O Canadá geralmente é considerado um país "do bem." A piada é que se os EUA fossem o jock bebum capitão do time de futebol americano na "Escolinha do professor Ban," o Canadá seria o irmão mais novo certinho dele.
O que eu acho curioso é que o país mantém a reputação apesar de, em dois temas bastante significativos hoje em dia, o currículo dele ser atroz. Lembrei disso quando fui ler o site da organização suíça Public Eye, exortado pelo site www.amazonia.org.br a votar na Gas de France-Suez, dona da futura usina de Jirau. No tal site, o comitê olímpico internacional está entre os concorrentes ao título de empresa mais fdp, por ter escolhido Vancouver pra sediar os jogos de inverno deste ano, mesmo sabendo que isso causaria the displacement of a large part of the indigenous population around the venue, because the Games will be held on Indian lands whose title was never ceded. This has devastating consequences for man and environment: Vast areas of virgin landscapes and wild animal retreats were sacrificed for the expansion or construction of freeways, winter sports centers and other infrastructure. Homelessness in the Vancouver region, particularly among First Nations peoples, has tripled since the awarding of the Games.
No Canadá, isso é de praxe. As grandes hidrelétricas do Québec, que fazem com que "hydro" seja sinônimo de companhia elétrica no Canadá ocidental, são todas feitas em cima de cadáver de índio. Por outro lado, elas diminuem a pegada de carbono do Canadá, fazendo com que ele consiga não ser o pior gerador de gás carbônico per capita do mundo. Só o oitavo pior, atrás de EUA, Austrália, Luxemburgo, e quatro ditaduras petroleiras do Golfo Pérsico. Considerando-se o incentivo governamental à extração de petróleo das areias alcatroadas de Alberta, vai galgar degraus nessa corrida facim facim, aliás.
Nada disso significa negar que o país tem um bom sistema de educação, excelentes políticas sociais e de saúde, liberdade de imprensa e respeito aos direitos humanos (de não-índios) (a não ser que os EUA peçam por favor). Mas contrasta bastante com a imagem de bom moço.
Pra não ficar só falando mal do coitado do país, é muy fueda terem escolhido de Governadora Geral (chefe de estado, em nome da Rainha, sem poderes de verdade) uma imigrante haitiana, Michaëlle Jean, que nasceu em Port-au-Prince e foi pra lá aos 11 anos.
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