O governo federal está investindo uma puta grana no PROINFA - programa de incentivo a fontes alternativas de energia. Tem três componentes; dois deles, usinas éolicas e aproveitamento de lixo orgânico, são uma boa idéia. O terceiro, trata-se de "pequenas centrais hidrelétricas," que, ao contrário das grandes, seriam ecológicas. O que é uma besteira, o que faz uma hidrelétrica mais ou menos danosa não é o tamanho dela, mas o quanto ela produz de energia por área inundada. (Bom, isso e fatores específicos ao rio envolvido.) Uma hidrelétrica de 1MW tem o dano menor que Itaipu, mas vai ver 14000 hidrelétricas de 1MW. Quando os Britânicos trocaram os aquecedores individuais de carvão por uma meia dúzia de grandes centrais, o smog londrino acabou.
Era melhor se o tal do PROINFA, ao invés de das PCHs (até o nome é de cancerígeno), estimulasse isso aqui :
http://www.hidrocinetica.com.br
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveu uma tecnologia que pode resolver o problema de abastecimento de energia elétrica em pequenas comunidades ribeirinhas. As turbinas hidrocinéticas – nome do invento, que funciona como uma espécie de minihidrelétrica – prometem se tornar fontes seguras, baratas, ecológicas e estáveis de geração de energia.
Uma turbina hidrocinética consiste em um cilindro oco de metal, de tamanho variado – protótipos em teste hoje variam de quatro a nove metros de comprimento -, com uma hélice acoplada em seu interior. Suspensa por um braço mecânico instalado na margem ou flutuando em bóias no meio de um rio, a máquina aproveita a própria correnteza para girar a hélice e acionar um gerador de energia.
O professor Franco Morale, do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB e um dos coordenadores do projeto, explica que o potencial de geração de energia de uma turbina hidrocinética varia de acordo com o rio onde é instalada. Mas que uma dessas máquinas é capaz de gerar até 20KW/h ou 14,4 mil KW/h por mês, o suficiente para abastecer cerca de 100 residências de classe média por mês.
Vantagens
“Colocou a máquina no rio, ela começa a gerar energia. Não tem que fazer barragem ou mexer com o meio ambiente”, diz Franco Morale. O professor explica que o custo inicial da máquina é relativamente alto, cerca de R$ 20 mil, mas recompensado por vários fatores.
O primeiro é o baixo custo ambiental: além de não precisar de grande obras de engenharia para funcionar, com perigo de alteração na flora e fauna local, as turbinas hidrocinéticas são projetadas de forma que tanto peixes de grande porte quanto outros menores não corram perigo de sofrer um acidente com as pás da hélice.
O segundo fator positivo do projeto é a sua durabilidade e manutenção econômica: uma turbina tem vida média projetada de 30 anos, com produção ininterrupta de energia. A única manutenção deve ser feita a cada seis meses: “De tempo em tempo a pessoa só precisa tirar a máquina da água e trocar peças que não valem mais de dez reais. Em meia hora, no máximo, está tudo resolvido e funcionando”, explica o pesquisador.
O terceiro fator é a adequabilidade do invento. As turbinas podem ser instaladas praticamente em qualquer rio com correnteza. Adaptações para aproveitar quedas d’água ou pequenos desníveis são possíveis e só aumentam a potência gerada. Além disso, as máquinas podem ser instaladas em série, para atender a demandas maiores.
Outro ponto é a qualidade e a garantia de energia gerada. Franco Morale explica que o primeiro protótipo da turbina está em funcionamento há nove anos, e durante esse período, não deixou de produzir energia ou provocou oscilações de tensão que pudessem queimar os eletrodomésticos ligados ao sistema.
Por fim, a turbina possibilita a comunidades e pontos isolados – e próximos a rios - o acesso à energia elétrica sem a necessidade de uma rede elétrica completa instalada, processo caro e de difícil manutenção.
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