Lembram do mapa feito por um estagiário do Facebook, mostrando as "amizades" mundo afora? Pois bem, um sujeito que trabalha com bibliometria acaba de fazer a versão lattes dele.
No mapa que detalha colaborações em artigos científicos entre pesquisadores de cidades diferentes, algumas coisas saltam aos olhos, tanto óbvias quanto surpreendentes, tanto surpreendentes mas lógicas quanto surpreendentes tout court. Em parte, estas últimas podem ser resultado das escolhas de design do sujeito - ele usou a projeção de Mercator, de que normalmente não gosto mas que no caso permite a ampliação das áreas mais densas, e que permitiria a utilização de linhas retas - mas ao invés de desenhar as linhas retas fez umas parábolas bonitinhas. E usou branco sobre preto, com aquele look de foto noturna do mundo, o que é pior para ver a intensidade e posição das linhas. Em suma, o mapa é, ahem, mal escrito.
As óbvias: EUA, EU, e Japão são os pontos mais rabiscados, com os BRICs, México, Coréia e Austrália seguindo. As surpreendentes mas lógicas: como boa parte das colaborações, mesmo na União Européia, ainda são intranacionais, países com a pesquisa muito concentrada em poucas cidades são menos rabiscados do que aqueles mais espalhados; contraste a Itália com a França, ou Porto Alegre com Buenos Aires. E os paises de língua inglesa, como em bibliometria em geral, estão sobrepresentados. E surpreendente pronto: o Brasil aparece mais rabiscado do que Índia ou China.
(Sim, muito deliberadamente, apesar do instinto, eu usei rabiscado ao invés de luminoso.)
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