Nos últimos dias, o governo Lula parece determinado a me fazer votar em outro candidato. Não vai conseguir porque, sinceramente, os dois outros com mais chances de levar a presidência não são políticos, são vilões de opereta. Alckmin, obreiro da Opus Dei, com revistas constantes nas ruas e rebeliões diárias nos presídios, entregando o patrimônio do estado a seus correligionários pseudo-pios, professando a fé no que é bom para a Daslú (nem sequer é para a GM), parece o Inocêncio IV de Grendel. Garotinho está meio pra Pai Ubu. E, apesar de tudo, o governo Lula tem alguns pontos pra pôr no currículo, de ter desarmado a bomba econômica armada pelo FH à instituição, 70 anos depois da hora, de uma rede de proteção social, ao software livre, ao restabelecimento do orçamento do sistema federal de pesquisa, incluídas as universidades federais.
Mas só nos últimos dias, o governo, fora ter descido quase ao nível da oposição na CPI Suprema e Absoluta que Pode Tudo ("dos bingos," para os não-iniciados), anunciou que vai acabar de detonar o que sobrou da Baía da Guanabara, fazendo uma refinaria ao lado da reserva ecológica (a refinaria não só polui como também usa água, que hoje forma os rios de mangue - como já foi o caso em Caxias), pisou no acelerador da idéia de jerico de fazer hidrelétricas no coração da Amazônia, deixou passar em branco o Mercosul indo pras cucuias, e ainda por cima colou um cartaz imenso na Rua das Laranjeiras que eu sempre tenho que ver, anunciando as obras absurdas de expansão-shopping center do Santos Dumont.
Fazer besteira tudo bem. Mas anunciar em outdoor?
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