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31.8.05

Filme B

Mysterious giant earthworms and destructive rats could cost the Banaue rice terraces in the Philippines their claim to the title of 'eighth wonder of the world'. Together, the pests are destroying crops and eroding the step-like rice fields.

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The terraces, on the Philippines's largest island of Luzon, were carved out of the Cordillera mountains 2,000 years ago by the Ifugao ancestors. Once they began to grow rice there, a new society and culture emerged more than 1,300 metres above sea level. The Ifugao noticed the earthworms' 'silent invasion' in the early 1970s, but only reported it to local officials in the mid-1980s. The local people believe the worm's appearance in Banaue is linked to illegal logging near the terraces disturbing the soil. They initially tried to solve the problem with traditional means of pest control but the dark, 20-30 centimetre long worms persisted.

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Joshi now suspects that the giant worm is related to Polypheretima elongata, an Asian species that has invaded rice fields around the world. Earthworms usually have both male and female reproductive parts but the Banaue species seems to produce no sperm. It is a 'female' worm that can multiply without mating with a male, says Joshi.
Iä! Iä! Cthulhu ftaghn!

Opção de saída

Uma das maiores forças pressionando os estados nacionais, hoje em dia, no sentido de reformas "liberalizantes" é a opção de saída das múltis. É basicamente uma forma de chantagem, possibilitada pelo custo cada vez menor do transporte e da comunicação, que permite às empresas carregar a sua produção pra qualquer lugar do mundo, desde que haja trabalhadores qualificados. E graças à revolução educacional, combinada com o "pós-fordismo," há não só trabalhadores qualificados, mas trabalhadores desempregados em qualquer lugar do mundo. Então, "se você não cortar benefícios trabalhistas, tchau" passou a ser uma ameaça constante, exigindo as "reformas" que qualquer país precisa estar fazendo - "estar fazendo" não é gerundismo, é para assinalar o fato de que, para "o mercado," encarnado nas agências de classificação, um país precisa estar num processo permanente de reforma pró-corporativa. E como trabalhadores desempregados abundam no mundo inteiro, e o novo patamar de fusões e aquisições dá às múltis um poder cada vez maior em qualquer país, não há governo que não tenha medo da opção de saída.

No Brasil, por algum motivo estranho, os burocratas do BNDES, desde a venda das empresas estatais (sempre é bom lembrar que dez das dez maiores empresas nacionais são estatais ou ex-estatais), passara a achar que "o que é bom para a Vale é bom para o Brasil," e vêm tentando estimular, inclusive, que elas se tornem múltis. Bem...

Vale reavalia investimentos em hidrelétricas no Brasil

O aumento dos custos de geração e transporte de energia estão levando a Vale do Rio Doce a reavaliar seus investimentos geração elétrica no país. O presidente da companhia, Roger Agnelli, disse que estão em analise alternativas à construção de hidrelétricas. Uma dessas alternativas seria a construção de termoelétricas movidas a carvão mineral próximas às unidades industriais consumidoras. O carvão seria trazido pela Vale de minas no exterior.

A logística de importação de carvão e os custos de geração desse tipo de energia ainda estão em estudo na companhia. Uma outra alternativa, mais radical, segundo Agnelli, seria buscar investimentos em mineração em outras regiões, em especial a África, onde a energia é mais barata.

"Hoje, nossa preocupação é suprir nossa necessidade de consumo de energia. Mas não estamos conseguindo expandir o suprimento no mesmo ritmo em que nosso consumo aumenta. E, sem essa infra-estrutura, vamos ter que procurar oportunidades onde há disponibilidade de energia a preços acessíveis", afirmou.

O presidente da Vale diz que a companhia está buscando oportunidades de investimento em países como Moçambique, Angola, Gabão, China, Austrália e Venezuela, nas áreas de carvão, cobre, fosfato e manganês. "Não dá para considerar uma nova fundição de alumínio no Brasil por conta do risco de déficit ou de aumento de preço da energia. Mas na África temos energia a custos baixos."

Diga-se de passagem, o que ele quer dizer é "na África não há licenciamento ambiental." Se bem que no Brasil ele é meio capenga, tanto que a Vale pensa nesse estrupício que são usinas a carvão. Um dos resultados brilhantes dos anos tucanos parece que vai ser a degradação definitiva do perfil energético brasileiro, em termos de sustentabilidade. Não que isso tenha alguma relação direta com os tucanos, como a Dilma ou o Wagner Victer poderiam lembrar, a questão é que, a partir da reformulação das regras do setor elétrico, termelétricas, com o custo de investimento inicial baixo em relação ao custo total, passaram a ser mais atraentes.

Bom, isso e eu acabo de ouvir na BBC um sujeito falar sobre a escassez de refino no mundo "nobody wants to have a refinery in their backyard." Bem, nobody but us imbeciles, aparentemente. A previsão é de que, entre termoelétricas e indústria pesada, em 2015 o Rio tenha um ar 3 vezes mais poluído que o de São Paulo.

30.8.05

Depois eu que sou alarmista

A Economist acha que o furacão Katrina pode causar uma recessão em escala planetária. Faz até sentido, tanto a produção quanto a importação de petróleo americanas dependem da cidade antigamente conhecida como Nova Orleáns, hoje Nova Atlântida. E a exportação de produtos agrícolas, que responde por boa parte da economia e exportações do país mais "industrializado" do mundo, sai por lá também, depois de chegar via hidrovia do Mississippi.

Ninguém ainda sabe o que é feito do Bairro Francês que tanto fascinou os americanos, apesar de ser só mais uma cidade velha como tantas outras de Cuba ao Rio de Janeiro. Provavelmente vai ter que ser reconstruído que nem as "históricas" cidades européias made in década de 50. E americanos pobres estão morrendo na noite da Luisiana, e do Alabama, e do Mississípi, que já são, mesmo sem furacão, três dos cinco estados americanos com mais gente "em situação de insegurança alimentar," o eufemismo-jargão técnico pra "morrendo de fome."

Enquanto isso, do lado de cá, o Furlan diz que o crescimento de 2005 pode ficar em 5%. Parece implausível, por enquanto, é quase dois pontos a mais do que o consenso. Mas o Furlan já esteve certo nessa disputa com "o mercado" antes, e a FGV constatou, apesar da crise política, um aumento considerável dos investimentos industriais previstos para se concretizarem até o final deste ano. Que nem depende, como em 2003 e 2004, da Petrobrás, apesar dela ainda ser responsável por quase metade do total de investimentos da indústria. E parece que o Lula vai apostar na economia pra tentar se reeleger - até o saneamento parece que vai ter a torneira aberta, apesar dos governadores inimigos se beneficiarem mais do que o governo federal. Ou seja, vamos ter (a não ser que o Katrina realmente chute o balde da economia americana) três anos seguidos de crescimento de verdade da renda per capita.
A última vez foi em 1993-1995, e em três anos do governo FH e um do Lula houve diminuição da renda per capita.

28.8.05

Existem pretos no Brasil?

...perguntou o imperador Bush Segundo ao presidente do país com mais pretos no mundo. Sabe de uma coisa? Se deram uma TV brasileira pro Dubyah assistir antes do encontro, ele tem toda a razão. A Dove lançou uma campanha em que "mulheres normais" de cada país estrelam suas campanhas publicitárias. A se julgar pela "normalidade" apresentada, as brasileiras são mais claras do que qualquer outro povo na terra.


Aliás, falando em normalidade, eu até acredito que as mulheres na campanha brasileira tenham "curvas de verdade," mas nos EUA , Canadá e Grã-Bretanha, acho que a frase completa deveria ser "mais próximas das de verdade." Pô, quase metade das mulheres americanas são "supersize." Tudo bem, quem acredita em "realidade" vinda do departamento de marketing da Unilever é aquele primo da velhinha de Taubaté que achava ela muito cínica.

PS Com o perdão da grossura, as branquelas brasileiras "de verdade" da Dove são beeeem gostosinhas.

24.8.05

Gargalhada Satânica Hour

Intervenções humanas em áreas preservadas agora dependerão de lei específica.

Né por nada não, mas acho que a Alcoa não vai gostar muito da idéia...

Manchester tropical

Eu não estou dizendo nada...


Indústria Pesada 1 x 0 Praia

Qadafi Qomuna

Chávez oferece gasolina barata a gringos pobres.
A guarda pessoal de ninjas gostosas não parece muito provável, já que o Chávez pelo visto se amarra é na Condoleezza. Mas essa da gasolina é equivalente à oferta da Líbia de ajuda externa para equipar escolas e programas de auxílio alimentar nos guetos americanos.

Falando nisso, a venezuelização do Brasil já começou, do lado Cisneros-Carmona. Será que não estava na hora do governo responder com a sua venezuelização, ou o fato de a Petrobrax ser metade do tamanho da PDVSA e o Brasil dez vezes maior que a Venezuela atrapalha?

23.8.05

Revitalização

"Revitalização," mesmo quando é levada a sério, é uma palavra controversa, que muitas vezes significa, na verdade, uma "requalificação," em que os habitantes originais de uma área simplesmente são expulsos e substituídos por outros, mais ricos e portanto melhores (mais vivos, a se seguir pela nomenclatura, o que surpreenderia à Lady Chatterley). Em alguns casos, como na Riva de Bilbao e em Puerto Madero, ou nas docas centrais londrinas,* o ambiente humano original foi completamente substituído por um ambiente suburbano nas relações, se não na forma. É a "gentrification," primeiro identificada nos países anglo-saxões, e cujo caso mais famoso é a área SOuth of HOuston street, de Nova Iorque.

Pois bem, no Rio a coisa é mais simples. Afinal, o projeto do César Maia de revitalização do centro envolve, não a retransformação de cortiços em velhos casarões de volta em casarões, ou a utilização residencial de armazéns, mas a criação de condomínios à moda da Barra da Tijuca no Centro. E shopping centers. Oh joy.

O consolo é que ele ainda se preocupa mais em ajudar a Barra do que em "ajudar" o Centro.


*Não confundir com as imensas Docklands mais afastadas, que são um projeto mais parecido com La Defense parisiense do que com outros projetos de revitalização.

20.8.05

Coitados

A implantação da Universidade de Cabo Verde será debatida pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pela ministra da Educação e Valorização dos Recursos Humanos de Cabo Verde, Filomena Martins, na segunda-feira, 22, em Brasília. A cooperação brasileira para a instalação da primeira universidade pública no país africano foi acertada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho do ano passado.

O MEC vai dar consultoria técnica no planejamento da universidade e qualificar professores. O governo de Cabo Verde pretende formar no Brasil o corpo docente da nova instituição. Dos 300 professores do ensino superior do país, só 3% são doutores e 21%, mestres. A universidade será concebida segundo os padrões brasileiros de instituições públicas de ensino superior.

No encontro, também serão analisados programas que trazem cabo-verdianos para estudar no Brasil. De 2000 a 2005, vieram 1.093 estudantes de graduação e 36 de pós-graduação.




Do site do MEC. E falando nisso, será que o Itamaraty, que por algum motivo considera a si próprio um bom ministério, já fez as contas do montante de ajuda externa doado pelo governo brasileiro?

19.8.05

Lugares estranhos do mundo IV

Alang, Estado de Gujarat, Índia




Estaleiros são a indústria mais antiga do mundo. Instalações físicas e relações de trabalho similares às fábricas da era industrial já eram necessárias para a montagem de navios há milhares de anos, e o Arsenal de Veneza chegou a montar mais de 70 navios em oito semanas, durante os preparativos para a batalha de Lepanto. Apesar disso, são também das indústrias mais high-tech do mundo, já que a concorrência é estritamente global, o que não deixa de ser apropriado, considerando-se a função do que é construído neles. Apesar do perigo continuar presente quando se monta um treco do tamanho de uma cidade, um estaleiro como o Hyundai ou a Ishikawajima-Harima usa mão de obra altamente qualificada e ferramentas sofisticadas - fora o status, o nível de capital humano e tecnológico se sai bem na comparação com qualquer universidade. Até em estaleiros de segunda, como o da Brasfels, ex-Verolme, aqui em Angra, ou o Sermetal, ex-Ishibrás, na ponta do Caju, você vê uma indústria razoavelmente sofisticada, mas e pra onde vão os produtos deles quando acabam? Navios duram. Se um carro de cinco anos é velho há trens e navios de cinquenta ainda firmes e fortes (não é o caso do São Paulo, né Foch). Mas eles eventualmente acabam; a idade média deles irem pro ferro-velho é de uns vinte e cinco a trinta e cinco anos, e quando acabam são uns tranbolhos sem tamanho. Além das milhares de toneladas de metal enferrujando, você tem lixo tóxico acumulado pelos cantos; tem os resíduos das gerações de marujos filipinos que dormiram ali; tem os óleos do motor e os restos da carga. Por conta disso tudo, a maioria dos países baniu ou regulou pra cacete a construção de ferros-velhos navais em suas praias. E é difícil desmontar algo que foi feito pra resistir ao Mar Oceano.

A solução está em Alang, que até o começo dos anos 80 (quando as operações de desmonte de navios ao redor do mundo foram ficando inviáveis), era uma praiazinha pacata, lugar de veraneio de classe média-baixa das cidades mais próximas. Então começaram a chegar os navios, todos meio caindo aos pedaços. O primeiro era um cargueiro de fosfato, um navio de carga média, mas ainda assim maior do que um encouraçado da segunda guerra mundial. Morreram dois homens no desmonte, artesanal, feito com os navios embicados na areia, por homens de pés descalços no meio da ferrugem e maçarico na mão. Depois a quantidade foi crescendo, a praia praticamente desapareceu debaixo das montanhas de metal. Navios militares, com chapas de aço de 20cm de grossura caindo dos flancos; superpetroleiros com o convés da altura de um arranha-céu; navios refrigerados, com rolos quilométricos de cobre esverdeado sendo pacientemente arrancados dos porões. Hoje, a areia da praia de Alang é cor de pedacinhos de navio, e sempre há mais navios para serem puxados (parecem os trabalhadores do Volga, do Repin) durante a maré alta. A produção de sucata de aço de Alang, 30 milhões de toneladas, já passou a produção anual de aço da maioria dos países.

Cemitério de elefantes que nada. Alang é onde o maior animal que existe vai para morrer, com vinte mil formiguinhas humanas limpando os ossos.





OBS - post corrigido após comentários.

E agora, José?

A Petrobrax foi inventada com uma meta quase tautológica : a campanha "o petróleo é nosso" queria que o petróleo fosse nosso; a partir do momento em que ele o era, não havia mais meta. Então, o objetivo da empresa foi redefinido como o gerenciamento do déficit brasileiro de hidrocarbonetos. A auto-suficiência passa a ser um objetivo a partir das descobertas de supercampos no litoral fluminense, um objetivo que acabou de ser, ou está prestes a ser, dependendo do seu critério, atingido. Acabou de ser porque o que se extrai de petróleo do porão brasileiro é a mesma quantidade que o Brasil gasta. Prestes a ser, porque o petróleo brasileiro é pesado, com muito alcatrão e pouca gasolina, então nós exportamos parte desse petróleo ruim e compramos petróleo leve de fora - isso também acontece porque as refinarias brasileiras antecedem a Bacia de Campos, mas mesmo que todas elas pudessem processar óleo pesado, o déficit de gasolina continuaria. Daqui a um ou dois anos, o importante vai acontecer - a conta de petróleo brasileira, em dólares, vai ser superavitária.

E aí? O que fazer com a Petrobras quando ela conseguiu atingir seu objetivo? Mais especificamente, o que fazer com os 20 bilhões de lucro anual da empresa?

A alternativa D, de Dilma, parece ser a de converter a empresa em uma empresa de hidrocarbonetos em geral, ou seja, incentivar o negócio de gás natural. Como este é incipiente, ela inclui o incentivo a termelétricas aquecidas pelo gás natural, além do carro a gás. MAS essa política tem uma série de pontos contra. O principal é que as reservas de gás brasileiras, mesmo com as novas descobertas no litoral sul fluminense, não são o bastante para suprir um mercado de gás para transporte ou geração elétrica, muito menos os dois. A Petrobras parece contar, para esse suprimento, com as reservas dos vizinhos, mas isso só funciona em termos imperialistas. Ora, o Brasil não tem meios nem apoio popular para se depôr um presidente boliviano saidinho. Graças a Deus. O outro ponto contra é ecológico : usinas a gás contribuem para o efeito estufa, e aquecem em até 40º a água que sai de seus sistemas de resfriamento, o que pode ser mais danoso ao curso d'água do que seria uma hidrelétrica da mesma potência. E a infraestrutura de gás é dedicada e caríssima.

A alternativa PM, a dos dividendos, seria pôr a empresa em ponto morto. Investimentos, só os suficientes para manter a auto-suficiência em petróleo, e pagamento dos maiores dividendos possíveis, reforçando o caixa do governo. Não há, rigorosamente, nada contra esta alternativa, que poderia ainda incluir a manutenção do papel da empresa na regulação dos preços internos e no fomento à indústria.

A alternativa plus se trata de mudar o foco. Se uma empresa de hidrocarbonetos é problemática para o Brasil, uma empresa de energia é necessária, e a Eletrobrás não anda tão bem assim. Ora, se a Petrobrax absorvesse a Eletrobrás, os investimentos poderiam ir para usinas eólicas, que são mais baratas do que usinas a gás a partir do momento em que o barril de petróleo passa de 40 dólares (está em 65). Os maiores "campos" de vento do Brasil estão no vale do São Francisco e ao longo da costa do Nordeste, mais áreas marítimas ao longo do litoral. Com grandes usinas eólicas nessas áreas, linhões partindo delas para ambos os pólos consumidores seriam mais baratos do que a idéia de se construir hidrelétricas nos confins da Amazônia, e graças à posição intermediária integrariam o sistema elétrico nacional melhor; o moinho de vento é menos centralizado do que a hidrelétrica, e não implicaria a desapropriação da terra dos agricultores (o aluguel pago a estes melhorou muito a situação econômica de partes da Espanha, quando puseram os moinhos lá); e os problemas ambientais do moinho se resumem a uns pássaros mortos e poluição sonora.

A alternativa menos seria quase o contrário : ao invés de se fundir duas empresas gigantes, quebrar a petrobrás em pedacinhos, para deixar de ter uma única empresa pagando um quarto de todo o ICMS nacional. Exploração e produção ("upstream," no jargão, "que fura poço" em severinês), distribuição, e refino, e agora geração elétrica e petroquímica. Não necessariamente no sentido de privatizar - e vice-versa; a Vale deveria ter sido quebrada, mas foi privatizada em uma peça só, essa alternativa tem sub-alternativas, que podem ser usadas em cada um dos "pedaços" - privatizar, entregar aos governos estaduais, quebrar em pedacinhos fora o quebrar em pedacinhos necessário para a alternativa estadual - por exemplo, as refinarias poderiam virar uma empresa cada, e o upstream mesmo sozinho é grande demais para privatizar em um bloco só no Brasil, integrar a outras estatais, eg a Transpetro fazendo parte de um Lloyde Marítimo ressuscitado, ou a área de térmicas entrando na Eletrobrás, repartir as ações entre os funcionários.

A alternativa E, de Exxon, era a do governo anterior, e não deixa de fazer parte da atual direção - tratar a Petrobras como uma empresa de petróleo privada, de expansão indefinida, não só no Brasil mas onde quer que se possa ter lucro. O que bate de novo na questão do imperialista desdentado, mas não tanto quanto a opção D, já que não se está falando de interesses nacionais e suprimento, então (por exemplo) a empresa poderia investir em mercados estáveis, como os próprios EUA, onde acaba de comprar campos exploratórios.

16.8.05

Pra quem sente falta de Dumas no noticiário

Chechenos pensam em ressuscitar a poligamia

e

Cai o número de ocorrências de pirataria no mundo

Pirataria, esteja bem entendido, não é um mané copiando MP3 de outro, é pirataria de verdade, io rô rô rô e uma garrafa de rum. A costa brasileira registra ocorrências, principalmente no estirão entre Vitória e Salvador e no pedaço a norte do Ceará.

15.8.05

Os restos do banquete

Argentina received significant amounts of foreign direct investment (FDI) inflows
during the 1990s. At the same time, deep structural reforms were introduced,
forcing domestic firms to rapidly undertake restructuring processes in order to adapt
to the new economic and institutional environment. This paper explores to what
extent FDI helped or hindered those restructuring processes, analyzing whether
positive (or negative) productivity spillovers arose from the increasing presence of
TNCs affiliates. We found that TNCs affiliates had higher productivity levels than
domestic firms and that the latter, on average, received neither positive nor negative
horizontal and vertical (backward) spillovers from the growing presence of foreign
firms in the local economy. However, we also found that domestic firms with high
absorption capabilities reaped positive spillovers from TNCs presence while those
with low absorption capabilities were more likely to receive negative spillovers. The
main policy lesson that arises from these findings is that developing countries which
attract significant FDI inflows should not take for granted that domestic firms will
benefit from TNCs presence, since this will mainly happen when absorption
capabilities are present to be able to receive both horizontal and vertical spillovers.


Aqui

e a experiência russa aqui

Morreu o Cheeeefe.

Sacanagem.

As primeiras vítimas do Mensalão

O Brasil tem renda igual à média mundial, o que significa que é maior do que a média do terceiro mundo. Tem um sistema de saúde universal, coisa que não só subdesenvolvidos passam sem - os cidadãos do Império americano também não sabem o que é um SUS, a não ser quando invejam o Canadá. Apesar disso, morre-se mais aqui do que na média do terceiro mundo hors-África.

E, pelo visto o pessoal vai continuar morrendo.

9.8.05

MWAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Se você acha que o limite do circo nacional é a Denise Frossard catando comunistas debaixo da cama, o ACM Neto posando de bonzinho, a loura do Severino virando assunto sériissimo no Elio Gaspari ou o Roberto Jefferson virando ídolo das massas (de grão duro italiano), você ainda não viu nada.

Roubado do Contra o Consenso.

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou na semana passada a regulamentação da profissão de astrólogo. Para o autor do projeto, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), é importante incutir na cultura brasileira um pensamento astrológico correto. "E não há meio mais efetivo para isso do que a regulamentação, que permitirá uma fiscalização mais rigorosa dessa atividade", argumenta.
Ao recomendar a aprovação da proposta, o relator Leonardo Picciani (PMDB-RJ) apresentou três emendas ao texto apenas para deixar mais clara a redação final. Segundo o relator, as mudanças foram sugeridas pelo Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro (Sinarj) após a realização de debates com os profissionais do setor.

Carta astrológica
O texto define como astrólogo o profissional que estabelece juízos a partir do estudo das configurações do céu, calculando e elaborando cartas astrológicas. A atividade também poderá ser exercida por pessoas jurídicas.
O projeto prevê as regras e condições para o exercício da profissão, entre as quais a exigência de habilitação em cursos reconhecidos por associações de astrologia, jornada de trabalho de 30 horas semanais e a possibilidade de prestar serviços a órgãos públicos. O mercado astrólogo será restrito aos profissionais reconhecidos, inclusive para atuar em meios de comunicação que divulguem conhecimento correlato à atividade, como horóscopos.
Ainda de acordo com a proposta, a fiscalização da profissão caberá a um conselho federal e a conselhos regionais. Até a constituição dessas entidades, o controle será feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do registro dos profissionais nas respectivas delegacias regionais do Trabalho ou em sindicatos, cooperativas e associações.

Títulos versus corpos

Do Estadão :

"Destruição por queimadas dispara no país"


Segundo Setzer, neste ano em todo território nacional foram constatados 32.300 focos ante 43.600 no mesmo período do ano passado. Houve redução de incêndios na Amazônia e em Mato Grosso, mas isso não significa que a destruição será menor.

"Agosto está apenas começando e não dá pra prever o que vai acontecer." De acordo com Setzer, a redução se explica por dois fatores. "O alto valor da moeda brasileira frente às estrangeiras inviabiliza a abertura de novas áreas para a agropecuária e há maior fiscalização pelo impacto negativo do desmatamento recorde no ano passado", explica.


detalhe - em parte por conta da Motosserra de Ouro e suas repercussões políticas, em parte por conta da purga no IBAMA da região,


Enquanto na Amazônia e em Mato Grosso houve queda, Pará, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Roraima tiveram avanços. Em território paulista, por exemplo, o volume de queimadas subiu de 1.300 para 2 mil focos. No Pará, de 4.500 para 7.200.

"O Estado de São Paulo vem combatendo cada vez menos as queimadas. Percebe-se que, de quatro anos para cá, as campanhas promovidas pelo governo, como a Operação Mata-Fogo, estão menos eficazes e com menor efetivo", diz Setezer. O Comando do Corpo de Bombeiros do Estado informou que a Operação Mata-Fogo é feita durante o ano todo e intensificada de junho a outubro. Afirmou ainda que o número de pessoas em cada operação depende da ocorrência do fogo em florestas e matas.


Gigante pela própria naturee-eza



Unha encravada cinemascope.

O primeiro-ministro Junichiro Koizumi, do Japão, pretende fazer a maior privatização do mundo. O impressionante é, considerada a diferença de situação econômica entre os dois países, a similaridade dos argumentos a favor da privatização, cá e lá. E quando eu digo "diferença," não estou falando simplesmente que "o Brasil é pobre e o Japão é rico," estou falando de praticamente cada detalhe da economia estar em pólos opostos. O Japão sofre com deflação e excesso de poupança, o Brasil inflação e falta de crédito. O Japão enfrenta uma superabundância de infraestrutura (sim, isso existe), no Brasil ela falta. O Japão tem problemas com a transição do setor secundário, aqui os operários já foram demitidos. Etc etc etc.

3.8.05

Terceirizando o xingatório

Observatório da Imprensa, sobre o comportamento da grande imprensa.

O melhor pedaço é esse aqui :

Lá pelas tantas, a colunista Leila Reis, do caderno de TV do Estadão, volta a cutucar a espinha atravessada na garganta da elite, a Operação Narciso, da Polícia Federal. Diz ela:

"Não vem ao caso especular o que está por trás de cada operação. Dessa tarefa, os shows de conversa fiada dão conta muito bem. Se o high society foi punido para desviar a atenção dos malfeitos da classe operária é algo a ser tirado a limpo mais adiante".




Depois a Margareth Thatcher vem dizer que acabou a luta de classes.

2.8.05

Banana Republic

A nossa vitória na OMC

Ou, pra resumir,

European import rules have been designed to favour former colonies from Africa and the Caribbean (ACP) region rather than Latin America, where US companies control vast banana plantations.

Direito à propriedade

Versão apartada.

Enquanto isso, o Brasil é o único país no qual a reforma agrária sonhada não afeta todos os latifúndios, mas só os "improdutivos."

Latifúndio improdutivo



French aristocrats popularized the idea of the green grassy lawn in the eighteenth century, when they planted the agricultural fields around their estates to grass, to send the message that they had more land than they needed and could therefore afford to waste some. Meanwhile, French peasants starved for lack of available ground, and the resulting frustration might have had something to do with the French Revolution in 1789.

Today, 58 million Americans spend approximately $30 billion every year to maintain over 23 million acres of lawn. That’s an average of over a third of an acre and $517 each. The same size plot of land could still have a small lawn for recreation, plus produce all of the vegetables needed to feed a family of six. The lawns in the United States consume around 270 billion gallons of water a week—enough to water 81 million acres of organic vegetables, all summer long.

Lawns use ten times as many chemicals per acre as industrial farmland. These pesticides, fertilizers, and herbicides run off into our groundwater and evaporate into our air, causing widespread pollution and global warming, and greatly increasing our risk of cancer, heart disease, and birth defects. In addition, the pollution emitted from a power mower in just one hour is equal to the amount from a car being driven 350 miles. In fact, lawns use more equipment, labor, fuel, and agricultural toxins than industrial farming, making lawns the largest agricultural sector in the United States. But it’s not just the residential lawns that are wasted on grass. There are around 700,000 athletic grounds and 14,500 golf courses in the United States, many of which used to be fertile, productive farmland that was lost to developers when the local markets bottomed out.

Turf is big business. $45 billion a year big. The University of Georgia has seven turf researchers studying genetics, soil science, plant pathology, nutrient uptake, and insect management. They issue undergraduate degrees in Turf. The turf industry is responsible for a large sector of the biotech (GMO) industry, and much of the genetic modification that is happening in laboratories across the nation is in the name of an eternally green, slow growing, moss-free lawn.

These huge numbers are somewhat overwhelming, if not completely incomprehensible, but they make the point that lawns are not only a highly inefficient use of space, water, and money; they are seriously contributing to the rapid degradation of our natural environment.


Um detalhe que os verdes californianos não se lembraram é que o gramado se popularizou primeiro nos dois lados do canal da mancha e no vale do Loire, que são o habitat natural da grama baixinha, com chuva miúda quase todo dia. Não na Califórnia semidesértica.

1.8.05

PPP, Ferroanel, e apagão logístico

Em Chicago


Passage of a landmark US federal transportation bill last week clears the way for work to start on a $1.5bn project to ease rail bottlenecks around Chicago, the largest US transportation hub, officials said at the weekend.

The scheme, the first large-scale US public-private initiative to tackle infrastructure bottlenecks, was announced last year to improve Chicago's congested transport networks.

One third of all US rail freight passes through Chicago, the only US city where the six biggest US and Canadian privately run railways meet to interchange freight.

However, much of the rail infrastructure dates from the 1880s and is struggling to cope with rising traffic as the US economy improves and trade to Asia booms.

It can take rail freight as long to pass through Chicago’s clogged rail yards as it takes for it to travel to Chicago from the ports of the Pacific north-west.

The Create project’s backers, including railroad executives and public officials, warned last year that a projected near doubling of rail and road freight moving through the Chicago region in the next 25 years would lead to “meltdown into gridlock” unless urgent measures were taken to improve infrastructure.

James LaBelle, deputy director of Chicago Metropolis 2020, a civic group made up of regional businesses, said of last week’s Senate vote: “This is the first time that the federal government has specifically authorised capital investments in a nationally significant freight project. It’s a major step.”

The project already has commitments from railroad companies - such as Union Pacific and Burlington Northern Sante Fe - of $212m, but the money had been conditional on about $900m of pledges from federal and state sources.

Mr LaBelle said that while the $100m agreed under the new legislation fell short of that, legislators “did what they could to get the ball rolling”.

“It will help Create proceed. The project wasn’t going to be completed in the four year time period that this [federal] bill covers anyway,” he said.

The six-year Create scheme involves 70 projects that include replacing 1930s-era switching systems and the building of six “rail-to-rail flyovers” - overpasses and underpasses that will to separate passenger trains from freight trains.

Shoot to Kill

Só pra refrescar a memória :

Shoot to Kill .br

Shoot to Kill by Tony the Poodle

Shoot to Kill mirim