"Revitalização," mesmo quando é levada a sério, é uma palavra controversa, que muitas vezes significa, na verdade, uma "requalificação," em que os habitantes originais de uma área simplesmente são expulsos e substituídos por outros, mais ricos e portanto melhores (mais vivos, a se seguir pela nomenclatura, o que surpreenderia à Lady Chatterley). Em alguns casos, como na Riva de Bilbao e em Puerto Madero, ou nas docas centrais londrinas,* o ambiente humano original foi completamente substituído por um ambiente suburbano nas relações, se não na forma. É a "gentrification," primeiro identificada nos países anglo-saxões, e cujo caso mais famoso é a área SOuth of HOuston street, de Nova Iorque.
Pois bem, no Rio a coisa é mais simples. Afinal, o projeto do César Maia de revitalização do centro envolve, não a retransformação de cortiços em velhos casarões de volta em casarões, ou a utilização residencial de armazéns, mas a criação de condomínios à moda da Barra da Tijuca no Centro. E shopping centers. Oh joy.
O consolo é que ele ainda se preocupa mais em ajudar a Barra do que em "ajudar" o Centro.
*Não confundir com as imensas Docklands mais afastadas, que são um projeto mais parecido com La Defense parisiense do que com outros projetos de revitalização.
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