Da revista Nature.
E, falando em outro monstro, mas um que detona de pingadinho,
Todos os dias, cerca de 40 caminhões de lenha do Cerrado chegam ao pequeno município de Uruçuí, a 450 quilômetros de Teresina, Piauí. Eles vão alimentar os fornos da multinacional argentina Bunge Alimentos. A empresa tem 12 fábricas de processamento de soja no Brasil. A que fica no sul do Piauí é responsável, sozinha, pelo desmatamento de mais de 50% do Cerrado do estado.
A região está peneirada por clareiras que se perdem no horizonte porque a empresa se recusa a mudar o modelo energético. Nenhuma novidade, já que por todo país, absurdamente, o Cerrado é considerado terreno disponível para desmatamento, cuja lenha, de árvores como o Ipê, é que gera energia para beneficiar a soja. Mas, no caso, o Cerrado é de transição para a caatinga, raríssimo e completamente desconhecido pelos cientistas.
Formas alternativas de produção de energia já existem na prática para este fim, equivalentes no preço e na eficiência, mas a multinacional se recusa a promover a alteração. Faz mais: ameaça covardemente deixar o estado - para desespero da rede de corrupção formada por autoridades estaduais e federais comprometidas até o pescoço com a empresa. Estranhamente, a Bunge não paga impostos.
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