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9.10.09

Pérolas aos porcos

Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada, cunhou a expressão "PIG, Partido da Imprensa Golpista" para se referir ao nosso querido oligopólio de mídia, representado oficialmente pela ANJ. A expressão é meio infantilóide, coisa de animador de torcida, mas reflete uma bem real disposição das famílias Marinho, Frias, e Civita de atacar o governo por todos os cantos imagináveis, sem abrir mão inclusive de, quando não há notícias a manipular, inventar besteiras. A grande imprensa, cada vez mais, abre mão de uma pretensão à neutralidade anódina e se reconhece como de direita escancarada, e portanto inimiga jurada de um governo de centro-esquerda, com colunistas e editorialistas algo extremos como Reinaldo Azevedo, João Pereira Coutinho, Rodrigo Constantino, e outras figuras folclóricas. (Olavo de Carvalho, pelo menos, não escreve mais para o Globo. Provavelmente por desavenças mais pessoais do que ideológicas.)

E, bem, acho isso ótimo. A mídia e, esqueci de dizer no post embaixo que o mencionava, o TCU (basicamente composto de DEMos e PMDBistas da ala Serra). E todo mundo que não aceitou O Cara como seu senhor e salvador devia achar isso ótimo. Afinal, a idéia da mídia e do TCU é justamente servir como órgão de controle do governo; se pegam no pé deste por motivos errados, tanto faz, desde que peguem no pé. Um dos maiores problemas do Brasil pré-Lula, que pode ser visto até hoje nos estados, era justamente o excesso de boa vontade da mídia com os governos. (Dos tribunais de contas, nem precisa se falar nada.)

Além disso, enquanto a mídia tiver esse ódio visceral e ficar pegando no pé com viés moralista, esquece de devotar o mesmo espaço à batalha ideológica - e há muitas em curso no Brasil de hoje. Que o diga a Kátia Abreu.

PS Acabo de descobrir outras expressões do PHA. "Colonistas" e "PUM." Eu hein. Tá parecendo o primo que lembra de tomar os remédios do Olavo.

Um comentário:

Marcus disse...

Esse país é uma esculhambação tão grande que a direita até esquece de ser direita. Nesse sentido o Olavo tem uma certa razão.

Ou melhor: existiu um momento em que havia possibilidade de debate ideológico claro. Foi no veto de Lula àquela emenda que tirava poder dos fiscais de trabalho para desconstituir contratos de pessoas jurídicas que eram na verdade relações de trabalho disfarçadas.

Lula vetou, os empresários e a mídia foram em cima, mas o governo, sabendo que dificilmente o veto seria derrubado, abdicou de entrar no debate, e se saiu com argumentos burocráticos.

No fundo, acho até que isso é bom. Existe uma parte da classe média que é de direita, mas vê os meritos do governo. Essa mentalidade "paz e amor" de Lula ajuda.