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11.1.12

Dilma, devolve meu voto?

OK, continuo achando que com o Serra seria muito pior, provavelmente vou votar na reeleição dela (mas não no primeiro turno), mas pqp. O último afago à Veja do governo Dilma desmente meu antepenúltimo post, sobre imigração, e toma medidas de corar um republicano dos EUA para barrar os haitianos.

Para não explanar que a idéia é atender aos gritos xenófobos da nossa mídia, haverá quem defenda que é uma questão "humanitária," haja vistos os problemas com coiotes e superlotação na fronteira. Ora, se assim fosse, não seriam restringidos os vistos concedidos já no Haiti. A maneira de se esgotar a imigração ilegal não é - fora do sonho alucinado de algum Le Pen - fechando as portas da imigração legal, mas sim as escancarando. Abra-se as portas do Brasil, e vai ter um monte de coiote na fila do desemprego.

Bem, OK, Dilma perdeu meu voto, ganhou o de uns 500.000 tiozinhos leitores da Veja que votaram no Serra contra a terrorista comuna. Acho que é lucro. Mas também é uma traição a si mesma. Pra fazer a mesma coisa que o Geisel, não precisava ter sofrido tortura, era só se filiar ao MDB.


EDIT - outra coisa que aproxima a Dilma do PSDB: na propaganda, e imagino que também na autoimagem, seu diferencial é a "gestão." Pois bem, como bem apontado pela colunista Rosângela Bittar, do Valor, assim como a do PSDB a gestão da Dilma é falha:

Apagões pequenos, médios e grandes, do Oiapoque ao Chuí; epidemia grave de dengue; mortes novamente por catástrofes da natureza esperadas mas não prevenidas por governos municipais, estaduais e sobretudo federal, a quem compete muito; caos aéreo persistente, resultado de incipientes medidas; erros repetidos na administração da Educação; baixa execução de PACs I ou II; reforma agrária sem resultados; invisível avanço em desempenho na área de segurança. Problemas, esses e muitos outros, do primeiro ano do governo Dilma, todos, de gestão.

A presidente da República gastou seis meses iniciais na montagem do governo e os seis meses finais na desmontagem. Perdeu, na tessitura, dois pilares, Antonio Palocci, chefe da Casa Civil, e Nelson Jobim, ministro da Defesa, dois mais importantes colaboradores. Titubeou, demorou, negaceou, até trocar ministros política e administrativamente inviabilizados nos cargos, levando o governo à paralisia. Quando tomou providências o fez de forma acanhada - pois ainda há áreas no vácuo -, e já era o fim da primeira etapa.



PS minha esperança de uma refomra tributária aumentando IRPF e ITR em troca de zerar IPI? Zero.

Um comentário:

raph disse...

Mas ainda acho que está fazendo um bom governo dentro das possibilidades... Embora nunca tenha achado PSDB e PT tão distantes um do outro quanto o 2o Turno deu a entender, afinal a "gosma" do PMDB preenche todos os espaços e todos os buracos possíveis e corruptíveis :)

Abs
raph