MV Bill, em entrevista à Carta Capital, diz que viu, em Londres, "muitas Gisele Bündchen lavando chão." Penso que se referia à aparência teutônica mais do que à beleza, já que inglesas não são exatamente famosas pelo último quesito, apesar da Catherine Zeta-Jones e da Kate Moss). Alguma alma caridosa podia lhe pagar uma viagem de ônibus pro Sul do Brasil, mais pobre do que o Sudeste e onde Giseles Peitchens lavando chão são comuníssimas. Uma Gisele-Bündchen-lavando-chão, inclusive, virou colega da própria, a gaúcha Shirley Mallmann, ex-operária infantil de fábrica de sapatos.
A atitude do MV Bill elogiando Londres leva à inevitável conclusão de que a democracia racial, perdida desde que Florestan Fernandes a esqueceu num congresso da ONU, pelo visto pode ser encontrada, hoje, no Primeiro Mundo. Tudo bem, os ingleses que cá vêm também (às vezes) encontram o paraíso perdido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário