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30.8.05

Depois eu que sou alarmista

A Economist acha que o furacão Katrina pode causar uma recessão em escala planetária. Faz até sentido, tanto a produção quanto a importação de petróleo americanas dependem da cidade antigamente conhecida como Nova Orleáns, hoje Nova Atlântida. E a exportação de produtos agrícolas, que responde por boa parte da economia e exportações do país mais "industrializado" do mundo, sai por lá também, depois de chegar via hidrovia do Mississippi.

Ninguém ainda sabe o que é feito do Bairro Francês que tanto fascinou os americanos, apesar de ser só mais uma cidade velha como tantas outras de Cuba ao Rio de Janeiro. Provavelmente vai ter que ser reconstruído que nem as "históricas" cidades européias made in década de 50. E americanos pobres estão morrendo na noite da Luisiana, e do Alabama, e do Mississípi, que já são, mesmo sem furacão, três dos cinco estados americanos com mais gente "em situação de insegurança alimentar," o eufemismo-jargão técnico pra "morrendo de fome."

Enquanto isso, do lado de cá, o Furlan diz que o crescimento de 2005 pode ficar em 5%. Parece implausível, por enquanto, é quase dois pontos a mais do que o consenso. Mas o Furlan já esteve certo nessa disputa com "o mercado" antes, e a FGV constatou, apesar da crise política, um aumento considerável dos investimentos industriais previstos para se concretizarem até o final deste ano. Que nem depende, como em 2003 e 2004, da Petrobrás, apesar dela ainda ser responsável por quase metade do total de investimentos da indústria. E parece que o Lula vai apostar na economia pra tentar se reeleger - até o saneamento parece que vai ter a torneira aberta, apesar dos governadores inimigos se beneficiarem mais do que o governo federal. Ou seja, vamos ter (a não ser que o Katrina realmente chute o balde da economia americana) três anos seguidos de crescimento de verdade da renda per capita.
A última vez foi em 1993-1995, e em três anos do governo FH e um do Lula houve diminuição da renda per capita.

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