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31.5.05

Burros n'água

Do Valor S/A :


Há dois anos, quando as exportações brasileiras de commodities começaram a incomodar os produtores dos países industrializados, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) decidiu preparar um estudo para averiguar se a produção agrícola seria subsidiada no Brasil. O resultado, que será divulgado nos próximos dias, deverá frustrar os queixosos produtores rurais da Europa e dos Estados Unidos.

Segundo o Valor apurou, o relatório da OCDE concluiu que o subsídio brasileiro representou apenas 3% do valor da produção agrícola no período 2002/04. Esse nível é insignificante quando comparado aos subsídios oferecidos pelos países ricos, de 30% em média. O volume fica muito aquém do que o país poderia conceder pelo atual acordo agrícola da OMC e é bastante inferior aos 37% da União Européia e aos 17% dos EUA. Está na média da Nova Zelândia (2%) e da Austrália (4%).

O auxílio governamental no Brasil concentra-se em poucos produtos: trigo, milho, arroz e algodão, com subsídios variáveis entre 6% e 17%, quase sempre implícitos na taxa de juros. O Apoio Total Estimado (TSE, em inglês) para a agricultura no Brasil foi calculado em US$ 2,6 bilhões. Representa 0,5% do PIB. O TSE nos países ricos alcançou US$ 318 bilhões em 2002. Daí porque o Brasil luta na OMC por forte redução de subvenções e liberalização do comércio. A constatação da OCDE legitima a posição agressiva brasileira.



Talvez seja por isso que o Pascal Lamy (com a ajuda benfazeja de uma deputada verde italiana) já vem atacando em outra frente, bem mais fácil : a administração ambiental e trabalhista brasileira. Se bem que na ambiental, apesar da facilidade retórica - afinal "preserve a Amazônia, mate um brasileiro" já virou pichação - um estudo comparativo não deixa a OCDE lá na melhor situação do mundo. Afinal, o Mercosul estava bem melhor do que a OCDE no "Indice de Sustentabilidade Ambiental," e isso apesar do índice incluir renda per capita e crescimento demográfico.

O melhor é se concentrar nas relações trabalhist- pera, o trabalhador agrícola média na Europa e América do Norte tá melhor que a média brasileira, mas lá também tem trabalho escravo, principalmente de imigrantes usados na colheita de frutas...vai ver essa história de estender o sagrado Livre Comércio a outras esferas acaba dando em coisa boa no final. :D

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