, a ponto de ter gente que se surpreende quando descobre a verdadeira importância dela no povoamento. A diferença é que lá eles não tiveram um Getúlio que lhes impusesse o fechamento. E com isso o Brasil consegue o feito de possuir os dois tipos de escravidão, o tradicional e o imigrante. Coisa de primeiro mundo!
13.2.07
Free, free, Mike Tyson Free!
Depois eu digo que o mundo tá virando um conto cyberpunk, e acham que é exagero. Se bem que isso tem muito de história secreta também.
Resumo da ópera, pra quem tem preguiça de clicar em link: os EUA utilizam, no Golfo Pérsico, golfinhos como soldados, submetidos ao tipo de tratamento que chamaríamos de, bem, desumano. Sua função principal é desativar minas. São mais de 100 golfinhos no programa da US Navy, e a URSS mantinha uns 500, muitos dos quais encontraram trabalho em outros países mundo afora, depois da Gloriosa Libertação Capitalista.
12.2.07
Juro que vi o lobo!
Bem...
Aposto na guerra começar em março.
2.2.07
Maltesas
Desde os anos 30, vários tipos de carga passaram a ter navios especializados criados para tornar mais eficiente (isso é, rápida e precisando de pouca gente) a operação de carga e descarga. Navios tanque ou cargueiros a granel, hoje, podem ser carregados quase automaticamente, tanto que as leis determinando, em cada país, uma reserva de mercado para os estivadores, eximem esses navios, porque é muito pouca gente que cada um movimentaria. Essa "industrialização" da atividade portuária, substituindo o sem-número de trabalhadores braçais especializados que havia antes por procedimentos estandardizados e mecanizados, se estende à carga geral com os contêineres.
Em todos os casos, o que há é um aumento enorme da "eficiência." Isso, tanto quanto a expansão da comunicação, é que torna possível a globalização. Antigamente, seria quase impossível montar um carro ou um computador em quinze países diferentes, porque se gastaria fortunas no frete; hoje o frete é microscópico. Mas esse progresso, como tantos outros, é um tanto mais equívoco em termos de felicidade do que pareceria. Ao mesmo tempo que barateia e espalha as atividades diversas que dependem do frete marítimo, faz com que o próprio frete seja um negócio que cada vez utiliza menos gente, cada vez mais restrito às linhas regulares, ao invés da confusão de navios que ligavam o mundo todo. Tô pondo na conta de linhas regulares os navios especializados de granéis, que a rigor não o são, sendo contratados por viagem, mas o efeito é parecido, já que eles geralmente viajam fazendo a cadeia giratória entre dois portos. (Exemplo é o maior cargueiro do mundo, o Berge Stahl, que só anda entre Roterdã e São Luís do Maranhão)
Graças à eficiência, a cultura portuária vai se esvaziando. Marinheiros não ficam mais dias em terra, e sua cultura deixa de ter tanto contato com todas as que passam, suas vidas ficam mais parecidas com a de trabalhadores de plataformas petrolíferas ou minas. (Estão minerando comércio?) Por conta disso, a própria estrutura da profissão vai mudando, com países de tradição náutica como a Grécia e a Noruega perdendo espaço para os países dos imigrantes esforçados da Ásia tropical. Um consolo para as putas do cais do porto, já que os filipinos são, dizem, mais educados do que os europeus. Pobre consolo; o movimento no cais do porto só tende a diminuir e a mudar de forma, à medida que a casa onde o marinheiro passava uns dias vira uma rapidinha.
Post com links deixados pra amanhã.
29.1.07
One. Million. Dollars.
O problema que ele identificou é bastante real - com a melhor das intenções, é bem possível que não possamos diminuir significativamente, muito menos reverter, o efeito estufa, e um aquecimento além do tolerável pela humanidade pode já ser irreversível simplesmente pela diminuição das emissões de CO2 e companhia. Mas a solução para esse problema real é coisa de cientista maluco. Sem querer ofender Luthor, Silvana e companhia.
24.1.07
Quem não chora não mama
23.1.07
Lugares estranhos do mundo VIII - a Finlândia
Eu não disse que era bom...
16.1.07
Força nacional
13.1.07
SS Defi salva o dia
12.1.07
Soprando as velinhas dda Slvia L. Plath
Prisoners held at the Guantánamo Bay detention camp in Cuba are being driven insane by a tightening of conditions and the situation of their indefinite detention without trial, according to lawyers and rights activists involved with the US camp.
The lawyers and activists also doubt whether the Bush administration intends to carry out its stated desire to close the facility.
Protesters around the world plan to mark today's fifth anniversary of the first delivery of detainees to Guantánamo with demonstrations calling for its closure. American anti-war activists and at least one former British prisoner intend to march to the perimeter of the US-held enclave in eastern Cuba.
Kenneth Roth, executive director of Human Rights Watch, says the isolation regime at Guantánamo has tightened in recent months, piling the mental pressure on inmates who have "no fair procedure" that would lead to possible release.
Mr Roth told the Financial Times he had proposed to Angela Merkel, the German chancellor and chairman of the European Union presidency, that EU member states offer to take some of the detainees who cannot return to their home countries for fear of torture.
In exchange the US would offer a concrete closure plan that would lead to trials, preferably before a court martial, of remaining prisoners.
Ms Merkel was "intrigued but non-committal", Mr Roth said. But he does not believe the US is looking to close the camp - despite comments by President George W. Bush last year that he would "very much" like to shut it down.
Mr Roth is also sceptical of Mr Bush's claim in September to have closed CIA-run secret prisons when 14 terrorist suspects were transferred to Guantánamo. Human Rights Watch has documented 15 cases of prisoners who "disappeared" into the CIA prison system before September and have not been accounted for since.
Brent Mickum, a defence lawyer, says one of his two clients, Bisher al-Rawi, an Iraqi-born UK resident, "is slowly but surely slipping into madness" because of "prolonged isolation coupled with environmental manipulation that includes constant exposure to temperature extremes and constant sleep deprivation".
He says Mr Rawi's ration of toilet paper was removed because he used it for shielding his eyes from the light and his prayer rug was taken away because he used it for warmth.
Attorneys representing other prisoners say their clients kept in isolation are going insane.
11.1.07
Bipost
Carro flex-fuel não tem mais graça - inventaram o navio flex-fuel. Só que ao invés de álcool e gasolina ele usa vento, energia solar e ondas. O bichinho (tá, o "bichinho" carregará 10.000 carros no porão) tem velas com painéis solares em cima, e aletas ligando os cascos auxiliares aos principais, que funcionarão como uma usina de energia das ondas. A velocidade é um pouco inferior à dos navios de transporte de carros existentes (15 ao invés de 18 nós), e o preço bem superior (100 ao invés de 70 milhões), mas além da poluição zero ele não gasta nada de combustível.
Além de não queimar óleo bunker, o "Orcelle" não tem água de lastro (catamarãs são estáveis sozinhos), evitando o outro problema ecológico gigante dos navios. O único problema dessa segunda medida é que eu imagino a Marinha brasileira multando o Orcelle por não possuir o livro de registro da água de lastro...
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Dove, de novo.
Tá, a explicação de que a propaganda brasileira se destina à classe alta e média, que é mais clara, e por isso tem modelos mais claros, é furada. Os tais modelos são bem mais claros do que essa classe alta e média. Mas ainda dá pra engolir, ainda mais se você falar da auto-imagem dessa classe alta e média, e não dos olhos de um Gobineau "tudo bugre."
Agora, qual é a explicação pra suequidade no caso de anúncios destinados à comunidade nissei??