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17.6.05

O bom conspirando com o ruim

Do Valor Online, sobre pesquisa mineral :

O Brasil, ainda de acordo com o estudo do MEG, figura entre os principais pólos de pesquisa. O país respondeu por 5% dos investimentos mundiais, o equivalente a US$ 120 milhões. Conseguiu ultrapassar o Chile (que atraiu 4% do orçamento mundial, ou US$ 100 milhões), mas ainda está longe dos principais países mineradores na América Latina: México (US$ 153 milhões) e Peru (US$ 203 milhões). Os maiores orçamentos em pesquisa em 2004 ficaram com o Canadá, com US$ 690 milhões.

A falta de informações do potencial mineral no Brasil é o que tem levado investidores ao México e Peru, países que aliam um alto grau de levantamentos geológicos (que minimizam o risco dos investimentos) e solo rico em minerais como cobre e níquel, reconheceu o MME. A rígida legislação ambiental brasileira também inibe alguns investidores.

Entretanto, para suprir essas deficiências, o MME está promovendo a modernização do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), principalmente do sistema de concessão de outorga. Entre 2003 e 2006, o órgão deverá receber US$ 26 milhões. Serão intensificados também os levantamentos aerogeofísicos. O departamento deverá contar também com reforço de pessoal. Até 2005, devem ser contratados 1,2 mil funcionários para reforçar a equipe, atualmente com 750 pessoas no Brasil.

Os estudos aerogeofísicos foram iniciados em Goiás em meados do ano passado. O projeto, que custará US$ 12 milhões (divididos entre governos estadual e federal) tem como objetivo detalhar o potencial mineral em 170 mil quilômetros quadrados. Desde novembro último (quando a primeira fase do levantamento foi concluída, com pesquisa em 30% da área total), 20 empresas já compraram as informações. Rio Tinto, Bunge, Codelco, Vale do Rio Doce, Anglo American, Yamana, Votorantim e Falconbridge figuram como adquirentes desses levantamentos.

De acordo com Luiz Fernando Magalhães, superintendente de Geologia e Mineração de Goiás, a média de pedidos de alvarás de pesquisa no Estado saltou de 50 para 600 logo após a divulgação dos primeiros levantamentos. Níquel, cobre, ouro e fosfato são os principais alvos das novas prospecções. Goiás espera concluir o mapeamento até o fim do ano.

Neste ano, o trabalho deve se estender para outros estados: Amapá, Pernambuco, Rondônia, Pará, Tocantins, Ceará, Bahia e Minas Gerais. Vai cobrir área de cerca de 536 mil quilômetros quadrados. O orçamento previsto é de R$ 41 milhões, incluindo a parte de Goiás.

De posse dessas informações, os especialistas acreditam que o volume de investimentos estrangeiros deve aumentar nos próximos anos. As empresas nacionais deverão responder por 60% a 70% das pesquisas prevista para este ano. A maioria delas deverá ser conduzida pela Vale do Rio Doce. O orçamento da companhia em pesquisa e desenvolvimento saltou de R$ 66 milhões em 2000 para R$ 1,21 bilhão neste ano.

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