Graças à nova Lei de Biossegurança sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a questão do cultivo de alimentos geneticamente modificados no Brasil sai da areia movediça dos critérios político-ideológicos e entra no terreno firme da orientação científica e da legislação ideologicamente neutra. (E do coelhinho da páscoa, papai noel, e criacionismo)
De imediato, é uma boa nova para o agronegócio, que, por falta de uma política de governo clara e objetiva, vinha operando na região fronteiriça entre o legal e o ilegal. (Diz-se de quando alguém comete crime mas tem dinheiro) A longo prazo, é um ganho importante para toda a sociedade brasileira, que se beneficiará das conquistas da ciência para atender às suas necessidades básicas de alimentação. (Aqui o Globo remete a um estudo revelando que a dieta brasileira no ano 2025 vai consistir principalmente de soja e algodão)
Ficam autorizadas a pesquisa em laboratório, a plantação e a venda em território nacional de produtos transgênicos, sem se conceder licença indiscriminada para ações irresponsáveis numa área ainda incipiente onde se recomenda cautela. (a primeira já foi concedida, pra uma variedade de algodão) A palavra final caberá à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, responsável por autorizar a pesquisa e o plantio. Antes da nova lei, as deliberações da comissão podiam ser derrubadas por ministros, sujeitando questões técnicas a conveniências políticas. (O fetichismo da "técnica" é extremamente útil para apoiar determinadas conveniências políticas)
Com a legislação, o Brasil se coloca em posição vantajosa. (Decúbito dorsal? Em relação a quem?) O cultivo de transgênicos é uma realidade irreversível no mundo inteiro, a despeito dos bolsões de rejeição, (também conhecidos como "Europa e China," ou se preferirem "os principais mercados brasileiros") muitas vezes criados pelo radicalismo e pelo medo da novidade e não pela prudência.(E outras, pela prudência.)
Nesses alimentos pode estar a desejada saída para o dilema de se atender as necessidades fundamentais sem expor o meio ambiente ao desgaste dos agrotóxicos. (Só que a soja Roundup Ready, estopim da campanha de desobediência civil da Monsanto, não é resistente a pragas sem precisar de herbicida, é resistente ao herbicida Roundup, que pode ser aplicado em doses maiores.)
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