Curso superior não tem elevado renda, diz estudo do IBGE
A matéria, solicitamente, além de mostrar um gráfico com as evoluções de renda ( mostrando uma correlação linear e inversa entre nível educacional e evolução da renda), também mostra quais são as rendas médias por grupo. Infelizmente, ela não fala do tamanho de cada categoria, mas isso podemos achar no IBGE guglando um pouco.
A matéria, portanto, pode ser lida como "entre os trabalhadores formais, diferença salarial entre os 20% com menos estudos e os demais diminui."
Ora, a diferença entre um país "rico," pouco desigual, e um país pobre, ou muito desigual, nunca foi a abastança das suas classes abastadas. Pelo contrário, em termos relativos a classe média de países menos desenvolvidos tem acesso a luxos, como empregadas full-time, indisponíveis a seus congêneres em países mais desenvolvidos. Em outros termos: Eike Batistas há em qualquer canto do capitalismo - mesmo na Suécia tem o Ingvar Kamprad.
OK, estou exagerando - o número de bilionários no Brasil ser comparável ao do Japão também é, sim, um sinal de desigualdade. Mas não aparece no índice de desigualdade. Aquele índice de Gini, que figura nas tabelas da ONU. Isso porque o índice de Gini mede a desigualdade de renda, principalmente do trabalho, e esse povo não tem renda, tem propriedade. A desigualdade do índice de Gini é exatamente a desigualdade de renda entre o pequeno-burguês ou o profissional liberal e o gari. É a desigualdade, entre outras coisas, da escolaridade.
Em outras palavras, o escândalo do aumento da renda dos menos "cultos" é só o Brasil chegando menos longe (mais perto não dá pra dizer, mesmo com as reformas liberais ocorridas lá nos anos 90) da Suécia.
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2 comentários:
Heh pois é, ainda temos uma enorme desigualdade, mas parece que somos um dos poucos países no mundo todo onde essa desigualdade está efetivamente sendo reduzida (eu acabei de ler isso na Superinteressante, não sei se é confiável, mas enfim).
Daí o pessoal vê os "ex-pobres" comprando carro e indo ao cinema e acham que estão ficando pobres também, haha, não deixa de ser engraçado.
Abs
raph
Resumindo: a Folha acha que prosperidade é um curso superior garantir, ad eternum e necessariamente, uma renda de no mínimo 15 vezes a de um empregado doméstico ou empacotador de supermercado.
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