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28.1.08

De cenouras e porretes

No momento em que se atenta para a recuperação dos índices de desmatamento, depois de três anos de queda, é interessante ler o relatório dos Amigos da Terra sobre o "Reino do Gado" na Amazônia Legal.

Quase tão interessante é a volúpia com que o agronegócio se atirou à idéia de "compensação por manter a floresta em pé," alegada como solução muito melhor do que as apresentadas pelo governo (reforço de 25% no efetivo da PF na região e congelamento do financiamento). Claro, porque afinal de contas cenoura é bem melhor do que porrete.


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Cenoura pra ricos, bem entendido. Cenoura para os pobres é desperdício. Um estudo da secretaria de gestão do RS, relatado no Valor Econômico, fala do novo maná dos fundamentalistas de mercado, a "produtividade do gasto público," alegando de novo que mais investimentos em saúde e educação são inúteis. O estudo é tão cara de pau que, para dizer isso, contrasta os resultados agregados (mortalidade infantil, expectativa de vida, alfabetização, etc) exclusivamente com o gasto estadual, utilizando sempre o exemplo de "gasto ineficiente" do Distrito Federal sem sequer corrigir por conta do fato do DF gastar também a parte que, noutros estados, é dos municípios.


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Já o porrete para os pobres anda bem, obrigado. A PM mais uma vez invadiu o morro (no caso, o da Mineira) pra impedir uma festa que teria, alegadamente, conexões com o tráfico, e confiscar o equipamento de som. Às vezes acho que a "guerra" contra as favelas devia ser oficializada. Assim pelo menos iam ter que observar a convenção de Genebra.

Um comentário:

Anônimo disse...

O xiste sobre a declaração de guerra contra as favelas e declaração de genebra em verdade faz todo o sentido.
A portura genocida do Estado em relação à população excluida significa a adoção de medidas proprias de um Estado de Excessão como medidas cotidianas de governo,como apontam varios pensadores politicos da contemporaneidade.Essa forma de governo implica a exclusão de imensa parte da população do devido reconhecimento como seres humanos.
Parabens pelo blog,adorei os posts
Pedro Estevam Serrano