Todos os comentários abaixo se referem ao jornal O Globo.
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Com 13 anos de existência, o casamento entre César Maia e o Globo parece que passa por um divórcio nada amigável. No jornal deste domingo, uma lista imensa dos factóides do prefeito; na série neo-lacerdista sobre limpeza étnica em favelas, a culpa pela primeira vez não é do "governo federal que não ajuda"; no caderno Rio de hoje, "ATÉ O FAVELA-BAIRRO É CONTESTADO." Por mim, acho ótimo...mas que eu gostaria de saber o motivo, gostaria.
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A Revista (de domingo não, olha o JB), mais uma vez, tem uma definição elástica de classe média. No caso, inclui empresários que contratam equipes de segurança, pagando de 50 a 750 reais por noite de sábado (mais o que os filhos já gastam). E na mesma reportagem, me sinto um pouco Simão Bacamarte, porque o "empresário da segurança" explica que depois das 10 da noite é uma temeridade andar pelas ruas do Rio, depois de uma da manhã elas estão entregues aos traficantes, e é inevitável topar com um "bonde" de traficantes.
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Ancelmo Gois reescreve a história brasileira, fazendo de Zumbi o fundador de Palmares. Zumbi, tradicionalmente, teria nascido no quilombo, o que para satisfazer o colunista significaria que ele fundou Palmares ainda no útero. Fora ter se escondido e não envelhecido por uns 80, 90 anos.
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Olavo se foi, mas o Globo nos presenteia com a coluna cômico-reaça do Rosenfield.
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Entre as promessas imperiais não cumpridas, arroladas pelo Grobo, está a do Transpan. Volto a perguntar sobre o Transpan: de superfície, ligando os aeroportos? Por onde, pelo meio da Rio Branco?
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O Globo cita Larry Rohter, o crítico musical-correspondente estrangeiro, que no NY Times diz que madeireiros, desdenhando da lei, rapinam a Amazônia. Deixando inteiramente de lado a tendenciosidade de um sujeito que segue no mesmo caminho da sua matéria sobre "boatos de que o presidente é pinguço" (há sobre tudo quanto é presidente do mundo, mas acertadamente o NY Times não reproduz os boatos de que o Bush, ex-alcóolatra, voltou a beber), a matéria mostra porque crítico musical como correspondente estrangeiro não é uma boa idéia, na confusão que o Rohter faz com os números. A não ser que, ao confundir valor com volume e falar de diferenças sazonais ao falar da comparação entre dados da mesma estação, ele esteja sendo desonesto mesmo.
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O Panorama Político está divertidíssimo, pelo menos pra quem encara a política como circo.
Um comentário:
Desconfio que o casamento da Globo com o CM tenha sido abalado porque o prefeito foi contra a remoção das favelas, é a unica hipotese que me vem em mente.
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