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21.6.05

A pujança do agronegócio

Tá, o texto é co-assinado pelo Stédile. Mas os dados são públicos, e é por conta de instâncias como essa, e muitas outras, que eu sugiro uma trégua aos que reclamam do Estado de Bem-Estar Social : se o problema é a interferência do Estado e não o fato do gasto se dirigir aos pobres, ataquem primeiro o Estado de Bem-Estar Corporativo, que eu dou o maior apoio.


As dívidas renegociadas em 1995, 1999 e 2002 (uma herança do presidente FHC), roladas em 25 anos, com juros de 3% ao ano, garantidas pelo Tesouro Nacional, só em contratos acima de R$ 100.000 somam um valor global de R$ 26 bilhões. O Tesouro Nacional equaliza os juros dessas dívidas num valor anual superior a R$ 3,38 bilhões. Ou seja, o Tesouro paga parte dos juros que eles não querem pagar. E nunca se ouviu o senhor Palocci reclamar disso. Da dívida total, porém, R$ 8.113.656.680 estão vencidos e não pagos. E o número de contratos de latifundiários neste calote permanente é de apenas 29.840. Como há casos de mais de um contrato por devedor, o cálculo generoso é que os participantes dessa mamata não ultrapassem a 20 mil grandes proprietários. Portanto, o Tesouro cobre R$ 3,38 bilhões ao ano, o que dá ao redor de R$ 300 milhões ao mês, para garantir a vida de 20 mil fazendeiros, representando uma transferência do governo a cada um deles de 15 mil reais mensais.

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