SPOILER WARNING SPOILER WARNIND SPOILER WARNING DO NOT READ
A Fantástica Fábrica de Chocolate ganhou uma nova versão, cortesia do Tim Burton. Ele não costuma ser fiel ao original em suas refilmagens, mas dessa vez foi ainda menos que de costume - de certa forma, o filme todo é uma paródia do original. Aliás, corta o "de costume" - a mulher-gato secretária neurótica, ao som de Siouxsie, do Batman, com a Gotham city parecendo um pesadelo kitsch, também era uma puta paródia.
No caso, ao invés do duende malvado interpretado pelo Gene Wilder, o Sr. Wonka do Johnny Depp é bem humano, e mais : é os cornos do Michael Jackson, da voz aos trejeitos, à cor da pele. É um tanto engraçado, apesar de não ser muito surpreendente, que um cara conhecido por filmar contos de fadas tenha escolhido, quando lhe deram um conto de fadas propriamente dito, sacanear a coisa. A sequência do Wonka falando sobre a "contratação" dos Umpa-Lumpas remete desagradavelmente à escravidão; os acidentes das crianças não são consequência natural dos seus defeitos, são armados pelo Wonka. E sugestões assim são espalhadas ao longo do filme, que consegue bem ser ao mesmo tempo conto de fadas e paródia de conto de fadas.
O original ainda é melhor. Mas se Tim Burton resolver que precisa de terroristas suicidas, eu tô entre os voluntários.
Auferre, trucidare, rapere, falsis nominibus imperium; atque, ubi solitudinem faciunt, pacem appellant.
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27.7.05
Oxímoro
Parece que a Associação Comercial de São Paulo também acredita em Roberto Jefferson. Ele foi convidado pra dar a palestra "as reformas que(sic) o Brasil precisa."
Estado de direito
Ainda pensando na democracia brasileira, e na solene defesa do estado de direito feita pela FIESP e pela OAB, pensei em listar mais coisas, além da prisão com mandato e provas de ricos, que acontecem nessa nossa democracia de faz de conta:
Morrem todo dia, nas mãos das forças de segurança, entre 5 e 10 brasileiros. Para comparação, isso é, todo ano, o que Israel matou de palestinos em cinco décadas.
Existem crimes de opinião, o mais comum sendo a "apologia ao crime" - que pega, inclusive, quem carregar um CD com um funk "proibidão" e for parado numa blitz. Não são contados como presos políticos os ditos, mas se fossem o Brasil provavelmente passaria Cuba no ranking dos Repórteres sem Fronteiras.'
Existem dezenas de milhares de presos cujas penas já correram. Em outras palavras, dezenas de milhares de inocentes presos. É claro que, sendo "bandidos," eles não são tão inocentes assim.
A estratificação social brasileira, criticada quando abstraída em "desigualdade," é defendida com unhas e dentes pela "classe média," e considerada natural pela "classe baixa." Na Grã-Bretanha da pena de morte, nobres tinham direito à decapitação, enquanto a ralé era enforcada. Aqui, os "dotô" (e a jurisprudência já existe concedendo aos ricos o direito a esse tratamento) têm direito a cela especial.
Esse vai ser um tópico editado....
Morrem todo dia, nas mãos das forças de segurança, entre 5 e 10 brasileiros. Para comparação, isso é, todo ano, o que Israel matou de palestinos em cinco décadas.
Existem crimes de opinião, o mais comum sendo a "apologia ao crime" - que pega, inclusive, quem carregar um CD com um funk "proibidão" e for parado numa blitz. Não são contados como presos políticos os ditos, mas se fossem o Brasil provavelmente passaria Cuba no ranking dos Repórteres sem Fronteiras.'
Existem dezenas de milhares de presos cujas penas já correram. Em outras palavras, dezenas de milhares de inocentes presos. É claro que, sendo "bandidos," eles não são tão inocentes assim.
A estratificação social brasileira, criticada quando abstraída em "desigualdade," é defendida com unhas e dentes pela "classe média," e considerada natural pela "classe baixa." Na Grã-Bretanha da pena de morte, nobres tinham direito à decapitação, enquanto a ralé era enforcada. Aqui, os "dotô" (e a jurisprudência já existe concedendo aos ricos o direito a esse tratamento) têm direito a cela especial.
Esse vai ser um tópico editado....
Respeito às fontes
Versão Veja.
Apud coleguinhas, aí na lista de links. Levando a desconfiar se o Artur Virgílio, quando declara que a "Venezuelização" do Brasil está em curso, não escreve certo por linhas tortas : as "democracias" latino-americanas só duram até a hora da troca de grupo hegemônico. Aí é crise. Imagina se algum governo democrático nosotro-chicano desse uma de Labour (versão pré-Blair).
Apud coleguinhas, aí na lista de links. Levando a desconfiar se o Artur Virgílio, quando declara que a "Venezuelização" do Brasil está em curso, não escreve certo por linhas tortas : as "democracias" latino-americanas só duram até a hora da troca de grupo hegemônico. Aí é crise. Imagina se algum governo democrático nosotro-chicano desse uma de Labour (versão pré-Blair).
26.7.05
L'état, c'est Versailles
Eu reclamo demais da atenção exagerada a Brasília da imprensa brasileira, verdade. Mas um dos resultados que mais me incomodam, a nível de pessoa enquanto gente na condição de ser humano, é que boa parte das melhores reportagens de Rio sai nos jornais de bairro, enquanto a página de Rio se ocupa, geralmente, mais dos press releases da prefeitura e da parte policial.
Hipermetropia
MV Bill, em entrevista à Carta Capital, diz que viu, em Londres, "muitas Gisele Bündchen lavando chão." Penso que se referia à aparência teutônica mais do que à beleza, já que inglesas não são exatamente famosas pelo último quesito, apesar da Catherine Zeta-Jones e da Kate Moss). Alguma alma caridosa podia lhe pagar uma viagem de ônibus pro Sul do Brasil, mais pobre do que o Sudeste e onde Giseles Peitchens lavando chão são comuníssimas. Uma Gisele-Bündchen-lavando-chão, inclusive, virou colega da própria, a gaúcha Shirley Mallmann, ex-operária infantil de fábrica de sapatos.
A atitude do MV Bill elogiando Londres leva à inevitável conclusão de que a democracia racial, perdida desde que Florestan Fernandes a esqueceu num congresso da ONU, pelo visto pode ser encontrada, hoje, no Primeiro Mundo. Tudo bem, os ingleses que cá vêm também (às vezes) encontram o paraíso perdido.
A atitude do MV Bill elogiando Londres leva à inevitável conclusão de que a democracia racial, perdida desde que Florestan Fernandes a esqueceu num congresso da ONU, pelo visto pode ser encontrada, hoje, no Primeiro Mundo. Tudo bem, os ingleses que cá vêm também (às vezes) encontram o paraíso perdido.
Mamãe, não sou nazista
The Expatriate Achtung! You are 38% brainwashworthy, 27% antitolerant, and 14% blindly patriotic |
Congratulations! You are not susceptible to brainwashing, your values and cares extend beyond the borders of your own country, and your Blind Patriotism ("patriotism" for short) does not reach unhealthy levels. In Germany in the 30s, you would've left the country. One bad scenario -- as I hypothetically project you back in time -- is that you just wouldn't have cared one way or the other about Nazism. Maybe politics don't interest you enough. But the fact that you took this test means they probably do. I'm gonna give you the benefit of the doubt. Did you know that many of the smartest Germans departed prior to the beginning of World War II, because they knew some evil shit was brewing? Brain Drain. Many of them were scientists. It is very possible you could be one of them, depending on your age. Conclusion: Born and raised in Germany in the early 1930's, you would not have been a Nazi. |
Link: The Would You Have Been a Nazi Test written by jason_bateman on OkCupid Free Online Dating |
22.7.05
Continuando a série
Carlini critica estaleiros
O diretor da empresa francesa CMA/CGM no Brasil, Nélson Carlini, faz declarações surpreendentes a esta coluna. Diz que sua empresa tenta, há meses, conseguir cotação de preço junto a estaleiros brasileiros e se defronta com o desinteresse da construção naval.
- Registra-se uma situação kafkiana, pois minha empresa e outras querem fazer encomendas e não conseguem, pois os estaleiros parecem estar de olho apenas na série de navios da estatal Transpetro - diz. Carlini, como se sabe, já foi diretor de estaleiro - Verolme do Brasil - e, portanto, conhece problemas tanto da armação como da construção naval.
Cita que empresa privadas brasileiras de navegação correm o risco de perder os valores que acumularam com adicional de fretes, diante da posição inesperada dos estaleiros. Esse não é o caso da CMA/CGM, pois o adicional só beneficia empresas brasileiras. Já as empresas que operam navios brasileiros geram recursos do adicional, que só podem ser usados para construção de navios no país e caducam após três anos sem aplicação.
- Se eu estivesse à frente de empresa brasileira de navegação, entrava na justiça, pedindo o direito de importar, já que os estaleiros se recusam a fornecer preços firmes para encomendas.
http://www.netmarinha.com.br/coluna.asp?ID=3055
20.7.05
Capitalismo Tupinambá II
De um executivo da Vale do Rio Doce:
"Todos os projetos feitos no Brasil têm de ter apoio do BNDES. O banco vai ter de analisar nossa proposta dentro dos critérios dele e estamos abertos a ter a colaboração do banco"
Pra que foi que a gente privatizou essa bodega mesmo...?
Esse pedaço aqui, como eu já pitaquei, lembra o Larry Summers, o Swift do século XXI :
Fioca destacou que o banco vê ganhos potenciais em associar um investimento em produção de placas no Brasil, como o da Thyssen Krupp, a um sistema de acabamento do produto e de distribuição comercial no exterior.
Ao ponderar sobre a visão do BNDES, argumentou que essa estratégia pode ser perseguida tanto por uma empresa brasileira que tenha ativos para processamento das placas no exterior (caso da CSN), como por uma companhia estrangeira que decide produzir semi-acabados no Brasil para alimentar suas linhas de acabamento em outros países. "O projeto da Thyssen atende a esta questão relevante", realçou Fioca.
Na análise técnica do BNDES, assinalou, a verticalização da produção de aço é importante desde que o investidor conte com a fase de acabamento, independente desse processo final ocorrer no Brasil ou no exterior. E independente de o investimento ser de capital nacional ou estrangeiro.
O banco, explicou seu vice-presidente, leva em conta a problemática de o Brasil enfrentar barreiras comerciais para exportar para os Estados Unidos, por exemplo, produtos acabados. "Enquanto essa realidade existir, as empresas siderúrgicas, para crescer e serem competidores mundiais, terão de ter escala. E se a alternativa para ter escala e exportar, é ter acabamento lá fora, a gente aprova isso".
Corbellini disse que "de jeito nenhum vamos verticalizar a produção na CSA". Ele informou que o projeto prevê produzir placas para alimentar suas unidades de produção de laminados nos Estados Unidos e na Alemanha.
Imprima esta notícia
"Todos os projetos feitos no Brasil têm de ter apoio do BNDES. O banco vai ter de analisar nossa proposta dentro dos critérios dele e estamos abertos a ter a colaboração do banco"
Pra que foi que a gente privatizou essa bodega mesmo...?
Esse pedaço aqui, como eu já pitaquei, lembra o Larry Summers, o Swift do século XXI :
Fioca destacou que o banco vê ganhos potenciais em associar um investimento em produção de placas no Brasil, como o da Thyssen Krupp, a um sistema de acabamento do produto e de distribuição comercial no exterior.
Ao ponderar sobre a visão do BNDES, argumentou que essa estratégia pode ser perseguida tanto por uma empresa brasileira que tenha ativos para processamento das placas no exterior (caso da CSN), como por uma companhia estrangeira que decide produzir semi-acabados no Brasil para alimentar suas linhas de acabamento em outros países. "O projeto da Thyssen atende a esta questão relevante", realçou Fioca.
Na análise técnica do BNDES, assinalou, a verticalização da produção de aço é importante desde que o investidor conte com a fase de acabamento, independente desse processo final ocorrer no Brasil ou no exterior. E independente de o investimento ser de capital nacional ou estrangeiro.
O banco, explicou seu vice-presidente, leva em conta a problemática de o Brasil enfrentar barreiras comerciais para exportar para os Estados Unidos, por exemplo, produtos acabados. "Enquanto essa realidade existir, as empresas siderúrgicas, para crescer e serem competidores mundiais, terão de ter escala. E se a alternativa para ter escala e exportar, é ter acabamento lá fora, a gente aprova isso".
Corbellini disse que "de jeito nenhum vamos verticalizar a produção na CSA". Ele informou que o projeto prevê produzir placas para alimentar suas unidades de produção de laminados nos Estados Unidos e na Alemanha.
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19.7.05
Capitalismo se for
Post atrasadíssimo devido à preguiça :
A reação à prisão da filha das Lú foi proporcional ao impacto que a fundação da loja tinha conseguido, pouco antes. Dividiu o país - ou melhor, suas chattering classes, mais ou menos, entre "direita" e "esquerda," mostrando que o grau de polarização brasileiro já está pelo menos tão alto quanto nos EUA, e a relevância da classificação de mãos, apesar da sua nebulosidade.
Houve muito de jacobinismo nos que comemoraram a prisão da Eliana Tranchesi, sem dúvida, e o jacobinismo não é privilégio da esquerda ou contra a direita, que o digam as críticas do Elio Gaspari ao fato de Brasília continuar usando poltronas Barcelona. Mas o interessante, pra mim pelo menos, foi o insólito de algumas das reações de apoio à moça. Primeiro, que a FIESP tenha se mobilizado pra defender uma importadora. Normalmente, que eu saiba, associações industriais pedem que se compre seus produtos, ao invés de partir em defesa da concorrente.
Segundo, a associação que se fez por aí entre a Daslú e o capitalismo. Ora, o espírito do capitalismo pode ter mudado muito desde Weber, mas a princípio, simplificando grosseiramente, capitalismo seria a acumulação de capital (adiando a fruição da riqueza) para investimento. Não tem absolutamente nada a ver com uma elite em que governo e riqueza privada se confundem comprando artigos de luxo importados. Duvida que governo e riqueza privada se confundem? Peça à primeira-dasluzete Sofia Alckmin que lhe venda um Mercedes, e vá ao aeroporto de Congonhas, para pegar seu jatinho em direção ao aeroporto José Sarney. Como jatinhos não têm tanta autonomia de vôo assim, pare para reabastecer no aeroporto Luís Eduardo Magalhães. De lá, desça ao Mato Grosso, e pergunte aos órgãos de proteção do meio ambiente do Mato Grosso como vai a fiscalização sobre as fazendas Maggi.
"Capitalismo," no vocabulário político brasileiro, parece ter sido pervertido para significar os interesses dos ricos. Nada contra a migração semântica, se não continuassem a usar todas as conotações e associações ligadas ao significado original da palavra. "Capitalismo," no sentido tupiniquim, não tem nada a ver com o "capitalismo" que seria capaz de gerar renda, teria a ver com liberdade de oportunidades, etc...
Pra não limpar a barra do capitalismo (sentido gringo), tenho que ressalvar que a matéria elogiosa da Exame aos fazendeiros donos de escravos faz todo o sentido. Ao contrário do que Marx pensava, o Brasil demonstrou que capitalismo é compatível com escravos, sim. (Curiosidade: um dos primeiros a demonstrar isso foi o FH).
A reação à prisão da filha das Lú foi proporcional ao impacto que a fundação da loja tinha conseguido, pouco antes. Dividiu o país - ou melhor, suas chattering classes, mais ou menos, entre "direita" e "esquerda," mostrando que o grau de polarização brasileiro já está pelo menos tão alto quanto nos EUA, e a relevância da classificação de mãos, apesar da sua nebulosidade.
Houve muito de jacobinismo nos que comemoraram a prisão da Eliana Tranchesi, sem dúvida, e o jacobinismo não é privilégio da esquerda ou contra a direita, que o digam as críticas do Elio Gaspari ao fato de Brasília continuar usando poltronas Barcelona. Mas o interessante, pra mim pelo menos, foi o insólito de algumas das reações de apoio à moça. Primeiro, que a FIESP tenha se mobilizado pra defender uma importadora. Normalmente, que eu saiba, associações industriais pedem que se compre seus produtos, ao invés de partir em defesa da concorrente.
Segundo, a associação que se fez por aí entre a Daslú e o capitalismo. Ora, o espírito do capitalismo pode ter mudado muito desde Weber, mas a princípio, simplificando grosseiramente, capitalismo seria a acumulação de capital (adiando a fruição da riqueza) para investimento. Não tem absolutamente nada a ver com uma elite em que governo e riqueza privada se confundem comprando artigos de luxo importados. Duvida que governo e riqueza privada se confundem? Peça à primeira-dasluzete Sofia Alckmin que lhe venda um Mercedes, e vá ao aeroporto de Congonhas, para pegar seu jatinho em direção ao aeroporto José Sarney. Como jatinhos não têm tanta autonomia de vôo assim, pare para reabastecer no aeroporto Luís Eduardo Magalhães. De lá, desça ao Mato Grosso, e pergunte aos órgãos de proteção do meio ambiente do Mato Grosso como vai a fiscalização sobre as fazendas Maggi.
"Capitalismo," no vocabulário político brasileiro, parece ter sido pervertido para significar os interesses dos ricos. Nada contra a migração semântica, se não continuassem a usar todas as conotações e associações ligadas ao significado original da palavra. "Capitalismo," no sentido tupiniquim, não tem nada a ver com o "capitalismo" que seria capaz de gerar renda, teria a ver com liberdade de oportunidades, etc...
Pra não limpar a barra do capitalismo (sentido gringo), tenho que ressalvar que a matéria elogiosa da Exame aos fazendeiros donos de escravos faz todo o sentido. Ao contrário do que Marx pensava, o Brasil demonstrou que capitalismo é compatível com escravos, sim. (Curiosidade: um dos primeiros a demonstrar isso foi o FH).
14.7.05
Detalhes tão pequenos de nós dois
A pesquisa CNT-Sensus, que tanta surpresa causou à imprensa, foi denunciada pelo líder da Força Sindical como sendo feita pelo e para o governo. Acertou o substantivo, errou o adjetivo : a Confederação Nacional dos Transportes é presidida pelo vice-governador de Minas Gerais.
Em que interessa à CNT a auferição da popularidade presidencial, aliás?
Em que interessa à CNT a auferição da popularidade presidencial, aliás?
13.7.05
Matemática Jornalística II
D'O Globo :
Diante desse quadro, os empresários se mostraram pessimistas ao avaliar as possibilidades de reação da economia nos próximos três e seis meses. Para 19%, a demanda vai diminuir ainda mais entre julho e setembro, enquanto 43% apostam em ampliação.
Diante desse quadro, os empresários se mostraram pessimistas ao avaliar as possibilidades de reação da economia nos próximos três e seis meses. Para 19%, a demanda vai diminuir ainda mais entre julho e setembro, enquanto 43% apostam em ampliação.
12.7.05
Der Vampir mit der Kamera
Alabama, 1994 - Punishment post on the chain gang. Photo by James Nachtwey
A expressão "Vampiro de câmera" é da mulher dele, falando do medo de ser um explorador da miséria alheia.
11.7.05
Odeio César Maia MESMO
Mas os aliados dele, mesmo os que não são assassinos confessos, também não ficam atrás. A mafiosação do Rio, através das mineiras e de favelas planejadas como Rio das Pedras, é uma das correntes da administração César Maia. A outra é declarada : transformar a frase que segue, tirada de um artigo quase analfabeto do Índio da Costa, em realidade
A Barra é o novo centro de negócios do Rio e merece a oportunidade de se igualar aos grandes centros do mundo, como Paris, Londres e cidades da Europa e dos Estados Unidos que adotaram esta forma de transporte leve sobre trilhos.
Em outras cidades, o esvaziamento de áreas centrais é um problema urbanístico enfrentado pelo poder público. No Rio, é objetivo desse poder.
A Barra é o novo centro de negócios do Rio e merece a oportunidade de se igualar aos grandes centros do mundo, como Paris, Londres e cidades da Europa e dos Estados Unidos que adotaram esta forma de transporte leve sobre trilhos.
Em outras cidades, o esvaziamento de áreas centrais é um problema urbanístico enfrentado pelo poder público. No Rio, é objetivo desse poder.
Decepção
Ao contrário de um número aparentemente imenso de brasileiros, não estou decepcionado com o PT. Dois motivos : Primeiro, talvez por ser meio autista, não embarquei na catarse coletiva da caça às bruxas, que transforma qualquer coisa, mesmo que seja perfeitamente legal e até ética, mesmo que a acusação se prove falsa, em mais uma prova de que o PT não presta. Caça às bruxas demonstrada da melhor maneira pelo Artur Xexéo, levantando suspeitas sobre aqueles que não se juntaram ao coro. Segundo, ao contrário de outros, eu pelo menos já havia ouvido falar de Babú e Benedita, nunca suportei o Suplicy ou a Heloísa Helena, e sabia, portanto, há muito tempo que o PT não era um partido de virgens estilitas. (O estranho é que a nossa imprensa, classe alta, que nunca viu o partido com muitos bons olhos, fique tão chocada com a "revelação" de sua condição terrena.)
Decepcionado eu estou é com os decepcionados. Apesar de não ser petista, eu tinha a ilusão de que o voto no PT representava uma opção por um projeto mais ou menos social-democrata. Era o voto no Bolsa-Família, no orçamento participativo, na atuação das secretarias ou ministérios do trabalho, na educação primária. Doce ilusão. Votavam mesmo era na UDN de barba.
Decepcionado eu estou é com os decepcionados. Apesar de não ser petista, eu tinha a ilusão de que o voto no PT representava uma opção por um projeto mais ou menos social-democrata. Era o voto no Bolsa-Família, no orçamento participativo, na atuação das secretarias ou ministérios do trabalho, na educação primária. Doce ilusão. Votavam mesmo era na UDN de barba.
9.7.05
Verdureiro
Espero sinceramente que essa estória do assessor do irmão do Genoíno entre pro anedotário nacional. É quase tão boa quanto a nanica justificativa da loteria.
E, claro, no clima de caça às bruxas que se instaurou, ela é "mais uma prova" no julgamento extra-judicial do PT. O cômico da coisa é que o PT tem, ele mesmo, uma queda para o lacerdismo, resultando numa paralisia diante da acusação, já que o primeiro instinto petista é acusar e se indignar, não pôr panos quentes. O resultado disso, numa época em que o PSDBFL ainda estava dividido e o Gushiken ainda não tinha tirado verba publicitária do cartel que é a grande mídia, foi a CPI do Banestado, monstrengo em que o relator e o presidente competiam pra ver quem quebrava mais sigilos de desafetos. Hoje, com PSDBFL e mídia unidos - internamente e um com o outro - dá no "mar de lama que assola o país."
Todos apresentam suas soluções para a crise - governar com eles e do jeito deles. Aparentemente, a declaração no PMDB nesse sentido foi a que mais convenceu. A longo prazo, lá vêm os arautos da "reforma política" de novo. Porque, afinal de contas, outros sistemas políticos são imunes à corrupção.
E, claro, no clima de caça às bruxas que se instaurou, ela é "mais uma prova" no julgamento extra-judicial do PT. O cômico da coisa é que o PT tem, ele mesmo, uma queda para o lacerdismo, resultando numa paralisia diante da acusação, já que o primeiro instinto petista é acusar e se indignar, não pôr panos quentes. O resultado disso, numa época em que o PSDBFL ainda estava dividido e o Gushiken ainda não tinha tirado verba publicitária do cartel que é a grande mídia, foi a CPI do Banestado, monstrengo em que o relator e o presidente competiam pra ver quem quebrava mais sigilos de desafetos. Hoje, com PSDBFL e mídia unidos - internamente e um com o outro - dá no "mar de lama que assola o país."
Todos apresentam suas soluções para a crise - governar com eles e do jeito deles. Aparentemente, a declaração no PMDB nesse sentido foi a que mais convenceu. A longo prazo, lá vêm os arautos da "reforma política" de novo. Porque, afinal de contas, outros sistemas políticos são imunes à corrupção.
6.7.05
Ministros e elos
Três novos ministros de estado. Todos os três, aparentemente, com alguma relação com as respectivas pastas. Isso pode não ser tão bom quanto parece - quem quiser clicar no link para a discussão sobre a usina elétrica de Belo Monte, aí do lado, talvez concorde. No link, Silas Rondeau é "Eletronorte."
Fora o Hélio Costa, que na rubrica "comunicações" entra na subpasta gorda de "problemas."
Fora o Hélio Costa, que na rubrica "comunicações" entra na subpasta gorda de "problemas."
Desculpas
Não pretendo fazer negócios na Nigéria, emagrecer 15Kg em uma semana nem aumentar o pênis em 3 polegadas, mas aqui estou cometendo o repasse de uma corrente :
FAÇA AS CONTAS
Estudantes de Engenharia estão divulgando esse texto, que além
de bem-humorado, faz algum sentido.
Use seu senso detetivesco e acompanhe com eles as investigações sobre "O CRIME DA MALA"
Segundo Roberto Jefferson, o mensalão do PT era transportado em malas.
Primeira questão: você transportaria uma alta quantia de
dinheiro em uma mala enorme, com todo o ar de coisa suspeita?
Numa discreta valise de executivo, talvez.
Uma destas valises mede 40cm de largura por 35cm de comprimento, tendo em
torno de 5cm de fundura. Uma nota de 50 ou 100 reais tem 12cm X 6cm, logo uma valise comportaria com segurança quatorze maços de quinhentas notas o que equivale a sete mil notas .
Ainda, segundo Roberto Jefferson, o mensalão era de trinta mil reais, o que
em notas de cem daria um paco de trezentas notas de cem.
Levando-se em conta que esse dinheiro não poderia ser depositado em conta corrente, o jeito era levar pra casa e ir gastando.
Você já tentou trocar uma nota de cem?
Bem, trocar trezentas notas de cem não deve ser fácil , mesmo para
um deputado. Então vamos supor que o mensalão fosse pago em notas de cinqüenta.
Jefferson disse que a bancada do PP, que é composta de 53 deputados, e a do PL, com 55, recebiam o mensalão de 30 mil reais. O que dá um total de 108 mensalistas, recebendo a quantia de três milhões, duzentos e quarenta mil reais por mês, o que em notas de 50 equivale a 64.880 notas, que seriam então transportadas em nove malas, já que cada mala carrega sete mil notas.
As malas iriam então com trezentos e cinqüenta mil reais, ou seja dez deputados e 1/6 de um. Como não existe alguém 1/6 corrupto, vamos assumir
dez malas, para juntar numa mais vazia os pedaços de corruptos que sobram.
Ainda segundo Jefferson, o pagamento aos dirigentes de partidos
era feito numa sala ao lado da sala do Chefe da Casa Civil, em pleno palácio de
Governo, por Delúbio Soares, que não ocupava cargo nenhum no mesmo Governo.
Delúbio levaria todo os meses dez malas para dentro do Palácio, para entregar a dirigentes de partidos. Tudo isso discretamente, sem chamar a atenção de ninguém.
Delúbio só tem duas mãos. Também não seria muito simples entrar no Palácio
com alguns carregadores ou com um daqueles carrinhos de aeroporto, logo, ele
poderia transportar - no máximo- duas malas, o que já seria muito suspeito.
Alguém anda por aí com uma mala de executivo em cada uma das mãos, sem que
ninguém repare?
Delúbio teria de entrar então, discretamente. Com uma mala de cada vez. O
que daria dez viagens num mesmo dia. Impossível passar desapercebido.
Então, vamos imaginar que os deputados aceitassem receber em dias diferentes. Quão generoso deve ser o que ficou com a última remessa.
Mas,vamos em frente.
Seriam dez visitas ao Palácio por mês, sempre se encontrando com os dirigentes do PL e do PP. Tudo isso, no maior sigilo.
A semana tem cinco dias úteis, o que obrigaria Delúbio a ir diariamente ao
Planalto por duas semanas consecutivas, todos os meses do ano, sem levantar
suspeitas. Mas, como se sabe que a semana de Brasília tem apenas três dias,
isso se estenderia por mais uma semana,.
Três semanas no mês, o tesoureiro do PT, que não tinha cargo no Governo,
entrando com uma mala e encontrando-se com dirigentes de partidos da base aliada, que também deviam portar malas. Claro! Se o cara entra na sala delubiana sem mala e sai com uma , é um mico de proporções assustadoras.
Além do que, esta operação implicaria na compra de dez malas
iguais por mês, a um custo de aproximadamente mil reais cada uma. Um terço de mensalão, só em mala.
E de onde viria tanto dinheiro?
Segundo Karina Sommagio das empresas de Marcos Valério, um corruptor
tão ingênuo que deixa seu Office-boy, que deve ganhar menos de quinhentas pratas
ao mês, sacar em dinheiro das contas da empresa um milhão de reais e vir
tranquilão, com três valises, ou uma grande mala pelas ruas de Belo
Horizonte, uma cidade sem nenhuma violência e com os Office-boys
mais honestos do mundo, pois, embora trabalhem para corruptores de deputados,
jamais pensaram em sacanear seus patrões e fugir com a grana direto pro Aeroporto da Pampulha, morrendo de rir do babaca do patrão que não pode nem
dar queixa à polícia.
Senhores, essa história tem mais furos do que queijo suíço e só há uma explicação para a imprensa não ter parado para fazer essa conta: jornalistas não sabem matemática. Por isso, prestaram vestibular para Comunicação Social.
Viva a Engenharia!
FAÇA AS CONTAS
Estudantes de Engenharia estão divulgando esse texto, que além
de bem-humorado, faz algum sentido.
Use seu senso detetivesco e acompanhe com eles as investigações sobre "O CRIME DA MALA"
Segundo Roberto Jefferson, o mensalão do PT era transportado em malas.
Primeira questão: você transportaria uma alta quantia de
dinheiro em uma mala enorme, com todo o ar de coisa suspeita?
Numa discreta valise de executivo, talvez.
Uma destas valises mede 40cm de largura por 35cm de comprimento, tendo em
torno de 5cm de fundura. Uma nota de 50 ou 100 reais tem 12cm X 6cm, logo uma valise comportaria com segurança quatorze maços de quinhentas notas o que equivale a sete mil notas .
Ainda, segundo Roberto Jefferson, o mensalão era de trinta mil reais, o que
em notas de cem daria um paco de trezentas notas de cem.
Levando-se em conta que esse dinheiro não poderia ser depositado em conta corrente, o jeito era levar pra casa e ir gastando.
Você já tentou trocar uma nota de cem?
Bem, trocar trezentas notas de cem não deve ser fácil , mesmo para
um deputado. Então vamos supor que o mensalão fosse pago em notas de cinqüenta.
Jefferson disse que a bancada do PP, que é composta de 53 deputados, e a do PL, com 55, recebiam o mensalão de 30 mil reais. O que dá um total de 108 mensalistas, recebendo a quantia de três milhões, duzentos e quarenta mil reais por mês, o que em notas de 50 equivale a 64.880 notas, que seriam então transportadas em nove malas, já que cada mala carrega sete mil notas.
As malas iriam então com trezentos e cinqüenta mil reais, ou seja dez deputados e 1/6 de um. Como não existe alguém 1/6 corrupto, vamos assumir
dez malas, para juntar numa mais vazia os pedaços de corruptos que sobram.
Ainda segundo Jefferson, o pagamento aos dirigentes de partidos
era feito numa sala ao lado da sala do Chefe da Casa Civil, em pleno palácio de
Governo, por Delúbio Soares, que não ocupava cargo nenhum no mesmo Governo.
Delúbio levaria todo os meses dez malas para dentro do Palácio, para entregar a dirigentes de partidos. Tudo isso discretamente, sem chamar a atenção de ninguém.
Delúbio só tem duas mãos. Também não seria muito simples entrar no Palácio
com alguns carregadores ou com um daqueles carrinhos de aeroporto, logo, ele
poderia transportar - no máximo- duas malas, o que já seria muito suspeito.
Alguém anda por aí com uma mala de executivo em cada uma das mãos, sem que
ninguém repare?
Delúbio teria de entrar então, discretamente. Com uma mala de cada vez. O
que daria dez viagens num mesmo dia. Impossível passar desapercebido.
Então, vamos imaginar que os deputados aceitassem receber em dias diferentes. Quão generoso deve ser o que ficou com a última remessa.
Mas,vamos em frente.
Seriam dez visitas ao Palácio por mês, sempre se encontrando com os dirigentes do PL e do PP. Tudo isso, no maior sigilo.
A semana tem cinco dias úteis, o que obrigaria Delúbio a ir diariamente ao
Planalto por duas semanas consecutivas, todos os meses do ano, sem levantar
suspeitas. Mas, como se sabe que a semana de Brasília tem apenas três dias,
isso se estenderia por mais uma semana,.
Três semanas no mês, o tesoureiro do PT, que não tinha cargo no Governo,
entrando com uma mala e encontrando-se com dirigentes de partidos da base aliada, que também deviam portar malas. Claro! Se o cara entra na sala delubiana sem mala e sai com uma , é um mico de proporções assustadoras.
Além do que, esta operação implicaria na compra de dez malas
iguais por mês, a um custo de aproximadamente mil reais cada uma. Um terço de mensalão, só em mala.
E de onde viria tanto dinheiro?
Segundo Karina Sommagio das empresas de Marcos Valério, um corruptor
tão ingênuo que deixa seu Office-boy, que deve ganhar menos de quinhentas pratas
ao mês, sacar em dinheiro das contas da empresa um milhão de reais e vir
tranquilão, com três valises, ou uma grande mala pelas ruas de Belo
Horizonte, uma cidade sem nenhuma violência e com os Office-boys
mais honestos do mundo, pois, embora trabalhem para corruptores de deputados,
jamais pensaram em sacanear seus patrões e fugir com a grana direto pro Aeroporto da Pampulha, morrendo de rir do babaca do patrão que não pode nem
dar queixa à polícia.
Senhores, essa história tem mais furos do que queijo suíço e só há uma explicação para a imprensa não ter parado para fazer essa conta: jornalistas não sabem matemática. Por isso, prestaram vestibular para Comunicação Social.
Viva a Engenharia!
3.7.05
Unha encravada
Ao final de um artigo até razoável sobre a atual crise política brasileira, a Economist dá sua solução : Privatisation would put jobs at state banks, insurers and electricity-generation companies out of politicians' reach. Faz sentido. Alguém já ouviu falar de escândalos envolvendo empresas privadas e dinheiro público?
Isso simplesmente não acontece. Só porque a correlação entre o índice de percepção de corrupção e o peso do estado na economia é positiva, você acha que o mantra, que é revelação divina, vai deixar de ser repetido?
Menosestadobommaisestadomau. Experimente. Funciona em qualquer assunto.
Isso simplesmente não acontece. Só porque a correlação entre o índice de percepção de corrupção e o peso do estado na economia é positiva, você acha que o mantra, que é revelação divina, vai deixar de ser repetido?
Menosestadobommaisestadomau. Experimente. Funciona em qualquer assunto.
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