Elio Gaspari acredita piamente na teoria da mulher de César, e no dize-me com quem andas. Presta bons serviços ao jornalismo, apesar das trapalhadas que uma mistura de entusiasmo e, um, convicção moral fazem recorrentes. Se muda para Boston a fim de aceitar uma Lemann chair.
Lemann é o dono da InBev (antes da AmBev, antes da Brahma), que, com a ajuda da Viúva (como Gaspari chama a União) e da CVM, se tornou um dos homens mais ricos da Suíça. Entre os acionistas minoritários ferrados na compra da AmBev, figura a Previ.
A doação é um dos jeitos pelos quais, nos EUA, os maganos (elite econômica, em Gaspariês) devolvem dinheiro à sociedade, desde o tempo dos robber barons. As universidades, em particular, derivam boa parte de sua verba do que lhes dão os ex-alunos. Lemann doou 3.5 milhões de dólares ao Rockefeller Center for Latin American Studies. Para o Brasil, talvez Lemann esteja embarcando nesse barco, raro por cá - no site da sua fundação, as menções são de "ensino técnico ou agrotécnico" e "educação pra o trabalho" além de "gestão escolar."
Não há conexão entre a moralidade de seus doadores e as bolsas com pedigree. A Rhodes Scholarship, talvez a mais prestigiosa de todas, foi criada por um homem que poderia ser chamado, sem muito exagero, de criminoso de guerra. Como os Rhodes scholars demonstram bem, há uma certa conexão com a visão que eles têm do mundo, mesmo depois que eles morrem e frases como "white man's burden" viram piada para os de fora.
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