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20.1.10

Le plus ça change

Dudinha Paes havia anunciado que, em contraposição ao faraônico projeto do César Maia de fazer um Guggenheim com a grife Jean Nouvel no Píer Mauá, a idéia dele seria mais modesta, fazer um parque ali.

Mais tarde, disse que iam parar o processo de execução do parque, já licitado e contratado, pra garantir a qualidade da coisa, arquitetônica e urbanística. Pensei, ingênuo, "legal, um concurso público prum parque ali."

Agora, óbvio, vem a notícia: o píer abrigará um museu projetado pelo Santiago Calatrava, escolhido por obra e graça de Dudinha e seus assessores.

Guggenheim dois, a revanche final está de volta.

Só pra constar - sou fã número um do Calatrava, e quase lá do Jean Nouvel. Aliás, o projeto do Jean Nouvel pro píer, já pago, era um desbunde, e poderia muito bem servir para um museu de ciências do tipo que a cidade está precisando e que a descrição do "museu do amanhã" não indica que ele será. Isso não justifica as obras faraônicas sem concurso e sem objetivo definido.

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No Sudão, um ditador e monstro genocida deve ganhar as eleições. Culpa, em boa parte, do fato de, como no Haiti, os dinheiros e ajuda direta prometidos para o país quando se negociou o fim das guerras intestinas ter se constituído inteiramente de vaporware.

Empresas de petróleo e armas, principalmente chinesas, agradecem. As petroleiras ocidentais preferem matar gente do outro lado do continente, na Nigéria, onde morreu um monte de gente em distúrbios pseudo-religiosos. A Nigéria, pra constar, está em crise política desde que, há mais de um mês, o seu presidente (o primeiro saído do Norte muçulmano), em peregrinação a Meca, sentiu dores no peito, e não mandou mais notícia, fora semana passada gravar uma reportagem pra BBC dizendo só que não estava morto e não sabia quando voltava. Tipo, zero notícia. Até aparecer na BBC, nem os ministros sabiam do hômi.

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