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6.4.11

Tucanando 2

Outra tucanada tem a ver com o BNDES. Alguns tucanos já falaram em simplesmente dissolver o BNDES, mas outra fatia, talvez majoritária e incluindo o ex-diretor do próprio banco e do Banco Central Pérsio Arida, tem uma proposta mais modesta, que é a da normalização da Taxa de Juros de Longo Prazo, a TJLP. Essa sopa de letrinhas se refere à taxa de juros cobrada pelo banco, que é (afinal, essa é a função Desenvolvimento, o "D" de BNDES) inferior à cobrada pelo mercado, e até à taxa referencial do Banco Central, a Selic. A função é garantir dinheiro para obras e atividades necessárias para o desenvolvimento do Brasil, já que o dinheiro no Brasil, historicamente, é caro.

Segundo Pérsio Arida e muitos outros (até alguns "desenvolvimentistas"), o problema da TJLP, atualmente, é que ela está muito mais baixa, isso é mais barata, não apenas do que a SELIC mas do que o preço da própria dívida de longo prazo de rendimento fixo do tesouro nacional; isso é, ela representa uma injeção de liquidez, paga com dívida pelo tesouro, na economia. Ora, uma injeção de liquidez é uma coisa ótima num momento, como em 2008, em que se teme uma retração financeira; num momento em que o governo anuncia cortes no orçamento justamente para tentar conter a expansão da economia e a inflação, o papel do BNDES, com endividamento do governo, é problemático. É como se o governo ficasse empurrando ao mesmo tempo pra frente e pra trás um carrinho.

A proposta de Arida é simples: equalizar a TJLP ao custo que o governo paga pela sua dívida de longo prazo, que hoje é o valor das Notas do Tesouro Nacional (NTN-1). Assim, pararia de injetar liquidez numa economia que já é extremamente líquida. Para projetos especiais de interesse do governo e rentabilidade duvidosa, como energias ou transporte alternativo, saneamento, etc..., o banco continua com a possibilidade, como já faz hoje, de emprestar a taxas inferiores à TJLP.

Com isso, teríamos um método de reduzir a liquidez da economia que não apenas não significa restrições e problemas para o governo, como os cortes no orçamento direto ou o aumento da SELIC, como melhora o caixa disponível.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho q a questão é ideológica. Essa proposta não tem uma cara de pensar na equação das contas muito pontualmente?

Off topic:
Certa vez, voce deu um link de um site que mostrava todas as conexões entre grupos e pessoas nos EUA, tipo Brookings Inst.-Summers-MET Life-Casa Branca. Sabe que site era esse? Ponde dar o link de novo?