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17.4.08

Caridade com sofrimento alheio

Um artigo do LA Times, já um pouco datado, fala dos investimentos da fundação Bill e Melinda Gates, que contrastam só um pouquinho com as metas humanitárias da fundação.

Não acho que a idéia do "investimento ético" é a panacéia que tentam vender. Pelo contrário, mesmo que fosse inteiramente focado em empresas realmente éticas - e os índices tanto da Bovespa quanto da NYSE incluem a Aracruz Celulose - ele seria incapaz, por definição, de alterar substancialmente a dinâmica de preços, e portanto a atitude do sistema como um todo, dentro de um livre mercado capitalista. Mas as centenas de bilhões de dólares das fundações filantrópicas americanas poderiam muito bem fazer uma diferença, não decisiva mas pelo menos substancial, se fossem aplicadas em empresas com um padrão mínimo de responsabilidade. Digamos, não "boas," mas pelo menos "não tão horríveis assim."

O problema pra que isso acontecesse é que, por definição, uma fundação deve manter seu dinheiro em aplicações "fortes," para não arriscar a interrupção de suas atiuvidades-fim. Por outro lado, procuram um mínimo de rentabilidade, para conseguir expandir suas operações. E o único jeito de reconciliar esses dois objetivos é a aplicação nas blue chips, as companhias grandes e fortes - que geralmente são justamente as que têm prontuários globais dignos do Lex Luthor.

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