Do Valor Econômico:
Muita briga tem ocorrido nos bastidores desta licitação. Alguns grupos questionam a maneira como foi conduzido o processo. A abertura dos envelopes, antes marcada para o dia 31 de dezembro, acabou ocorrendo ontem. As empresas do ramo, de menor porte, dizem que o edital foi montado para favorecer algumas gigantes que não são da área de energia, como a Andrade Gutierrez, a Odebrecht e a Camargo Corrêa.
As exigências do edital que determinam a qualificação econômica e financeira dos interessados eliminaram boa parte das companhias, segundo fonte que tem familiaridade com o processo. O edital pedia um índice de liquidez financeira igual a três, o que requer que a empresa tenha receita três vezes superior ao contrato.
O índice usual neste tipo de contrato, alega a fonte, é igual a um, ou seja, a empresa tem receitas e despesas compatíveis, empatadas. O índice de endividamento, exigido, que normalmente é de 0,5 ponto, no edital é de 0,25.
Alguns dos interessados também apontaram outros pontos curiosos do edital da Cemig. O custo por consumidor beneficiado pela eletrificação em outros Estados, por exemplo, fica em torno de R$ 3,6 mil. O edital da Cemig prevê o custo médio de R$ 9 mil. E não exigiu postes de concreto, como em outros Estados, mas rebaixou-se a exigência para postes de madeira, muito mais baratos.
Quanto às exigências relativas à qualificação técnica, o edital é "bastante flexível", segundo fonte que preferiu não ser identificada, e pede apenas atestados de que a empresa é capaz de fazer a obra. Em projetos desse porte, diz a fonte, o que se costuma exigir é que a empresa tenha feito obra similar. O vencedor receberá 10% do valor como sinal e mais 5% quando instalar o canteiro de obras .
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