De casamento, seus mente-suja. A DC Comics anunciou, com muito espalhafato, a saída do armário do "Primeiro Lanterna Verde," um personagem importante da revistinha. O estardalhaço levou muita gente a cogitar algum personagem de primeira linha, mas afinal era apenas um homônimo; um lanterna verde que pode ter sido o primeiro na cronologia mas não tem nem de longe a importância ou popularidade do segundo, Hal Jordan. Mal comparando, é como se a Marvel falasse que um personagem de primeira linha seria revelado como gay, e anunciasse que era o Tocha Humana. Não o irmão da Mulher Invisível, mas o robô dos anos 40, vejam bem.
Aliás, é curioso que, até há pouco, a homossexualidade de algum personagem era algo que escritores tinham que desafiar as editoras para introduzir, ou mesmo deixar subentendido - antes ainda, durante a vigência do famigerado Comics Code, era explicitamente proibido mesmo. Hoje, é usada como propaganda de impacto; tanto que a Marvel, com igual espalhafato, anunciou o casamento de seu herói Estrela Polar, oficialmente gay desde os anos 90. Antigamente personagens eram mortos com essa fanfarra; esperemos que a homossexualidade não seja tão facilmente reversível quanto a morte, que nos quadrinhos de heróis tem mais ou menos a gravidade de uma gripe.
Igualmente curioso é que os dois heróis gays mais visíveis da Marvel, Estrela Polar e Mística, ambos revelados como tais nos anos 90, ambos sejam da seara dos X-Men, em que o tema do preconceito, associado geralmente com os judeus, está sempre presente. Ou que a Mística, Mata Hari da Marvel, tenha tido um relacionamento gay de longuíssimo prazo (umas sete décadas) enquanto seduzia marmanjos a torto e a direito.
Ou que, convenhamos, no seu afã de se dizer politicamente correta, a DC apresente o quadrinho da Batmoça - uma ruiva lésbica gostosa. Porque todos sabem que existem grandes chances de nerds rejeitarem uma ruiva lésbica gostosa. Vide a Mística, já mencionada, ou a Willow do seriado Buffy, etc etc etc...
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