Quem diria que os ídolos do PT, representantes da Esquerda, cuja queda é chorada em verso e prosa...pertenceriam ao PMDB e à ARENA.
Tudo bem, não é tão difícil assim de entender. Enquanto nas potências centrais a esquerda é (relativamente) anti-nacionalista, anti-militarista, e anti-corporativa, a associação com o anti-imperialismo faz com que uma aproximação da esquerda com esses setores, desde que qualificáveis de nacionais, se torne quase uma regra. Afinal, o exemplo máximo do desenvolvimentismo, pelo menos até o seu fim em 1992, foi o da Rússia, que de país agrícola e medievalesco no começo do século vinte, em trinta anos conseguiu derrotar a Alemanha na guerra, e em outros trinta se equiparar aos EUA em vários ramos da indústria e tecnologia.
Os presidentes do BNDES que saíram (Darc Costa, durante a ditadura, pensou em fazer uma represa no Amazonas) eram admiradores, não do socialismo, mas do "socialismo realmente existente." Queriam fazer uma Magnitogorsk em Itaqui, uma Leningrado no Rio. Quando se voltavam para o capitalismo, admiravam também o seu exemplo perfeito, os Zaibatsus, Kereitsus e Chaebols do modelo japonês - a megacorporação capitalista que se tornou o vilão dos escritores cyberpunks. Em parte por conta dessa sua vontade de ajudar quem já é rico, tiveram um desenpenho pífio no BNDES. Melhor que o da era FH, mas "melhor que o FH" e nada é a mesma merda. E olha que os juros de longo prazo, em que o Lessa punha a culpa, já não são muito altos, não. Com inflação de 7%, tão em 3% de juro real ao ano. Abaixo do Risco Brasil.
Justiça seja feita - Lessa só começou a panfletar reclamando do BNDES no dia seguinte, ao contrário do Cristóvam Buarque, que reclamava do MEC enquanto ainda era ministro.
Posso dizer uma coisa? Se o próximo "representante da esquerda petista" a sair for o Tarso Genro, e ele levar o companheiro Dutra, eu pelo menos não reclamo nem um pouco. Podia pôr o Pochman ou a própria Marta em algum daqueles tijolos de Brasília...
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