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19.1.10

Pena de mueeeeeeeeeeerte

Não, não estou pedindo pena de morte pra ninguém. A citação a Los Tres Amigos é só pra notar como as privatizações e concessões, no Brasil, ganharam status de irreversibilidade absoluta. Assim, nem ficou pronto o laudo técnico do horror acontecido em Japeri, onde um trem da Supervia andou por cinco quilômetros, lotado de passageiros e com as portas abertas, e o Sérgio Cabral anunciou que descarta a idéia de intervenção. Fala que "melhor atendimento é um processo permanente." Sério? Só que os problemas da Supervia não são de demora no atendimento do telemarketing. São (este não foi o único, pra quem não se lembra dos funcionários chicoteando a população) problemas que põem em risco a vida da população. Sinceramente, a Supervia já estaria merecendo intervenção mesmo que não fosse concessão pública. Um shopping onde seguranças chicoteassem os clientes, ou um parque de diversões onde a montanha russa andasse sozinha sem as retrancas de segurança mereceriam intervenção governamental (no caso, após ordem judicial, que no caso da Supervia não é necessária.)

O mesmo ocorre com outras concessionárias de serviços públicos e/ou privatizadas. A Vale, como não canso de dizer aqui, usa na cara dura seu braço ferroviário pra detonar a concorrência. O Metrô Rio tem andado nas manchetes por problemas, além de descaracterizar o projeto original das estações do metrô. A ALL, ferrovia que tem os trilhos de SP pra baixo, descarrila dia sim outro também. Etc etc etc. E todas elas têm contratos que dizem que o governo pode, se esse tipo de coisa acontecer, retomar a concessão sem pagar idenização. Cláusulas que nunca são usadas, e hoje, foram descartadas antes mesmo de sair o laudo técnico.

Que tipo de relação é essa? Por que os contratos de concessão são absolutamente inquestionáveis, a não ser para "restaurar a viabilidade econômico-financeira" concedendo mais privilégios ou dinheiro público às concessionárias?

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