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28.3.05

Pobre menino rico

O www.nominimo.com.br já teve pretensão a fazer um jornalismo de elite. Hoje, o último jornalista do site, Xico Vargas, deu a mesma notícia que podia ser lida no Gi Notícias. Quer dizer, quase a mesma - a versão No Mínimo carrega mais na retórica, e esquece de avisar que a notícia foi plantada pela assessoria do César Maia.

Por coincidência, eu li uma matéria que saiu há tempos sobre auditoria no HSE. Graças à magia do Google, aí vai ela :

revela irregularidades em hospitais

Investigação em 5 unidades federais no Rio constatou mau uso de dinheiro público

LUCIA MARTINS e KARINE RODRIGUES

RIO - O Ministério da Saúde economizou R$ 14 milhões, cancelou pelo menos 50 contratos e investiga 50 servidores públicos suspeitos de envolvimento em irregularidades nos cinco hospitais federais do Rio. Esses são os resultados preliminares de auditorias que acabaram de ficar prontas e levantaram os "ralos" do dinheiro público nessas unidades. Os relatórios estão sendo encaminhados para o Ministério Público Federal (MPF) e para a Polícia Federal.

A investigação durou quatro meses e foi realizada no Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), no Hospital de Cardiologia de Laranjeiras, no Hospital dos Servidores do Estado (HSE) e no Hospital Geral de Bonsucesso. Em alguns deles, a Polícia Federal e o MPF já abriram seus próprios inquéritos e preparam operações para prender servidores públicos, como é o caso do Into.

As auditorias encontraram casos de mau uso de dinheiro público em todas as unidades. Os casos mais absurdos foram descobertos no Into e no HSE. No primeiro, já foram recuperados R$ 3 milhões e a direção quer entrar na Justiça para tentar reaver outros R$ 6,3 milhões. A maior parte é de casos de licitações ou contratações de emergência para beneficiar fornecedores.

Uma das irregularidades que já foram transformadas em inquérito policial foi a contratação de quatro empresas para reformar o CTI do hospital. A auditoria descobriu que o contrato, no valor de R$ 300 mil, era feito com três empresas de propriedade da mesma pessoa e com uma quarta pertencente à mulher de um funcionário do Into. A auditoria também encontrou falsificações em pareceres jurídicos para autorizar compras de material para o hospital.

O HSE, um dos maiores do Rio, atendendo 3 mil pessoas por dia, não realiza mamografias e tomografias apesar de ter máquinas de última geração. Os equipamentos foram comprados em 2002, mas os funcionários não sabem usá-los.

A direção também encontrou problemas em dezenas de contratos. Na maioria deles, as empresas não respeitavam o que foi acertado no papel.

Apesar do pagamento de R$ 172 mil para manutenção do prédio, havia entupimentos e vazamentos em todos os banheiros. As ambulâncias desapareciam, apesar de o hospital pagar para ter três carros à disposição durante 24 horas. Ainda havia irregularidades nos serviços de limpeza e lavanderia. A revisão levou a uma economia de R$ 100 mil mensais. Mas, depois de cancelar contrato com uma empresa de serviços gerais, começaram a ocorrer ameaças de morte.

Uma funcionária da nova empresa contratada foi agredida por dois homens armados. A diretora do hospital, Ana Lipke, teve seu consultório particular invadido e depredado. O mesmo ocorreu com o diretor do Into, Sérgio Côrtes, que, depois de sofrer várias ameaças anônimas, recebe proteção de policiais federais.

O ministro da Saúde, Humberto Costa, disse que pretende criar uma comissão de representantes das unidades federais e realizar, mensalmente, uma reunião para discutir as mudanças nos hospitais. Costa prometeu vir ao Rio uma vez por mês para acompanhar de perto essa situação. "Sabemos que todos (os hospitais) têm problemas. E já vimos que há corrupção pesada e, em alguns casos, podemos perceber até a atuação do crime organizado", afirmou o ministro.

Na sexta-feira, Costa esteve no Rio para empossar o novo diretor-geral do Inca, José Gomes Temporão. No instituto, uma sindicância do ministério já apurou várias irregularidades cometidas pela equipe do ex-diretor-geral Jamil Haddad, também nomeado pelo ministro.

A ex-diretora administrativa é acusada de ser a responsável pelo desabastecimento do hospital. O ministério apura se houve má-fé de Zélia Abdulmacih. A auditoria também levantou problemas administrativos anteriores à gestão de Zélia e Haddad. E apura se há beneficiamento de empresas fornecedoras.

Denúncias - A auditoria do Ministério da Saúde não detectou irregularidades no Hospital Geral de Bonsucesso (HGB), administrado pelo médico Victor Grabois desde 2000. O relatório afirma que o diretor conseguiu uma redução de cerca de 36% no preço pago na compra de material e medicamentos. Mas o Núcleo Sindical do hospital vai encaminhar hoje ao ministro Costa um pedido de afastamento de Grabois, réu em sete processos por improbidade administrativa no HGB e em outro hospital do Rio e condenado, em primeira instância, em dois deles.

No ano passado, ele foi obrigado pela Controladoria-Geral da União a devolver aos cofres públicos R$ 2,3 milhões, valor referente a contrato firmado, sem licitação, com a Fundação Escola Nacional de Saúde Pública.

Apesar de o contrato ter sido suspenso, Grabois não restituiu o dinheiro.

"Recentemente, ele contratou outra empresa por mais de R$ 1 milhão para melhorar o gerenciamento da unidade, mas isso não aconteceu. Há cerca de 700 pacientes na fila de espera por cirurgia geral. E é preciso aguardar mais de quatro meses para fazer exames radiológicos e ultrassonografias", acusa Júlio Noronha, diretor do Núcleo Sindical do HGB. A Assessoria de Imprensa de Grabois disse que as acusações são "políticas" e alegou que o parecer da controladoria não é definitivo.

PS eu não devo ser o único a achar a origem do link meio desconfortável...

2 comentários:

Anônimo disse...

Hehe o no.com.br chegou a falir e ficar fora do ar, acho que depois que voltou não é mais a mesma coisa. Tem um amigo meu que é administrador do site, que me contou isso (aliás é um daqueles que estudou contigo na UFRJ)...

Anônimo disse...

quem comentou acima foi: raph.

Abs
raph :)