O meu post passado foi uma brincadeira de primeiro de Abril; o programa 100 parques para São Paulo, anunciado com fanfarra pela prefeitura da cidade, só parece; na prefeitura e no estado, os novos parques anunciados e planejados incluem a prestigitação semântica, o cambalacho puro e simples, e a piada pronta. Do maior pro menor:
Parque da represa de Guapimirim, com 22Km2. Como? 22Km2? Quinze Ibirapueras? Puta parque, meu! Ou melhor, 72.000m2, eventualmente expansíveis para 120.000. O resto da área do "parque" é simplesmente a atual área de proteção ambiental, que ganhará outro nome.
Parque da lagoa de Carapicuíba (estranhamente, no município de Barueri). Uma empresa procederá ao aterramento do atual lago contaminado e à criação de um parque, em troca da utilização de uma pequena parte da área para um centro de logística, sem custo ao estado. Uma "pequena parte" contabilizando 1,5Km2 do total de 2,4. O parque será basicamente um cinturão verde em volta do pátio de carga da empresa, que além da área enorme a baixo preço terá crédito de ICMS por 20 anos.
Parque do Jóquei Clube. O parque resultará da troca de dívidas do Jóquei. Será mantida a atividade atual principal do clube, por sua relevância para a cidade. É isso mesmo: o parque do Jóquei, comprado pela prefeitura a 300 milhões de reais, vai continuar abrigando o Jóquei.
Parque linear da Vila Madalena. O parque será descontínuo, não interrompendo as ruas por onde passa, e terá largura média de 6m. Descontínuo e 6m de largura. Nada contra arborização de ruas, mas isso com boa vontade é um bulevar, não um parque.
Parque Mário Covas, na Paulista. Um terreno há muito desocupado exceto por algumas árvores ganhou uma mudança na grade, uma cabine de informações turísticas, e o nome pomposo. É menor do que uma pracinha média, ocupando algo como um terço ou um quarto de quarteirão.
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