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16.3.11

Madeira Mamoré vive!

Me refiro, evidentemente, às práticas trabalhistas, e não ao rio. Afinal, exatamente o que motiva este post é o acontecido no canteiro de obras devotado a barrar o Madeira. Operários se insubordinaram contra o tratamento dado a eles, incendiando dúzias de ônibus. O acontecido não serve só para se revoltar e falar tut tut, mas também para pesar prós e contras, num momento em que o acontecido em Fukushima serve para pôr bem pra baixo na estimativa mundial da energia nuclear, que é, repito, a única alternativa viável e pouco efeitoestufável à energia hidrelétrica no Brasil (a eólica ainda tem muito o que investir, e deveria ser prioridade até se chegar a seu limite, mas não serve de carga-base).

Hidrelétricas, e grandes obras em geral, na Amazônia vão resultar em cenas como essa, curiosamente objeto de pouca atenção dos jornalões brasileiros - mesmo admitindo que este começo de 2011 é um verdadeiro embaras de richesses para órgãos noticiosos, entre as sublevações árabes (e iraniana), os desastres naturais no Japão (teve vulcão, terremoto, e maremoto; imagino que, apesar de não ser temporada de tufões no Pacífico, um extemporâneo dê as caras só pra sacanear), o drama da usina nuclear, sem contar com o Carnaval, que é manjado mas sempre dá caldo. São uma expansão da fronteira de povoamento, e das mais intensas.

E não custa lembrar que, de novo menos cotada nas notícias do que outros assuntos, a violência na fronteira de povoamento brasileira é mais intensa do que em qualquer outro "ecossistema" social, incluídas as periferias das grandes cidades. Proporcionalmente, morre muito mais gente na fronteira agrícola do que nas periferias do Nordeste (exceto Piauí) ou do Espírito Santo, onde por sua vez morre mais gente do que nas periferias do Rio e São Paulo.

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