Ou, pelo menos, a mídia de esquerda brasileira se assemelha muito à mídia de direita americana.
Por exemplo, ao usar quaisquer casos de desvio de programas sociais para criticar a própria existência do programa. É de se perguntar se pretendem andar em ruas de barro, porque, pela mesma lógica, a corrupção em obras públicas é tão universal que tem quem use a taxa de concreto usado por dólar de PIB como indicação do grau de corrupção de uma economia. Provavelmente é um indicador mais confiável do que o Corruption Perception Index, da Transparency International, que só perde para o Economic Freedom Index em matéria de índices que, no contrato, não querem dizer o que fica subentendido quando são apresentados. A percepção de corrupção, ainda mais num índice tirado da média de várias pesquisas com metodologias diferentes (em alguns casos, com desvios-padrão imensos), não tem mais do que uma relação circunstacial com o grau de corrupção (isso é, a frequência e escala do desvio de recursos públicos em prol de interesses privados).
O campeão, pra dizer que os países com mais "liberdade econômica" são mais desenvolvidos e fazer lobby pelo neoliberalismo, ignora soberanamente "peso dos impostos" como indicador, e adiciona "grau de transparência" e "corrupção." Com isso, consegue fazer, dos socialistas escandinavos, modelos de livre mercado.
Nada contra - a função dos tais índices é fazer lobby mesmo, assim como a função de um colunista é, com as notícias, influenciar a opinião pública (cadeia!) em algum sentido. (Há os que acham que seja fazer pensar...)
Auferre, trucidare, rapere, falsis nominibus imperium; atque, ubi solitudinem faciunt, pacem appellant.
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31.10.04
Torcer
Por um Boston Brahmin e uma quatrocentona, é esquisito.
Fazer o quê, né? Boa sorte pro JFK (II) e pra Marta Teresa Smith de Vasconcellos Matarazzo Suplicy.
Fazer o quê, né? Boa sorte pro JFK (II) e pra Marta Teresa Smith de Vasconcellos Matarazzo Suplicy.
30.10.04
O que está acontecendo?
(Como diria o velhinho narigudo daquele anime imbecil do Gênio, que tinha quando a gente era criança, lá pela Era Mesozóica)
O Financial Times já publicou, no último mês, umas doze reportagens de turismo/cultura sobre o Rio de Janeiro e arredores. No caderno de Américas (que não inclui os EUA), consigo lembrar, sobre o assunto, umas duas sobre o Canadá, duas sobre o Caribe, uma sobre a Cidade do México, e duas sobre o Brasil. E doze sobre o Rio. Duas só hoje. Alguém pagou a eles por isso? As matérias, se forem matérias pagas, não têm cara. Várias, inclusive, mencionam a violência do Rio. (Mesmo se, numa sobre o Copacabana Palace, dizem que a violência "gives the city its edge, a certain raffish charm.")
Falando em matéria paga, e se a Embratur pagasse à Dorling Kindersley pra fazer um Eyewitness Guide?
PS - César o magnífico, reeleito, quer de novo fazer o Guggenheim e o bonde da Barra. A Camargo Corrêa - como sempre, no Rio, desde os anos 40 - agradece.
O Financial Times já publicou, no último mês, umas doze reportagens de turismo/cultura sobre o Rio de Janeiro e arredores. No caderno de Américas (que não inclui os EUA), consigo lembrar, sobre o assunto, umas duas sobre o Canadá, duas sobre o Caribe, uma sobre a Cidade do México, e duas sobre o Brasil. E doze sobre o Rio. Duas só hoje. Alguém pagou a eles por isso? As matérias, se forem matérias pagas, não têm cara. Várias, inclusive, mencionam a violência do Rio. (Mesmo se, numa sobre o Copacabana Palace, dizem que a violência "gives the city its edge, a certain raffish charm.")
Falando em matéria paga, e se a Embratur pagasse à Dorling Kindersley pra fazer um Eyewitness Guide?
PS - César o magnífico, reeleito, quer de novo fazer o Guggenheim e o bonde da Barra. A Camargo Corrêa - como sempre, no Rio, desde os anos 40 - agradece.
Política e religião
E aqui vai a explicação de porque a frase do Dapieve sobre política e religião, apesar de usar a História como autoridade, não respeita a história.
Primeiro - como assim, "sempre que política e religião se misturaram"? A impressão, pela alusão a perseguições religiosas, é de que se está falando de uma perspectiva ampla, em que cairiam o Santo Ofício e as Cruzadas. Ora, isso é que nem falar das relações raciais no Egito faraônico. Um anacronismo sem sentido. Só se pode falar de "política e religião," como dois elementos separados, a partir do momento em que se desenvolve, no Ocidente, uma "esfera secular" - isso é, a partir do Iluminismo.
Vamos, então, restringir a interação de política e religião ao que se passou depois da primeira constituição prevendo a separação entre Igreja e Estado. Desde então, por mais que se deteste os Garotinhos e Dubyas, a impressão é de que os anti-religiosos causaram bastante mais dano que os religiosos. Da Kulturkampf ao Terror, dos massacres comunistas aos latifúndios latinoamericanos. Por outro lado, a influência mais danosa da religião (cristã, por supuesto) sobre a política foi exercida, não diretamente, mas pela influência da "moral" - isso é, não é necessário nenhum populista evangélico pra exercer a repressão em nome da religião. Nem as ligações reacionárias com a religião são questionadas como são as ligações populistas dos neo-evangélicos. Não que o conservadorismo (relativo) cristão, mesmo oficial, seja necessariamente um desastre - que o digam os países da Europa em que, durante os trinta anos do Milagre econômico, viram se alternar no poder socialistas e cristãos-democratas. Ou os "paraísos" social-democratas escandinavos, que têm Igrejas Luteranas Oficiais, cujo chefe é o chefe de Estado, e subvencionadas por impostos. (Tudo bem, se eles são paraísos ou não é outra estória...)
A separação absoluta entre Estado e Igreja continua sendo, como a liberdade de imprensa absoluta, um tema que só pode realmente ser discutido nas pátrias das revoluções burguesas, os EUA e a França(a segunda, só nos EUA). Em outros lugares, falar de populistas religiosos como se ferissem esse príncipio inviolável é falar de uma realidade americana, sem conhecer a própria. É como a piada de que, graças aos seriados policiais, a maior parte do mundo acha que, se for preso, vai receber os Miranda warnings. (You have the right to remain silent, anything you say...)
Então, se a mistura de religião com política não é necessariamente daninha, nem rara em outros políticos, porque as pessoas se fixam tanto nelas para criticar Bush e Little Boy? Tudo bem, os dois usam o poder para privilegiar suas respectivas igrejas. Mas o grosso do que fazem de ruim não tem porra nenhuma a ver com elas, nem o clientelismo é tão criticado em outros casos. Nem são particularmente afeitos à ciência ou à lógica, as pessoas que são contra o obscurantismo dos criacionistas - ou seja, defendem a ciência porque é a autoridade constituída, não por quaisquer razões claras. O que leva ao verdadeiro motivo do preconceito contra eles - eles são revolucionários. Vão contra o status quo, em muitos sentidos, e são, como os fascistas no segundo quartel do século XX, anti-intelectuais, e anti- a sociedade liberal burguesa, em geral. Estão fora do jogo como ele "deveria" ser jogado, e é isso, não o seu autoritarismo, corrupção ou incompetência, o que realmente incomoda. Vide a diferença de reação a eles e a personagens políticas igualmente desastrosas, como nosso querido FHC, ou Sua Majestade Maia, que não se vestiram no manto da religião evangélica. Ou a falta de horror quanto ao aumento dos poderes da polícia durante a presidência de Bill Clinton, nos EUA. Ou ao efetivo Estado de Polícia decretado na Grã-Bretanha por Tony Blair. Ou...
Primeiro - como assim, "sempre que política e religião se misturaram"? A impressão, pela alusão a perseguições religiosas, é de que se está falando de uma perspectiva ampla, em que cairiam o Santo Ofício e as Cruzadas. Ora, isso é que nem falar das relações raciais no Egito faraônico. Um anacronismo sem sentido. Só se pode falar de "política e religião," como dois elementos separados, a partir do momento em que se desenvolve, no Ocidente, uma "esfera secular" - isso é, a partir do Iluminismo.
Vamos, então, restringir a interação de política e religião ao que se passou depois da primeira constituição prevendo a separação entre Igreja e Estado. Desde então, por mais que se deteste os Garotinhos e Dubyas, a impressão é de que os anti-religiosos causaram bastante mais dano que os religiosos. Da Kulturkampf ao Terror, dos massacres comunistas aos latifúndios latinoamericanos. Por outro lado, a influência mais danosa da religião (cristã, por supuesto) sobre a política foi exercida, não diretamente, mas pela influência da "moral" - isso é, não é necessário nenhum populista evangélico pra exercer a repressão em nome da religião. Nem as ligações reacionárias com a religião são questionadas como são as ligações populistas dos neo-evangélicos. Não que o conservadorismo (relativo) cristão, mesmo oficial, seja necessariamente um desastre - que o digam os países da Europa em que, durante os trinta anos do Milagre econômico, viram se alternar no poder socialistas e cristãos-democratas. Ou os "paraísos" social-democratas escandinavos, que têm Igrejas Luteranas Oficiais, cujo chefe é o chefe de Estado, e subvencionadas por impostos. (Tudo bem, se eles são paraísos ou não é outra estória...)
A separação absoluta entre Estado e Igreja continua sendo, como a liberdade de imprensa absoluta, um tema que só pode realmente ser discutido nas pátrias das revoluções burguesas, os EUA e a França(a segunda, só nos EUA). Em outros lugares, falar de populistas religiosos como se ferissem esse príncipio inviolável é falar de uma realidade americana, sem conhecer a própria. É como a piada de que, graças aos seriados policiais, a maior parte do mundo acha que, se for preso, vai receber os Miranda warnings. (You have the right to remain silent, anything you say...)
Então, se a mistura de religião com política não é necessariamente daninha, nem rara em outros políticos, porque as pessoas se fixam tanto nelas para criticar Bush e Little Boy? Tudo bem, os dois usam o poder para privilegiar suas respectivas igrejas. Mas o grosso do que fazem de ruim não tem porra nenhuma a ver com elas, nem o clientelismo é tão criticado em outros casos. Nem são particularmente afeitos à ciência ou à lógica, as pessoas que são contra o obscurantismo dos criacionistas - ou seja, defendem a ciência porque é a autoridade constituída, não por quaisquer razões claras. O que leva ao verdadeiro motivo do preconceito contra eles - eles são revolucionários. Vão contra o status quo, em muitos sentidos, e são, como os fascistas no segundo quartel do século XX, anti-intelectuais, e anti- a sociedade liberal burguesa, em geral. Estão fora do jogo como ele "deveria" ser jogado, e é isso, não o seu autoritarismo, corrupção ou incompetência, o que realmente incomoda. Vide a diferença de reação a eles e a personagens políticas igualmente desastrosas, como nosso querido FHC, ou Sua Majestade Maia, que não se vestiram no manto da religião evangélica. Ou a falta de horror quanto ao aumento dos poderes da polícia durante a presidência de Bill Clinton, nos EUA. Ou ao efetivo Estado de Polícia decretado na Grã-Bretanha por Tony Blair. Ou...
29.10.04
As Cotas e os Gringos
Entrevista na Folha com Peter Burke, em que ele declara ser contra as cotas raciais (e a favor de cotas econômicas). Quem sabe assim as pessoas prestam atenção, já que é um Renomado Historiador do Primeiro Mundo falando. E deixam de (à parte o campo de idiotas que acham que não existe preconceito racial no Brasil, ou os que são contra quaisquer cotas, em princípio) assumir que cotas raciais são um jeito de lutar contra o racismo. O que é tão esperto quanto coçar pra ver se pára a coceira, ou raspar uma quelóide.
Se bem que o Livio Sansone e o Peter Fry já falam há tempos, sem serem ouvidos. Mas sei lá, eles já são da casa, pelo visto, então não valem mais como Grandes e Poderosos Gringos.
PS - Volto a defender a Única Idéia Boa do Bush lá de baixo - que, aliás, não foi bem o que o Bush efetivamente fez, no Texas, mas a idéia era boa.
Se bem que o Livio Sansone e o Peter Fry já falam há tempos, sem serem ouvidos. Mas sei lá, eles já são da casa, pelo visto, então não valem mais como Grandes e Poderosos Gringos.
PS - Volto a defender a Única Idéia Boa do Bush lá de baixo - que, aliás, não foi bem o que o Bush efetivamente fez, no Texas, mas a idéia era boa.
Mots Clef
Lendo a coluna do Dapieve no Globo, lembrando de como "historicamente" significa "eu não sei nada de história, mas vou invocá-la como autoridade para meu argumento, " assim como "cientificamente" quer dizer "eu não sei nem o que é ciência." Especialmente se cientificamente for comprovado, claro, ou se for algo que a Ciência nos diz. E depois falam mal dos "nunca antef na hiftória defe paíf" do Lula.
Pobrezinhas das Ciências e Saberes. São mais abusadas que "literalmente."
PS - o trecho, num texto revelando o impensável, uma sacada inteligentíssima - os Matheus e os Bush são similares em muitos pontos. Nãaaao...
A mistura entre religião e política historicamente nunca deu em nada de bom. Ou, tornados governantes, os sacerdotes proscrevem quem professa fé distinta ou não professa fé nenhuma; ou, tornados sacerdotes, os governantes instalam o culto à sua própria personalidade.
PPS - O pessoal do Globo realmente só descobriu agora a estatística oficial de mortos pela PM em 2003, que saiu no começo do ano, e já foi postada até aqui nesse blog (duas vezes). E ainda acham que ela foi produzida pela Justiça Global.
Pobrezinhas das Ciências e Saberes. São mais abusadas que "literalmente."
PS - o trecho, num texto revelando o impensável, uma sacada inteligentíssima - os Matheus e os Bush são similares em muitos pontos. Nãaaao...
A mistura entre religião e política historicamente nunca deu em nada de bom. Ou, tornados governantes, os sacerdotes proscrevem quem professa fé distinta ou não professa fé nenhuma; ou, tornados sacerdotes, os governantes instalam o culto à sua própria personalidade.
PPS - O pessoal do Globo realmente só descobriu agora a estatística oficial de mortos pela PM em 2003, que saiu no começo do ano, e já foi postada até aqui nesse blog (duas vezes). E ainda acham que ela foi produzida pela Justiça Global.
28.10.04
MA! Jeb's doin' it again!
58000 votos pelo correio "sumiram" na Flórida. Mais ou menos como no caso das 350 toneladas de explosivo que sumiram no Iraque, a resposta dos Bushes é "num fui eu." Sei não, mas o público americano daria uma péssima mãe. Aceita "num fui eu, nñao sei quem foi" e "ele começou" o tempo todo.
Não que alguém morando no País do Diminutivo, na Cidade Imperial, possa falar mal dos eleitores de quem quer que seja, e em Sampa as pessoas vão votar no Serra porque a Marta (quem dá pra argentino não dá pra prefeita) "só vai governar pros baianos e homossexuais."
Não que alguém morando no País do Diminutivo, na Cidade Imperial, possa falar mal dos eleitores de quem quer que seja, e em Sampa as pessoas vão votar no Serra porque a Marta (quem dá pra argentino não dá pra prefeita) "só vai governar pros baianos e homossexuais."
27.10.04
Late capitalism
"You have to remember that as an employee, you don't have total free speech anymore."
Com plumas
Eu até concordo com o Elio Gaspari*, mas será que ele se esqueceu de que galo é bípede?
*Segunda coluna seguida - estranho, muito estranho.
*Segunda coluna seguida - estranho, muito estranho.
25.10.04
Pobrezinhos
After the 1917 Revolution, all Princess Vera's family estates were seized by the authorities. Her family fled Russia disguised as peasants, and went to Paris, where the she was born and raised.
Only after the fall of Communism did she come back to live in St Petersburg and she is now seeking to get part of that property back.
The home she claims is hers is next to the Peter and Paul Fortress, which is famed for the role it had in the founding of the city. It has a direct view, across the water, of the Winter Palace.
"This whole proposal is a complete shame and disgrace. Of course we can't all have all our properties back, but one of the houses that my family once owned would be enough."
Não que os novos boiardos sejam melhores -
But he added that he believed the buildings will go to those with most money or political influence. This speculation has recently been fuelled by reports surrounding two former palaces on the "English Embankment" which runs along the South Bank.
One is Tenisheva's Palace, the St Petersburg HQ of Chelsea chairman Roman Abramovich. Mr Abramovich acquired the property in 2002 in his capacity as governor of the Chakotka region.
Further down the Embankment is a building belonging to energy Lukoil, which may well soon acquire the right to buy it. Both Lukoil and the governor's office have, in the past, denied any impropriety.
But political analyst Igor Leshukov, of the St Petersburg Institute of International Affairs, told Assignment he believes the best stately homes for sale will go to those with the strongest links to government. He also fears few properties will be properly restored.
"The main danger is many old and historic buildings will be simply destroyed and replaced by newly-done fakes," he said.
"The Hotel Europe is one of the masterpieces of Art Nouveau in St Petersburg - now we have just a facade, inside all the interior's been lost.
"The same situation is in the Hotel Astoria. So in that case, we can easily see what could happen in any palace owned by a private company and used as their luxury office."
Only after the fall of Communism did she come back to live in St Petersburg and she is now seeking to get part of that property back.
The home she claims is hers is next to the Peter and Paul Fortress, which is famed for the role it had in the founding of the city. It has a direct view, across the water, of the Winter Palace.
"This whole proposal is a complete shame and disgrace. Of course we can't all have all our properties back, but one of the houses that my family once owned would be enough."
Não que os novos boiardos sejam melhores -
But he added that he believed the buildings will go to those with most money or political influence. This speculation has recently been fuelled by reports surrounding two former palaces on the "English Embankment" which runs along the South Bank.
One is Tenisheva's Palace, the St Petersburg HQ of Chelsea chairman Roman Abramovich. Mr Abramovich acquired the property in 2002 in his capacity as governor of the Chakotka region.
Further down the Embankment is a building belonging to energy Lukoil, which may well soon acquire the right to buy it. Both Lukoil and the governor's office have, in the past, denied any impropriety.
But political analyst Igor Leshukov, of the St Petersburg Institute of International Affairs, told Assignment he believes the best stately homes for sale will go to those with the strongest links to government. He also fears few properties will be properly restored.
"The main danger is many old and historic buildings will be simply destroyed and replaced by newly-done fakes," he said.
"The Hotel Europe is one of the masterpieces of Art Nouveau in St Petersburg - now we have just a facade, inside all the interior's been lost.
"The same situation is in the Hotel Astoria. So in that case, we can easily see what could happen in any palace owned by a private company and used as their luxury office."
21.10.04
Ancelmite
A ancelmite- uso de frases prontas podres, com destaque para as tiradas do hino nacional - se alastra pela imprensa brasileira. Os diretores da Previ podem não fazer saliência no expediente, mas sempre que o fundo é mencionado, ele é "gigante pela própria natureza." Parece até que o computador da galera tem um macro, onde ao se escrever "gigante" vem o "pela própria natureza," e "bela" vira "toda-toda." Só falta daqui a pouco as matérias acabarem com um "parabéns" ou "então tá."
PS porque diabos a reportagem sobre a espionagem (igualzinho Watergate, só que pior porque usando espiões do Estado) continua pé de página. se tanto?
PS porque diabos a reportagem sobre a espionagem (igualzinho Watergate, só que pior porque usando espiões do Estado) continua pé de página. se tanto?
Extra! extra!
O Globo noticia que o ar dentro dos túneis (Zuzu Angel e Rebouças, ou você acha que, pro Globo, existe outro tùnel comprido na cidade?) é poluído. Principalmente durante engarrafamentos.
Caramba!
Caramba!
Síndrome de Bush
Um Salão do Automóvel blindado para Lula
SÃO PAULO. Um inédito aparato de segurança foi montado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Salão do Automóvel de São Paulo. É comum que o presidente abra oficialmente o evento. Ontem, porém, a segurança foi atípica: cerca de cem agentes fizeram uma varredura no pavilhão de exposições e isolaram os estandes.
Era o segundo dia em que o salão estava aberto à imprensa e o esquema de segurança perturbou o andamento das entrevistas coletivas. Às 15h — Lula chegou às 19h45m — cercas de metal começaram a ser espalhadas, formando labirintos. O acesso aos jornalistas foi ficando cada vez mais restrito e, por fim, todos tiveram que sair do pavilhão durante aproximadamente duas horas.
Os jornalistas tiveram de buscar credenciais da presidência. Aí, surpresa: dos cerca de 1.500 jornalistas que trabalhavam no evento, apenas cem puderam voltar à mostra.
Profissionais que cobrem o Salão desde os anos 60 contam que nem no tempo da ditadura militar houve um esquema de segurança tão pesado.
— Foi um desrespeito — resumiu Bob Sharp, que esteve em todas as edições do Salão, criado em 1960.
Mês passado, o presidente da França, Jacques Chirac, circulou normalmente no Salão de Paris. (Jason Vogel)
SÃO PAULO. Um inédito aparato de segurança foi montado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Salão do Automóvel de São Paulo. É comum que o presidente abra oficialmente o evento. Ontem, porém, a segurança foi atípica: cerca de cem agentes fizeram uma varredura no pavilhão de exposições e isolaram os estandes.
Era o segundo dia em que o salão estava aberto à imprensa e o esquema de segurança perturbou o andamento das entrevistas coletivas. Às 15h — Lula chegou às 19h45m — cercas de metal começaram a ser espalhadas, formando labirintos. O acesso aos jornalistas foi ficando cada vez mais restrito e, por fim, todos tiveram que sair do pavilhão durante aproximadamente duas horas.
Os jornalistas tiveram de buscar credenciais da presidência. Aí, surpresa: dos cerca de 1.500 jornalistas que trabalhavam no evento, apenas cem puderam voltar à mostra.
Profissionais que cobrem o Salão desde os anos 60 contam que nem no tempo da ditadura militar houve um esquema de segurança tão pesado.
— Foi um desrespeito — resumiu Bob Sharp, que esteve em todas as edições do Salão, criado em 1960.
Mês passado, o presidente da França, Jacques Chirac, circulou normalmente no Salão de Paris. (Jason Vogel)
20.10.04
A retroatividade do mal
N'O Globo de ontem, Merval Pereira anunciava que o crédito pelas alianças estapafúrdias, na política brasileira, era do governo Lula.
O PT é tão horrível que seus efeitos chegam a uma década no passado, e forçaram o Príncipe dos Sociólogos a se aliar com a Arena e o velho partidão, entre outros, formando o "rolo compressor"...
Ainda na linha "PT é horrível," cadê as manchetes sobre o Watergate do FH?
O PT é tão horrível que seus efeitos chegam a uma década no passado, e forçaram o Príncipe dos Sociólogos a se aliar com a Arena e o velho partidão, entre outros, formando o "rolo compressor"...
Ainda na linha "PT é horrível," cadê as manchetes sobre o Watergate do FH?
19.10.04
Holee porra
Do Jornal do Commercio :
Arapongagem continuou até o Governo FHC
Em plena democracia, no Governo Fernando Henrique Cardoso, a 2a Seção do Comando Militar do Planalto expedia, em 22 de junho de 1995, a Ordem de Busca 37 C-95 e despachava quatro arapongas para bisbilhotar encontros do Partido dos Trabalhadores. A ordem mostra que, embora legalizados e atuando de forma legítima, os partidos de esquerda continuaram a ser a tratados pelo Exército como inimigos do Estado, informa o repórter Rudolfo Lago, do Correio Braziliense, que teve acesso aos documentos retirados do Exército pelo ex-agente José Alves Firmino.
Arapongagem continuou até o Governo FHC
Em plena democracia, no Governo Fernando Henrique Cardoso, a 2a Seção do Comando Militar do Planalto expedia, em 22 de junho de 1995, a Ordem de Busca 37 C-95 e despachava quatro arapongas para bisbilhotar encontros do Partido dos Trabalhadores. A ordem mostra que, embora legalizados e atuando de forma legítima, os partidos de esquerda continuaram a ser a tratados pelo Exército como inimigos do Estado, informa o repórter Rudolfo Lago, do Correio Braziliense, que teve acesso aos documentos retirados do Exército pelo ex-agente José Alves Firmino.
Sambas-enredo de 2005
O samba do crioulo doido continua popular como sempre. Em meio aos tours-de-force de plantão, uns melhores outros piores* - o sobre a navegação, da Vila, é melhorzinho, o da Mangueira** meio sem pé nem cabeça, o da Unidos da Tijuca*** pirou em todas as batatinhas da Rússia.
O da Portela é sobre as metas de desenvolvimento das Nações Unidas, e me fez pensar - depois do Gil pondo a galera pra tocar tamborim, será que a gente vai assistir à Madeleine Albright e ao Kofi Annam rebolando na Avenida?
*Quanto à inteligibilidade - como letra de música, é difícil julgar sem ouvir a música, e esse site não funciona pra mim.
**Energias alternativas?
***hm, ã, imaginação? Medo do escuro? Sei lá.
PS - é engraçado como o discurso das escolas de samba tem uma capacidade de se afinar com o politicamente correto, do nacionalismo fascista à responsabilidade social pós-keynesiana, como nenhuma outra instituição coerente.
O da Portela é sobre as metas de desenvolvimento das Nações Unidas, e me fez pensar - depois do Gil pondo a galera pra tocar tamborim, será que a gente vai assistir à Madeleine Albright e ao Kofi Annam rebolando na Avenida?
*Quanto à inteligibilidade - como letra de música, é difícil julgar sem ouvir a música, e esse site não funciona pra mim.
**Energias alternativas?
***hm, ã, imaginação? Medo do escuro? Sei lá.
PS - é engraçado como o discurso das escolas de samba tem uma capacidade de se afinar com o politicamente correto, do nacionalismo fascista à responsabilidade social pós-keynesiana, como nenhuma outra instituição coerente.
18.10.04
A privatização da Vale pode não ter sido uma boa
But AME believes the recent consolidation of the industry, which is dominated by BHP Billiton, Rio and Brazil's CVRD, means suppliers have "the scope to defer or slow the rate of ramp-up of new projects and help maintain market stability".
Quer dizer, existem outros motivos - a empresa foi vendida a um preço de banana e com dinheiro no banco, foi privatizada junto uma grande parte da rede logística brasileira, a empresa dava lucro ainda como estatal, etc etc etc.
Mas o principal motivo é que, ao contrário da irmã Petrobrás, que é uma empresa de petróleo até grandinha, a Vale é uma das megamineradoras de ferro. Ter privatizado ela num bloco só, sem sequer separar o Sistema Norte, a logística, e o Sistema Sul, foi como se a Arábia Saudita privatizasse, para um único grupo privado, a Saudi Aramco. O preço do ferro e do aço no mundo são controlados, em boa medida, pelo presidente da CVRD. Abrir mão desse poder pode ser razoável, por diversos motivos. Abrir mão dele para que um único grupo o tenha no seu lugar, e sem receber por isso, ou é burrice da gorda ou é crime mesmo.
17.10.04
Shoeshine boy e as epifanias dos ricos
No www.nominimo.com.br , Marcos Sá Corrêa, tendo lido Jack London, e descoberto a verdade íntima sobre como é ser pobre, recomenda a "alguém em Brasília" que faça o mesmo.
Ahn...
Ahn...
Eu preferia em cash.
Do site do BNDES -
· Vulcabrás do Nordeste S/A vai receber R$ 35 milhões
· Empresa se compromete a abrir mais 301 empregos
35.000.000/301 ~ 116.000 por emprego. Se cada um dos 301 ganhasse esse dinheiro e aplicasse na renda fixa, ganhava uns quatro salários mínimos, e podia procurar outro emprego se quisesse.
· Vulcabrás do Nordeste S/A vai receber R$ 35 milhões
· Empresa se compromete a abrir mais 301 empregos
35.000.000/301 ~ 116.000 por emprego. Se cada um dos 301 ganhasse esse dinheiro e aplicasse na renda fixa, ganhava uns quatro salários mínimos, e podia procurar outro emprego se quisesse.
16.10.04
Joelmir Beting
http://www.joelmirbeting.com.br/noticias.asp?IDgNews=2 - especulando que o preço do petróleo tem mais a ver com o medo de que Bush, o vilão de Capitão Planeta e amigo dos petroleiros, não seja reeleito do que com qualquer outra coisa.
No artigo precedente, o Joelmir Fala dos índices de competitividade, que saíram agora, e em que o Brasil teria caído. Por coincidência, dei uma olhada nos índices de 1990 outro dia. O Japão estava em primeiro lugar disparado. Em 1990. O Japão. Quer dizer, noves fora serem mentirosos (porque juntam um monte de informações sobre assuntos diferentes numa conta só, inclusive algumas que não se prestam a análise numérica), a lição é que esses índices olham pro passado. Realmente, até 1990, o Japñao era quem tinha mais crescido.
Agora é cruzar os dedos para que o Brasil em 57º em 2004 seja tão ridículo, daqui a dez anos, quanto o Japão em primeiro em 1990.
No artigo precedente, o Joelmir Fala dos índices de competitividade, que saíram agora, e em que o Brasil teria caído. Por coincidência, dei uma olhada nos índices de 1990 outro dia. O Japão estava em primeiro lugar disparado. Em 1990. O Japão. Quer dizer, noves fora serem mentirosos (porque juntam um monte de informações sobre assuntos diferentes numa conta só, inclusive algumas que não se prestam a análise numérica), a lição é que esses índices olham pro passado. Realmente, até 1990, o Japñao era quem tinha mais crescido.
Agora é cruzar os dedos para que o Brasil em 57º em 2004 seja tão ridículo, daqui a dez anos, quanto o Japão em primeiro em 1990.
15.10.04
14.10.04
A Serra e o Arbusto
Assembléia de Deus apóia Serra - Jornal do Brasil, 2002
Candidato se compromete a condenar união civil de
homossexuais e aborto
BRASÍLIA - Em troca da condenação da união civil entre homossexuais e da legalização do aborto, José Serra, do PSDB, tornou-se ontem o candidato oficial da Assembléia de Deus na disputa pela Presidência da República, em 27 de outubro. O
apoio dos evangélicos foi capitaneado pelo bispo Manoel
Ferreira, candidato derrotado do PPB ao Senado pelo Rio e
presidente vitalício das Assembléias de Deus no Brasil. O
projeto que beneficia os homossexuais é de autoria da ex-
deputada e atual prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, do PT.
Serra prometeu rever, ainda, a posição do governo Fernando
Henrique Cardoso, a favor da cobrança de taxas sobre os
templos evangélicos. O tributo consta de uma emenda
constitucional de autoria do ex-deputado Eduardo Jorge (PT-
SP). No primeiro turno, a orientação para os fiéis da
Assembléia de Deus era apoiar Anthony Garotinho, do PSB.
Agora, a congregação preferiu apoiar a candidatura tucana por
unanimidade, alegando maior compatibilidade com suas
propostas. De olhos fechados, Serra recitou o Pai Nosso
evangélico, com final diferente da oração católica , de mãos
dadas com os bispos Manoel e Samuel Ferreira. - Serra é o
melhor candidato e foi um bom ministro da Saúde - afirmou o
bispo Manoel Ferreira. Na solenidade, Serra agradeceu o
apoio, comprometendo-se a defender a liberdade religiosa no
país, como parte da luta pelos direitos humanos e a liberdade
individual. - As propostas de Serra têm mais compatibilidade
com as nossas que as do Lula, do PT. Insistimos e Serra
concordou em não apoiar o casamento civil entre homossexuais.
Queremos acabar, ainda, com as restrições à instalação de
novos templos nos centros urbanos - anunciou o bispo Manoel
Ferreira.
Candidato se compromete a condenar união civil de
homossexuais e aborto
BRASÍLIA - Em troca da condenação da união civil entre homossexuais e da legalização do aborto, José Serra, do PSDB, tornou-se ontem o candidato oficial da Assembléia de Deus na disputa pela Presidência da República, em 27 de outubro. O
apoio dos evangélicos foi capitaneado pelo bispo Manoel
Ferreira, candidato derrotado do PPB ao Senado pelo Rio e
presidente vitalício das Assembléias de Deus no Brasil. O
projeto que beneficia os homossexuais é de autoria da ex-
deputada e atual prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, do PT.
Serra prometeu rever, ainda, a posição do governo Fernando
Henrique Cardoso, a favor da cobrança de taxas sobre os
templos evangélicos. O tributo consta de uma emenda
constitucional de autoria do ex-deputado Eduardo Jorge (PT-
SP). No primeiro turno, a orientação para os fiéis da
Assembléia de Deus era apoiar Anthony Garotinho, do PSB.
Agora, a congregação preferiu apoiar a candidatura tucana por
unanimidade, alegando maior compatibilidade com suas
propostas. De olhos fechados, Serra recitou o Pai Nosso
evangélico, com final diferente da oração católica , de mãos
dadas com os bispos Manoel e Samuel Ferreira. - Serra é o
melhor candidato e foi um bom ministro da Saúde - afirmou o
bispo Manoel Ferreira. Na solenidade, Serra agradeceu o
apoio, comprometendo-se a defender a liberdade religiosa no
país, como parte da luta pelos direitos humanos e a liberdade
individual. - As propostas de Serra têm mais compatibilidade
com as nossas que as do Lula, do PT. Insistimos e Serra
concordou em não apoiar o casamento civil entre homossexuais.
Queremos acabar, ainda, com as restrições à instalação de
novos templos nos centros urbanos - anunciou o bispo Manoel
Ferreira.
13.10.04
Apagão Logístico
Não é que eu seja contra construir barquinho, muito pelo contrário. Mas os avisos veiculados pelas empresas de logística, e reproduzidos pelos jornalistas econômicos, de que o Brasil vai sofrer um "apagão logístico," e para prevenir isso o governo tem que dar a eles dinheiro, muito dinheiro, não são exatamente novidade.
Saudades do Febeapá
Agora o que existe é o Fefaamu - festival de fascismo que assola o mundo. A fascistização da sociedade ocidental é até velha, e haverá os que discordarão de mim sobre algumas coisas que identifico como fascistas. Como o fechamento das fronteiras, as "identity politics," a reificação do conceito de nação e do de raça, a orientação tecnocrática da política, e a idéia da "coordenação das forças produtivas."
Uma que impera pelo mundo afora, especialmente com os "liberais" dos países desenvolvidos, e intelectuais em geral, é a eugenia. A mesma do holocausto, e que vigorou nos EUA, Escandinávia e França antes de Hitler chegar ao poder na Alemanha. A diferença é que o novo nome da criança é "planejamento familiar," e que a discussão é, na superfície, apresentada como tendo o interesse dos próprios "controlados" em mente, e não sua destruição para o bem da sociedade. O argumento, ademais, como tantos outros argumentos fascistas, é vestido de roupagem econômica. A pobre da economia é mais utilizada para suportar absurdos em nome da ciência do que a biologia jamais foi, e com o mesmo grau de "racionalidade."
A última proposta a me deixar puto nesse sentido foi a da Andréa Gouvêa Vieira, encampada pelo César Maia, de que "o problema" das favelas se deve a que pobre pare muito. Como sói acontecer nessas explicações, ela é errada até nas suas premissas básicas. Não é a taxa de natalidade que faz crescer a favela. Se fosse, o Rio não teria uma concentração de favelas tão maior que o seu peso na população total do Brasil. O que faz crescer as favelas é uma política deliberada do próprio César Maia, que, com seus projetos de "bica d'água" centrados nas favelas, e abandono dos bairros pobres não favelados, faz com que, cada vez mais, morar na favela, em termos urbanísticos, seja uma boa escolha, em termos econômicos. Não há porque morar num lugar que também pode ser perigoso, mal cuidado e sujo, e ainda por cima pagar imposto e conta de luz.
Mas pode deixar, que a câmara de vereadores já prometeu aprovar o projeto Césaresco permitindo que as encostas do Rio sejam desmatadas por condomínios, ao invés de por favelas. Afinal, muito melhor ter o público roubado pelo rico, nénão?
Estudo sobre habitação no Rio, em pdf
Uma que impera pelo mundo afora, especialmente com os "liberais" dos países desenvolvidos, e intelectuais em geral, é a eugenia. A mesma do holocausto, e que vigorou nos EUA, Escandinávia e França antes de Hitler chegar ao poder na Alemanha. A diferença é que o novo nome da criança é "planejamento familiar," e que a discussão é, na superfície, apresentada como tendo o interesse dos próprios "controlados" em mente, e não sua destruição para o bem da sociedade. O argumento, ademais, como tantos outros argumentos fascistas, é vestido de roupagem econômica. A pobre da economia é mais utilizada para suportar absurdos em nome da ciência do que a biologia jamais foi, e com o mesmo grau de "racionalidade."
A última proposta a me deixar puto nesse sentido foi a da Andréa Gouvêa Vieira, encampada pelo César Maia, de que "o problema" das favelas se deve a que pobre pare muito. Como sói acontecer nessas explicações, ela é errada até nas suas premissas básicas. Não é a taxa de natalidade que faz crescer a favela. Se fosse, o Rio não teria uma concentração de favelas tão maior que o seu peso na população total do Brasil. O que faz crescer as favelas é uma política deliberada do próprio César Maia, que, com seus projetos de "bica d'água" centrados nas favelas, e abandono dos bairros pobres não favelados, faz com que, cada vez mais, morar na favela, em termos urbanísticos, seja uma boa escolha, em termos econômicos. Não há porque morar num lugar que também pode ser perigoso, mal cuidado e sujo, e ainda por cima pagar imposto e conta de luz.
Mas pode deixar, que a câmara de vereadores já prometeu aprovar o projeto Césaresco permitindo que as encostas do Rio sejam desmatadas por condomínios, ao invés de por favelas. Afinal, muito melhor ter o público roubado pelo rico, nénão?
Estudo sobre habitação no Rio, em pdf
10.10.04
Tristeza eleitoral
O medo é pensar que, depois do César Maia, o Serra e o Bush agora vão vencer também. Tudo bem que me afetam menos diretamente - no caso do Bush, mais de um já disse que, para nosotros en Latinoamérica, el é melhor que o Kerry, porque o Kerry seria de um protecionismo industrial ferrenho. Tudo bem que esse argumento parte do presupuesto de que o crescimento econômico é um bem em si, sem qualificação, e por mais que tenha que ser lembrado o aforisma de que "no capitalismo, a única coisa pior do que ser explorado é não ser explorado," essa noção é duvidosa. É até estranho que ela seja aceita tão facilmente logo no Brasil, que é dos campeões mundiais de crescimento econômico fudendo com o povo. Também, o Rio de Janeiro todo se entusiasma com a perspectiva de recriar a Baixada Fluminense na Baixada se Sepetiba...
Por mais que não me afetem diretamente as outras eleições, me deixam triste. Pô, os paulistas e gringos não mereciam isso. Não dá pra dizer que merecem, pra deixar de ser burros, que ninguém nunca aprendeu desse jeito.
Por mais que não me afetem diretamente as outras eleições, me deixam triste. Pô, os paulistas e gringos não mereciam isso. Não dá pra dizer que merecem, pra deixar de ser burros, que ninguém nunca aprendeu desse jeito.
8.10.04
A Coluna da Míriam Leitão...
...que às vezes fala de economia, dessa vez reclama da Petrobrás não aumentar os preços, dizendo que isso vai desestimular empresas estrangeiras a investir no Brasil. Ahã. Se é por aí, pela mesma lógica canhestra, isso devia estimular investimento em outras áreas, já que a perda de um é o ganho do outro. E essa lógica de que atrair investimento estrangeiro é a função primária das atividades do governo em economia é ridícula - o investimento estrangeiro nunca passou de 10% do que é investido no Brasil, a não ser que você conte a compra de empresas como "investimento."
E eu que tava lamentando que, se a Vale do Rio Doce não tivesse sido vendida (a preço de banana), o governo ia poder fazer o mesmo com o minério de ferro. Tudo bem, a Míriam Leitão ia repetir o que ouviu de alguém, e reclamar que isso impedia investimentos em minério de ferro no Brasil. Mas a inflação industrial, com o preço do ferro em baixo, ia tar bem menor. Fora os 4.5bn em dividendos que a Vale pagou, que iam dar uma bela força no tal superávit primário.
Falando na Míriam Leitão, ela é um bom exemplo de porque intuição é o caralho. Não saber nada sobre o assunto e confiar na intuição pra saber a quem ouvir dá numa coluna dessas.
E eu que tava lamentando que, se a Vale do Rio Doce não tivesse sido vendida (a preço de banana), o governo ia poder fazer o mesmo com o minério de ferro. Tudo bem, a Míriam Leitão ia repetir o que ouviu de alguém, e reclamar que isso impedia investimentos em minério de ferro no Brasil. Mas a inflação industrial, com o preço do ferro em baixo, ia tar bem menor. Fora os 4.5bn em dividendos que a Vale pagou, que iam dar uma bela força no tal superávit primário.
Falando na Míriam Leitão, ela é um bom exemplo de porque intuição é o caralho. Não saber nada sobre o assunto e confiar na intuição pra saber a quem ouvir dá numa coluna dessas.
7.10.04
Canadá já vai à guerra, já tem porta-aviões
E pelo visto não é só o Brasil que paga - caro - por sucata inglesa.
A Royal Navy submarine sold to the Canadians just two days ago has been left stranded off the coast of Ireland after an electrical fire on board.
A Royal Navy submarine sold to the Canadians just two days ago has been left stranded off the coast of Ireland after an electrical fire on board.
Ze Gofernor ov Kahlifornia
Taken on its own, his record in office is distinctly underwhelming. He was elected on two populist promises: to resolve California's budget crisis and to reform the political culture in the state capital of Sacramento. Today, the budget crisis is as bad as it was a year ago. Schwarzenegger was eventually able to push through a budget, but it was late and merely rolled over the $12bn debt into the coming years. And despite his populist rhetoric, the political culture in Sacramento runs along pretty much as before, with Democrats and Republicans sparring, doing deals and being swayed by lobbyists. But Schwarzenegger's poll ratings remain in rude good health, with 65% saying that they think he's doing a good job.
"He's more of a politician than anybody expected," says Marc Cooper of the LA Weekly. "He's certainly more of a politician than your average politician. To be an effective politician, you probably have to be a good actor."
"He wears risers in his boots," counters Mulholland. "He's a 5ft 10in citizen of Austria who believes his real place in history is to be president of the United States. You've got to be distrustful of a politician who has a makeup artist with him 24/7."
"His real gift is to let people see him as the Terminator and see the characters he's played," says Jamie Court, founder of ArnoldWatch.org, a website devoted to cataloguing the governor's relationship with big business. "And they don't pay much attention to what he's done. What he's proving is that all politics is showbusiness. He's a brand."
"He's more of a politician than anybody expected," says Marc Cooper of the LA Weekly. "He's certainly more of a politician than your average politician. To be an effective politician, you probably have to be a good actor."
"He wears risers in his boots," counters Mulholland. "He's a 5ft 10in citizen of Austria who believes his real place in history is to be president of the United States. You've got to be distrustful of a politician who has a makeup artist with him 24/7."
"His real gift is to let people see him as the Terminator and see the characters he's played," says Jamie Court, founder of ArnoldWatch.org, a website devoted to cataloguing the governor's relationship with big business. "And they don't pay much attention to what he's done. What he's proving is that all politics is showbusiness. He's a brand."
He's so sweet
Mais uma vez, o Bush deixa claro que a cara de fratboy bobão dele é só pra inglês ver. O consolo é que é por conta dele ter caído nas pesquisas, o medo é que Al Gore II, slightly less boring, consiga o feito de perder de novo. Da primeira vez, a pergunta é como ele perdeu no meio da maior bolha de prosperidade da história. Agora, como ele vai perder pra um presidente cujo "ponto forte" é a segurança - e no governo dele morreram 4.000 americanos pela violência estrangeira, o centro de Nova Iorque tem um "ground zero," e a paranóia virou política de governo e clima nacional. E isso é o ponto forte.
Mr Bush's speech before a fervent Republican audience had been billed by Bush administration officials as a significant presidential address on the economy and the "war on terror".
But the president instead used the ample television time afforded him by the cable networks to offer a more biting attack on Mr Kerry, punctuating his stump speech with new laugh lines and a mocking portrayal of his opponent.
Mr Kerry "once again came down firmly on every side of the Iraq war", Mr Bush said, offering a summary of the Democratic presidential candidate's apparently conflicting stances on the military invasion of Iraq. "You hear all that and you understand why somebody would make a face," Mr Bush added, as a delighted crowd rose to its feet to applaud a president whose first debate performance was noted for his scowls and grimaces.
Mr Bush said Mr Kerry had a "20-year history of weakness in the US senate", a "strategy of retreat in Iraq" and a "September 10 mindset".
The biting personal attack was leavened by a series of new witticisms and old gags. Mr Bush damned Mr Kerry's healthcare proposals as a return to "Clinton care". He pledged to be a president "who will stand up to trial lawyers, not put one on the ticket" - a reference to John Edwards, the Democratic vice-presidential candidate.
He sneered at Mr Kerry as the only politician in history to run for president on a pledge of raising taxes - and "that is the kind of promise that a politician from Massachusetts usually keeps".
Mr Bush's speech before a fervent Republican audience had been billed by Bush administration officials as a significant presidential address on the economy and the "war on terror".
But the president instead used the ample television time afforded him by the cable networks to offer a more biting attack on Mr Kerry, punctuating his stump speech with new laugh lines and a mocking portrayal of his opponent.
Mr Kerry "once again came down firmly on every side of the Iraq war", Mr Bush said, offering a summary of the Democratic presidential candidate's apparently conflicting stances on the military invasion of Iraq. "You hear all that and you understand why somebody would make a face," Mr Bush added, as a delighted crowd rose to its feet to applaud a president whose first debate performance was noted for his scowls and grimaces.
Mr Bush said Mr Kerry had a "20-year history of weakness in the US senate", a "strategy of retreat in Iraq" and a "September 10 mindset".
The biting personal attack was leavened by a series of new witticisms and old gags. Mr Bush damned Mr Kerry's healthcare proposals as a return to "Clinton care". He pledged to be a president "who will stand up to trial lawyers, not put one on the ticket" - a reference to John Edwards, the Democratic vice-presidential candidate.
He sneered at Mr Kerry as the only politician in history to run for president on a pledge of raising taxes - and "that is the kind of promise that a politician from Massachusetts usually keeps".
6.10.04
Afeganistão
A situação é uma versão mais radical da minha vontade de que o Lindhibérgui ganhe em New Iguaçu. O Kharzai é um ditador, uma marionete da CIA, mas mesmo assim eu estou torcendo pra que ele se dê bem. Afinal, as duas alternativas a ele, a Aliança do Norte e a Talibã, são uma pior do que a outra - as duas tinham, entre outros hábitos legais, maneiros e gente fina, executar gente em estádio de futebol. A rodo.
Prós da Aliança do Norte - permite o xadrez, as pipas, e ouvir música.
Prós da Talibã - não mata tanta gente. Quase não estupra.
PS - agora tem link clicando no título.
Prós da Aliança do Norte - permite o xadrez, as pipas, e ouvir música.
Prós da Talibã - não mata tanta gente. Quase não estupra.
PS - agora tem link clicando no título.
São Francisco
Relatório sobre os prós e contras do Sertão virar mar... (tudo bem, um pouco de exagero na frase. O projeto chinês equivalente quer tirar do Yangtzé uma quantidade de água maior que o Rio São Francisco inteiro, e mandar pro Rio Amarelo)
Pobres marujos
Desde o atentado de 11 de setembro, as medidas de segurança anti-terrorismo têm dificultado o desembarque dos marítimos. Hoje, nos portos norte-americanos, guardas impedem que tripulação estrangeira sem visto deixe o navio. O trânsito só é permito com visto individual, com custo de US$ 100 cada. O processo atrapalha a operação, trazendo prejuízos financeiros, principalmente para os armadores que negociam as cargas pouco antes de chegar aos portos norte-americanos.
Na quinta-feira (30/09), Dia Marítimo Mundial, navios do mundo inteiro fizeram manifestação contra o tratamento discriminatório dado aos tripulantes soando suas sirenes ao meio-dia. Segundo informações do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação (Syndarma), os Estados Unidos estariam desrespeitando a Convenção 185 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que determina as regras de tratamento dos marítimos. O movimento contra essas ações é liderado pela Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) e pela Federação Internacional dos Armadores (ISF).
"Os mais prejudicados são os armadores que trabalham sem linha definida e negociam as cargas dois ou três portos antes da chegada aos Estados Unidos. O consulado americano exige que os marítimos compareçam ao Rio de Janeiro para a retirada do visto. É prejuízo financeiro para o embarcador que precisaria mandar todos de volta ao Brasil", comentou o vice-presidente do Syndarma, Bruno Lima, em entrevista ao NetMarinha.
Como muitas vezes não é possível tirar o visto para todos os marítimos, cria-se uma situação constrangedora dentro da embarcação. "São trabalhadores que passaram até 40 dias no mar e merecem algum tempo em terra. Por acordo internacional, o marítimo sempre foi tratado de forma diferenciada em países estrangeiros. Como o episódio de 11 de setembro, isso mudou", afirmou Lima, destacando que o maior prejuízo é para o relacionamento entre a empresa e o marítimo.
Com a participação da ITF e da ISF - órgãos ligados à OIT, da Organização das Nações Unidas (ONU) -, o vice-presidente do Syndarma acredita ser possível reverter o quadro. "São entidades que têm forte representação junto ao governo americano. Com exceção dos navios de linha, que saem com destino pré-determinado, todos os embarcadores estão tendo problemas com isso", completou.
Conforme o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aqüaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (CONTTMAF), Severino Almeida, "os Estados Unidos estão exacerbando e temos receio de que esta experiência americana termine por contaminar o mundo todo, dada a grande influência que este país exerce no mundo. Já encaminhamos um ofício a Embaixada dos EUA no Brasil e agora vamos agendar uma reunião que contará com a presença do embaixador americano, do Secretário Nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, da CONTTMAF e do Syndarma."
Steamboy
É o melhor filme do mundo.
Tá, eu já disse isso sobre outros filmes antes. Mas dessa vez é de verdade. E ainda tem uma mensagenzinha pacifista, e uma tonelada de máquinas malucas a vapor. Durante os créditos, passam imagens que ou são da sequência, "Steamgirl," ou da revistinha. A revistinha do Akira é muito melhor que o desenho. Se o mesmo for verdade no caso do Steamboy, monto uma capela pro Katsuhiro Otomo.
É muito mais pra criança ver do que Akira - mas uma estória pra criança sem achar que criança é burra, como mesmo bons autores pra crianças muitas vezes acham. Vou caçar todas as crianças do mundo e forçar a assistir, à Laranja Mecânica.
Tá, eu já disse isso sobre outros filmes antes. Mas dessa vez é de verdade. E ainda tem uma mensagenzinha pacifista, e uma tonelada de máquinas malucas a vapor. Durante os créditos, passam imagens que ou são da sequência, "Steamgirl," ou da revistinha. A revistinha do Akira é muito melhor que o desenho. Se o mesmo for verdade no caso do Steamboy, monto uma capela pro Katsuhiro Otomo.
É muito mais pra criança ver do que Akira - mas uma estória pra criança sem achar que criança é burra, como mesmo bons autores pra crianças muitas vezes acham. Vou caçar todas as crianças do mundo e forçar a assistir, à Laranja Mecânica.
4.10.04
Parabéens pra vocêee
A Bélgica sopra 174 velinhas hoje. Bom, mais ou menos - a criança só foi batizada em janeiro de 1831, e a data nacional é a do rei Leopoldo jurando a constituição, em julho.
http://www.herodote.net/histoire10042.htm
PS - Leopoldo era da família Saxe-Coburg-Gotha - a mesma dos reis da Grã-Bretanha, que mudaram pra Windsor por conta do nacionalismo e anti-germanismo. Por conta disso, eu tinha escrito um texto circular, passando por eles, pelos Spencer, criacionismo, umbanda na Argentina, até chegar de novo à Bélgica. O blogger engoliu, então azar.
http://www.herodote.net/histoire10042.htm
PS - Leopoldo era da família Saxe-Coburg-Gotha - a mesma dos reis da Grã-Bretanha, que mudaram pra Windsor por conta do nacionalismo e anti-germanismo. Por conta disso, eu tinha escrito um texto circular, passando por eles, pelos Spencer, criacionismo, umbanda na Argentina, até chegar de novo à Bélgica. O blogger engoliu, então azar.
Xingatório da Imprensa
O original é aqui.
A moça da seção de economia do Globo escreve que "Trocando em miúdos, isso significa respeito e proteção ao acionista minoritário e transparência de resultados."
Moça, isso não são os miúdos, é a embalagem. Em miúdos estaria trocado, se tivesse ali a explicação do que a empresa tem que fazer pra entrar no Novo Mercado. Aliás, mesmo como propaganda institucional a frase ficava canhestra. Como jornalismo, é deprimente.
PS
O Novo Mercado faz parte de um esquema, inspirado em equivalente de Frankfurt, de quatro níveis de "governança corporativa," a que as empresas podem aderir - 1, 2, Novo Mercado, e o nível zero da bolsa tout court. A vantagem é que, estando num nível mais alto, a sua ação teoricamente é mais atraente, e é mais fácil conseguir financiamento, já que há menos dúvidas sobre a sua empresa.
No Novo Mercado, nível mais alto, a empresa não pode ter ações preferenciais (ações sem direito a voto). Isso é o principal, já que as "PN" são uma das pragas do mercado de ações brasileiro. Além disso, segundo o regulamento da Bovespa, ele exige :
· Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital;
· Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações representando 25% do capital;
· Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia;
· Estabelecimento de um mandato unificado de 1 ano para todo o Conselho de Administração;
· Disponibilização de balanço anual seguindo as normas do US GAAP ou IAS GAAP;
· Introdução de melhorias nas informações prestadas trimestralmente, entre as quais a exigência de consolidação e de revisão especial;
· Obrigatoriedade de realização de uma oferta de compra de todas as ações em circulação, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação no Novo Mercado;
· Cumprimento de regras de disclosure em negociações envolvendo ativos de emissão da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa.
A moça da seção de economia do Globo escreve que "Trocando em miúdos, isso significa respeito e proteção ao acionista minoritário e transparência de resultados."
Moça, isso não são os miúdos, é a embalagem. Em miúdos estaria trocado, se tivesse ali a explicação do que a empresa tem que fazer pra entrar no Novo Mercado. Aliás, mesmo como propaganda institucional a frase ficava canhestra. Como jornalismo, é deprimente.
PS
O Novo Mercado faz parte de um esquema, inspirado em equivalente de Frankfurt, de quatro níveis de "governança corporativa," a que as empresas podem aderir - 1, 2, Novo Mercado, e o nível zero da bolsa tout court. A vantagem é que, estando num nível mais alto, a sua ação teoricamente é mais atraente, e é mais fácil conseguir financiamento, já que há menos dúvidas sobre a sua empresa.
No Novo Mercado, nível mais alto, a empresa não pode ter ações preferenciais (ações sem direito a voto). Isso é o principal, já que as "PN" são uma das pragas do mercado de ações brasileiro. Além disso, segundo o regulamento da Bovespa, ele exige :
· Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital;
· Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações representando 25% do capital;
· Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia;
· Estabelecimento de um mandato unificado de 1 ano para todo o Conselho de Administração;
· Disponibilização de balanço anual seguindo as normas do US GAAP ou IAS GAAP;
· Introdução de melhorias nas informações prestadas trimestralmente, entre as quais a exigência de consolidação e de revisão especial;
· Obrigatoriedade de realização de uma oferta de compra de todas as ações em circulação, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação no Novo Mercado;
· Cumprimento de regras de disclosure em negociações envolvendo ativos de emissão da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa.
Le Roi est mort
Longa vida à Barra!
Four more years!
(A felicidade d'O Globo chega a ser divertida.)
(Falando nessa felicidade, é lindo de se ver um curral eleitoral descrito como "uma típica vereadora comunitária." Parece ironia.)
Four more years!
(A felicidade d'O Globo chega a ser divertida.)
(Falando nessa felicidade, é lindo de se ver um curral eleitoral descrito como "uma típica vereadora comunitária." Parece ironia.)
REPERCUTIR É O CARALHO
Se o dicionário da Globo fosse seguido, o curso de comunicação ia ter sido muito mais fácil - já que qualquer palavra relacionada à comunicação humana pode, pelo visto, ser substituída pela famigerada aí. Ela pelo visto impacta de forma atrativa, agregando valor às pessoas velhas envolvidas.
3.10.04
Hero
Um pouco pra desafogar as mágoas da eleição fracassada, um pouco porque faz anos que eu queria ver esse filme, Herói, do Zhang Yimou. (Agora falta assistir Zatoichi do Kitano, Garota Estratosfera e Steamboy, e vou sair da Mostra de olhinho puxado)
Puuuuuuuuuuta que o pariu. O filme é lindo, tresbundante, perfeito. Quer dizer, pelo visto não pra fãs de wu xia, mas eu achei lindo. Relevando a patriotada do "Tien Sha - Nossa Terra," o filme é maravilhoso. As cores que são usadas nos outros filmes dele são muito mais in-your-face, sem nenhuma sutileza, e belíssimas. A luta entre a Maggie Cheung e a Zhang Zyiy no meio das amoreiras, a hora em que os dois defletem as flechas no telhado, os chapéus dos conselheiros de Qin, o Go que Céu joga no meio da chuva, a música, TODAS as cenas na biblioteca (eu quero uma biblioteca escrita em caracteres chineses arcaicos...)
Pra que esta não seja apenas e exclusivamente uma sessão baba ovo, a crônica do Borges sobre Zheng, último rei de Qin, que o herói sem nome se recusa a matar, está no Otras Inquisiciones, com o nome de "La Muralla y los Libros." Ele reinou como Qin Shih Huangdi, o Primeiro Imperador, queimou todos os livros e aqueles que os escreviam, construiu a primeira versão da Grande Muralha (uns 200Km distante da atual, que data da dinastia Ming), e foi lembrado por séculos pela crueldade. A dinastia de Qin praticamente acabou com ele, que procurava o elixir da vida eterna, e o seu filho já foi deposto.
Mais interessante, do ponto de vista de quem assiste Hero (e sabe quem financiou o filme), é a historiografia do que a história. Do artigo na Wikipedia :
In traditional Chinese historiography, Qin Shi Huangdi was almost always portrayed as a brutal tyrant, superstitious (a result of his interest in immortality and assassination paranoia) and even as a mediocre ruler. Ideological prejudices against the Legalist kingdom of Qin were established as early as 266 BC, when Confucian philosopher Xun Zi compared it to barbarian tribes and wrote "Qin has the heart of a tiger or a wolf … [and is] avaricious, perverse, eager for profit, and without sincerity" Later Confucian historians condemned the emperor who had burned the classics and buried Confucian scholars alive. They eventually compiled the list of the "Ten Crimes of Qin" to highlight his tyrannical actions. The famous Han poet and statesman Jia Yi concluded his essay The Faults of Qin with what was to become the standard Confucian judgement of the reasons for Qin's collapse. Jia Yi's essay, admired as a masterpiece of rhetoric and reasoning, was copied into two great Han histories and has had a far-reaching influence on Chinese political thought as a classic illustration of Confucian theory. He explained the ultimate weakness of Qin as a result of its ruler's ruthless pursuit of power, the precise factor which had made it so powerful; for as Confucius had taught, the strength of a government ultimately is based on the support of the people and virtuous conduct of the ruler.
This Confucian bias on the part of Han scholars rendered some of the stories recorded about the First Emperor in the Han period to be of doubtful historical value and many were probably invented to emphasize his negative traits. For instance, the accusation that the First Emperor had 460 scholars executed by having them buried with only their heads above ground, and then decapitated is at the very least unlikely to be completely true and it is probable that the incident was fabricated to create a legend of Confucian martyrdom. There are also many varying tales of Heaven's anger against Qin Shi Huangdi, such as the story of a stone fallen from the sky engraved with words denouncing the emperor and prophesying the collapse of his empire after his death. Almost all of these have been discredited as hearsay and legend. Other stories are designed to tarnish the First Emperor's image.
Only in modern times were historians able to penetrate beyond the limitations of traditional Chinese historiography. The political rejection of the Confucian tradition as an impediment to China's entry into the modern world opened the way for changing perspectives to emerge. In the three decades between the fall of the Qing Dynasty and the outbreak of the Second World War, with the deepening dissatisfaction with China's weakness and disunity, there emerged a new appreciation of the man who had unified China. In the time when he was writing, when Chinese territory was encroached upon by foreign nations, leading Nationalist historian Xiao Yishan emphasized the role of the First Emperor in repulsing the northern barbarians, particularly in the construction of the Great Wall. Another historian, Ma Feibai, published in 1941 a full-length revisionist biography of the First Emperor entitled Qin Shi Huangdi Zhuan, whom he called one of the great heroes of Chinese history. Ma compared him with the contemporary leader Chiang Kai-shek and saw many parallels in the careers and policies of the two men, both of whom he admired. Chiang's Northern Expedition of the early 1920s, which directly preceded the new Nationalist government at Nanking was compared to the unification brought about by Qin Shi Huangdi.
With the coming of the Communist Revolution in 1949, new interpretations again surfaced. The establishment of the new, revolutionary regime meant another re-evaluation of the First Emperor, this time following Marxist theory. The interpretation given of Qin Shi Huangdi of the new era was generally a combination of traditional and modern views, but essentially critical. This is exemplified in General History of China, which was compiled in September, 1955, as an official survey of Chinese history. The work described the First Emperor's major steps toward unification and standardisation as corresponding to the interests of the ruling group and the merchant class, not the nation or the people, and the subsequent fall of his dynasty a manifestation of the class struggle. The perennial debate of the fall of the Qin Dynasty was also explained in Marxist terms, the peasant rebellions being a revolt against oppression - a revolt which undermined the dynasty, but which was bound to fail because of a compromise with "landlord class elements" .
Since 1972, however, a radically different official view of the First Emperor has been given prominence throughout China. The reevaluation movement was launched by Hong Shidi's biography Qin Shi Huang, published by the state press to be a mass popular history, and sold 1.85 million copies within two years. In the new era the First Emperor was seen as a farsighted ruler who destroyed the forces of division and established the first unified, centralised state in Chinese history by rejecting the past. Personal attributes, such as his quest for immortality, so emphasized in traditional historiography, are scarcely mentioned. The new evaluations described how, in his time (an era of great political and social change), he had no compunctions in using violent methods to crush counter-revolutionaries, such as the "industrial and commercial slave owner" chancellor Lü Buwei. Unfortunately, he was not as thorough as he should have been and after his death, hidden subversives, under the leadership of the chief eunuch Zhao Gao, seized power and used it to restore the old feudal order. To round out this reevaluation, a new interpretation of the precipitous collapse of the Qin Dynasty was put forward in an article entitled "On the Class Struggle During the Period Between Ch'in and Han" by Luo Siding, in a 1974 issue of Red Flag, to replace the old explanation. The new theory claimed that the cause of the fall of Qin lay in the lack of thoroughness of Qin Shi Huangdi's "dictatorship over the reactionaries, even to the extent of permitting them to worm their way into organs of political authority and usurp important posts."
Puuuuuuuuuuta que o pariu. O filme é lindo, tresbundante, perfeito. Quer dizer, pelo visto não pra fãs de wu xia, mas eu achei lindo. Relevando a patriotada do "Tien Sha - Nossa Terra," o filme é maravilhoso. As cores que são usadas nos outros filmes dele são muito mais in-your-face, sem nenhuma sutileza, e belíssimas. A luta entre a Maggie Cheung e a Zhang Zyiy no meio das amoreiras, a hora em que os dois defletem as flechas no telhado, os chapéus dos conselheiros de Qin, o Go que Céu joga no meio da chuva, a música, TODAS as cenas na biblioteca (eu quero uma biblioteca escrita em caracteres chineses arcaicos...)
Pra que esta não seja apenas e exclusivamente uma sessão baba ovo, a crônica do Borges sobre Zheng, último rei de Qin, que o herói sem nome se recusa a matar, está no Otras Inquisiciones, com o nome de "La Muralla y los Libros." Ele reinou como Qin Shih Huangdi, o Primeiro Imperador, queimou todos os livros e aqueles que os escreviam, construiu a primeira versão da Grande Muralha (uns 200Km distante da atual, que data da dinastia Ming), e foi lembrado por séculos pela crueldade. A dinastia de Qin praticamente acabou com ele, que procurava o elixir da vida eterna, e o seu filho já foi deposto.
Mais interessante, do ponto de vista de quem assiste Hero (e sabe quem financiou o filme), é a historiografia do que a história. Do artigo na Wikipedia :
In traditional Chinese historiography, Qin Shi Huangdi was almost always portrayed as a brutal tyrant, superstitious (a result of his interest in immortality and assassination paranoia) and even as a mediocre ruler. Ideological prejudices against the Legalist kingdom of Qin were established as early as 266 BC, when Confucian philosopher Xun Zi compared it to barbarian tribes and wrote "Qin has the heart of a tiger or a wolf … [and is] avaricious, perverse, eager for profit, and without sincerity" Later Confucian historians condemned the emperor who had burned the classics and buried Confucian scholars alive. They eventually compiled the list of the "Ten Crimes of Qin" to highlight his tyrannical actions. The famous Han poet and statesman Jia Yi concluded his essay The Faults of Qin with what was to become the standard Confucian judgement of the reasons for Qin's collapse. Jia Yi's essay, admired as a masterpiece of rhetoric and reasoning, was copied into two great Han histories and has had a far-reaching influence on Chinese political thought as a classic illustration of Confucian theory. He explained the ultimate weakness of Qin as a result of its ruler's ruthless pursuit of power, the precise factor which had made it so powerful; for as Confucius had taught, the strength of a government ultimately is based on the support of the people and virtuous conduct of the ruler.
This Confucian bias on the part of Han scholars rendered some of the stories recorded about the First Emperor in the Han period to be of doubtful historical value and many were probably invented to emphasize his negative traits. For instance, the accusation that the First Emperor had 460 scholars executed by having them buried with only their heads above ground, and then decapitated is at the very least unlikely to be completely true and it is probable that the incident was fabricated to create a legend of Confucian martyrdom. There are also many varying tales of Heaven's anger against Qin Shi Huangdi, such as the story of a stone fallen from the sky engraved with words denouncing the emperor and prophesying the collapse of his empire after his death. Almost all of these have been discredited as hearsay and legend. Other stories are designed to tarnish the First Emperor's image.
Only in modern times were historians able to penetrate beyond the limitations of traditional Chinese historiography. The political rejection of the Confucian tradition as an impediment to China's entry into the modern world opened the way for changing perspectives to emerge. In the three decades between the fall of the Qing Dynasty and the outbreak of the Second World War, with the deepening dissatisfaction with China's weakness and disunity, there emerged a new appreciation of the man who had unified China. In the time when he was writing, when Chinese territory was encroached upon by foreign nations, leading Nationalist historian Xiao Yishan emphasized the role of the First Emperor in repulsing the northern barbarians, particularly in the construction of the Great Wall. Another historian, Ma Feibai, published in 1941 a full-length revisionist biography of the First Emperor entitled Qin Shi Huangdi Zhuan, whom he called one of the great heroes of Chinese history. Ma compared him with the contemporary leader Chiang Kai-shek and saw many parallels in the careers and policies of the two men, both of whom he admired. Chiang's Northern Expedition of the early 1920s, which directly preceded the new Nationalist government at Nanking was compared to the unification brought about by Qin Shi Huangdi.
With the coming of the Communist Revolution in 1949, new interpretations again surfaced. The establishment of the new, revolutionary regime meant another re-evaluation of the First Emperor, this time following Marxist theory. The interpretation given of Qin Shi Huangdi of the new era was generally a combination of traditional and modern views, but essentially critical. This is exemplified in General History of China, which was compiled in September, 1955, as an official survey of Chinese history. The work described the First Emperor's major steps toward unification and standardisation as corresponding to the interests of the ruling group and the merchant class, not the nation or the people, and the subsequent fall of his dynasty a manifestation of the class struggle. The perennial debate of the fall of the Qin Dynasty was also explained in Marxist terms, the peasant rebellions being a revolt against oppression - a revolt which undermined the dynasty, but which was bound to fail because of a compromise with "landlord class elements" .
Since 1972, however, a radically different official view of the First Emperor has been given prominence throughout China. The reevaluation movement was launched by Hong Shidi's biography Qin Shi Huang, published by the state press to be a mass popular history, and sold 1.85 million copies within two years. In the new era the First Emperor was seen as a farsighted ruler who destroyed the forces of division and established the first unified, centralised state in Chinese history by rejecting the past. Personal attributes, such as his quest for immortality, so emphasized in traditional historiography, are scarcely mentioned. The new evaluations described how, in his time (an era of great political and social change), he had no compunctions in using violent methods to crush counter-revolutionaries, such as the "industrial and commercial slave owner" chancellor Lü Buwei. Unfortunately, he was not as thorough as he should have been and after his death, hidden subversives, under the leadership of the chief eunuch Zhao Gao, seized power and used it to restore the old feudal order. To round out this reevaluation, a new interpretation of the precipitous collapse of the Qin Dynasty was put forward in an article entitled "On the Class Struggle During the Period Between Ch'in and Han" by Luo Siding, in a 1974 issue of Red Flag, to replace the old explanation. The new theory claimed that the cause of the fall of Qin lay in the lack of thoroughness of Qin Shi Huangdi's "dictatorship over the reactionaries, even to the extent of permitting them to worm their way into organs of political authority and usurp important posts."
A Grande Festa da Democracia™
Foda-se o voto útil, vou votar Jandirão mesmo. Pra vereador, ainda pode ser - e aí voto na legenda do PT. Tem um Wagner Medeiros (13001) que diz que apóia o turismo e a revitaliza/…ao da zona portuária. Tem o Quik (40130) também...
Falando nisso, o site do PT tem uns textos folclóricos.
"Em sua carreira na Marinha, alcançou o posto de capitão-tenente e já foi juiz militar temporário no Quarto Distrito Naval. É pastor da Comunidade Cristã da Barra da Tijuca, coordenador da Marcha para Jesus no Rio..."
"Conhecido como Repolho..."
"É carioca do bairro do Catete, de família tradicionalmente de esquerda."
Fora os candidatos como o Pitanga, "Natanael o Profeta," e congêneres.
Falando nisso, o site do PT tem uns textos folclóricos.
"Em sua carreira na Marinha, alcançou o posto de capitão-tenente e já foi juiz militar temporário no Quarto Distrito Naval. É pastor da Comunidade Cristã da Barra da Tijuca, coordenador da Marcha para Jesus no Rio..."
"Conhecido como Repolho..."
"É carioca do bairro do Catete, de família tradicionalmente de esquerda."
Fora os candidatos como o Pitanga, "Natanael o Profeta," e congêneres.
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