Someday, they'll make a movie about gay cowboys. Gay cowboys eating pudding. - Cartman, South Park.
Ao falar do Munique, acabei esquecendo de falar do filme pra falar da oposição entre alemães e mamonas. Pois bem : o filme é muito bonito, mas é comprido demais. Tem uma quantidade de locações impressionante. E, uma ou outra cena isolada à parte, mostra que o Spielberg ainda não recuperou a mão que perdeu depois de fazer a Privada do Ryan. Entre outras coisas, tudo bem, dá pra fazer bons filmes, e até personagens memoráveis, com maus atores - Burt Lancaster era um tremendo canastrão, e o próprio Spielberg dirigiu o canastrão Harrison Ford, cuja melhor atuação é acidental (tava de saco cheio e ódio do filme no Blade Runner, então ficou bem com jeito de detetive noir).
Mas por mais lento que seja Munique, eu tenho medo é de assistir Brokeback Mountain. Não é por nenhuma homofobia enrustida, é só porque...bem, Ang Lee é um pusta diretor. Fez alguns filmes, como Comer Beber Viver e Tempestade de Gelo, que entrariam na minha lista dos melhores que já assisti.
Fez também o filme do Hulk, que é uma atrocidade, é verdade, e a culpa não é do Hulk, que é dos personagens de quadrinhos que mais se prestariam a fazer um filme decente - ao contrário do Batman, que teve que ser inventado como personagem sério pelo Frank Miller (e rapidamente descambou para uma caricatura violenta), ou do Super-Homem, cujo tratamento "adulto" sempre é uma variação sobre o tema de ele ser, bem, o super-homem. O Hulk, afinal, é um cientista que vira um monstro cômico-horrível, cujo mote é "Hulk esmaga homenzinho," e mesmo assim é um herói, cujo "pai" e inimigo é o exército americano. Ao invés da história da beleza domando o coração selvagem, cue deus ex malvado, dava pra ter feito muita coisa interessante.
Mas é muito, muito, muito lento, principalmente quando é sério. O Tigre e o Dragão é uma releitura de um gênero que prima pela velocidade, até por uma necessidade estilística (o filme tem que ter espaço para as lutas, com uma variedade de oponentes e cenários), e mesmo assim é lento. O Banquete de Casamento é uma comédia divertida, e mesmo assim é lento.
E a Montanha das Costas Quebradas tem cara de filme lento. Pelo que contam, eles se apaixonam nos três primeiros minutos, e tem algum tipo de resolução no final. Nas restantes duas horas, têm o Amor que Não Ousa Dizer o seu Nome. Gay cowboys eating pudding.
O medo da lerdeza só não me tira a vontade de assistir porque descobri que o roteiro é baseado num livro da Annie Proulx.
2 comentários:
Eu não tenho saco pro Spielberg.
Dois comentários:
a) demora meia hora para começar a relação entre Ennis e Jack. O filme é um pouco lento, mas é muito bom.
b) vi Syriana há pouco tempo e fiquei ainda com menos vontade de ver Munique, que, segundo comentários, parece novela mexicana comparado ao filme de Stephen Gaghan.
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