As Olimpíadas, que ninguém agüenta* mais, são uma mina de ouro de fatos irrelevantes, schadenfreude**, e filosofia de botequim. Às vezes os três juntos.
O Brasil, como sempre, ganha medalha no vôlei, na vela, e uns trocados no judô. Qualquer outra coisa é sorte. Enquanto isso, a Romênia (população e economia de Minas Gerais), o Marrocos (idem), o Quênia (ibidem), e a Etiópia (bem maior, mas pobre que só ela) se dão bem. Tá, tem a distorção causada pelas regras olímpicas - esporte de equipe tem mata-mata, e menos medalhas no geral, e no Brasil a escola privilegia o esporte de equipe mais do que o "track," o atletismo, como na Austrália (população dois terços de São Paulo, economia um pouquinho maior, uma caralhada de medalhas). O motivo não é só a corrupção do esporte no Brasil, embora ela ajude. É porque, fora o momento quadrianual de ufanismo, ninguém aqui liga pra nenhum esporte que não seja futebol, mesmo. Não dá pra ter uma infraestrutura decente se ninguém leva a sério, e se a grana pro esporte vem de cima, não vai ter pressão pra que ela seja bem empregada. A vela se garante mesmo assim porque no resto do mundo também é um esporte restrito.
Aliás, é uma puta grana, a do COB. Garanto que bem mais do que ganha a galera de Cuba, Etiópia e companhia.
Eu disse futebol? Desculpas, eu queria dizer futebol masculino. Que esporte de mulher não é esporte de verdade - machismo revelado não só no descaso pela Seleção, como quando comentaristas falam da beleza das atletas. Vem cá, não é que eu nunca tenha comentado sobre jogadora de vôlei bonita, mas na TV?? Por acaso alguém fica narrando jogo do Brasil e falando sobre como o Ronaldinho Moby Dick é gato? Mas claro, esporte feminino não é esporte de verdade, então é pra olhar umas gostosas na tela. "Umas peitudas," como diria meu primo.
Esporte e racismo - a quantidade de judeu nas seleções brasileiras de vôlei ajuda como metáfora da imbecilidade do racismo desportivo, que é aceito como verdade por tanta gente, ao ponto d'um idiota escrever uma tese de doutorado sobre como negros correm melhor. Quer dizer, atendo-se aos pontos realmente pesquisados da tese, e não à carga racista que o pesquisador, ou seu editor, colocaram, ele só diz que um determinado gene, mais comum na população negra americana que no resto da população americana, talvez influencie o resultado de corridas rápidas em um por cento. E é interessante ver como, falando no assunto, a maioria dos atletas do atletismo no Brasil é negra - fruto das vilas olímpicas que são construídas em favelas, enquanto os outros esportes ainda vêm da escola e do clube?
Os EUA parece que herdaram o manto da "guerra química" da Alemanha Oriental. Mas a deformação física é evidente em quase todos os esportes, à parte os de equipe. Aliás, nos mais extremos, você pode, com raras exceções, adivinhar quem são os atletas de federações mais pobres, menos preparados, porque são os com corpo mais normais. A ginástica olímpica, por exemplo, é Tolkien puro. Os homens são anões (raspados), e as mulheres são hobbits (não mulheres hobbits, homens hobbits). O povo do atletismo americano tem músculo até no nariz. As corridas de velocidade e o halterofilismo têm dois momentos, o da prova atlética e o da eliminação dos dopados. Os nadadores têm pé 50 e muitos e mãos mais compridas que o antebraço. Pelo visto vai longe o "mens sana in corpore sano."
O outro ideal dos Jogos, o "congraçamento universal," também ficou de fora, a não ser que "congraçamento" seja sinônimo de "competição." Tudo bem, os jogos sempre tiveram o seu lado fascista (e o Barão de Coubertin*** era machista e racista também), afinal quem inventou a pira olímpica foi a Leni Riefenstahl. Mas hoje em dia eles exageram. Levando a sério, como os EUA, que não foram às olimpíadas da Rússia e investem alto pra não ser "losers," inclusive no suborno de juízes, ou na babaquarice como o Brasil ufanista e desmedalhado, todos insistem em torcer pelo país, até quando o esforço é individual. Deviam pôr todo mundo pra competir de branco, branco e vermelho no caso dos esportes de equipe.
Dá pra ver que as saltadoras com vara não treinam com aquele sunkíni, pela linha de bronzeado nas coxas. A pergunta é se o sunkíni ajuda na aerodinâmica ou na telegenia. Tudo bem que eu sou ranzinza, mas os Jogos tão me deixando mais convicto que nunca do machismo, fascismo, e ridículo do mundo. Falar em ridículo, eu perdoaria todos os crimes do comunismo, se não existisse a ginástica rítmica, e todos os do capitalismo, se não fosse o nado sincronizado. Espero que Esther Williams e Stalin tejam sofrendo bastante no inferno.
Esportes que eu eliminaria : Softball, baseball Pingue Pongue, Qualquer Coisa com "sincronizado" no nome, dressage, pistola de ar, ginástica rítmica, rebolada atlética (aka marcha). Baseball, softball, e ciclismo têm o agravante de que precisam de estádios próprios.
Os nomes romenos são maneiros. Catalina Ponor. Acho que se eu tiver uma filha, vou chamar de Catalina Ponor. E aí ser morto pela minha mulher, a não ser que eu arranje uma doida. Se for menino, Marian Dragulescu. Fora o pescocinho de touro, a própria Catalina Ponor é bonita, aliás. Tanto quanto a giganta freak de um metro e 65 Svetlana Rorkina.
*Me recuso a escrever aguenta.
**Rir da desgraça alheia. No caso, o alheio é o que resta da civilização ocidental. Aliás, o idioma alemão também tá na mira de uns reformadores ortográficos. Cadê o Maurice Druon pra salvar o mundo dessa corja?
***Inventor dos Jogos Olímpicos modernos. Que têm assim tanta coisa a ver com o festival de Zeus Olímpico, quanto "O Clone" com a cultura marroquina.
Auferre, trucidare, rapere, falsis nominibus imperium; atque, ubi solitudinem faciunt, pacem appellant.
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25.8.04
23.8.04
Da série "porque a Tunísia tem muito mais turistas que o Rio"
"O presidente do sindicato dos hotéis, Alexandre Sampaio, cita a falta de mapas espalhados pelas ruas como uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos turistas que resolvem conhecer a cidade por conta própria. Há quatro anos os totens de propaganda do mobiliário urbano ainda tinham esse serviço, mas a prefeitura o substituiu por propaganda institucional. O jeito é o visitante abrir seus mapas de bolso."
Era tão simples. Aqueles abrigos horríveis da Clear Channel nos pontos de ônibus têm (ás vezes) placas azuis com algumas das ruas pelas quais os ônibus passam. Troca por placas com os mapas da linhas (deformados), e um mapa da área ao redor do ponto. Gastava um bilionésimo da grana gasta com as megaplacas laranjas. E não só turista, mas todo mundo ia parar de ter que perguntar pro motorista "PASSA NA PRESIDENTE VARGAS?"
Também, vai esperar o que dum atendimento ao turista que fica no 9º andar de um prédio de escritórios. Vai esperar aquelas placas coloridas no meio do nada, que às vezes brotam por aí.
http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cidade/2004/08/22/jorcid20040822002.html
Era tão simples. Aqueles abrigos horríveis da Clear Channel nos pontos de ônibus têm (ás vezes) placas azuis com algumas das ruas pelas quais os ônibus passam. Troca por placas com os mapas da linhas (deformados), e um mapa da área ao redor do ponto. Gastava um bilionésimo da grana gasta com as megaplacas laranjas. E não só turista, mas todo mundo ia parar de ter que perguntar pro motorista "PASSA NA PRESIDENTE VARGAS?"
Também, vai esperar o que dum atendimento ao turista que fica no 9º andar de um prédio de escritórios. Vai esperar aquelas placas coloridas no meio do nada, que às vezes brotam por aí.
http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cidade/2004/08/22/jorcid20040822002.html
19.8.04
Kim Brae Zília
A Coréia do Sul planeja mudar de capital. Tanto os motivos alegados - perigo de invasão e desenvolvimento do interior - quanto os inconfessos - se mudar pra longe desses estudantes e operários pentelhos, e ganhar uns trocados - são os mesmos de Brasília.
As diferenças? A credibilidade dos motivos alegados foi invertida, já que o "interior" da já industrializada Coréia não fica lá muito longe de Seul, mas o perigo de invasão é um pouquinho maior do que no Rio de Janeiro, afinal de contas o doido do Kim Jong Il tem nada menos do que um milhão de toneladas de explosivo convencional, em projetéis de artilharia, apontados para Seul. Os inconfessos tão no mesmo nível, qualquer um que já tenha assistido a algum noticiário de TV mostrando as passeatas coreanas pode lembrar da, hm, "energia" usada pelo batalhão de choque de lá. Com direito a mandar o cavalo escoicear os estudantes.
Uma diferença importante é que, ao contrário do Brasil ainda agrário de JK, construindo Brasília com cimento importado, levado de avião importado, comprado com dinheiro importado, a Coréia tem cimento e dinheiro próprios, e não precisa de avião porque já tem uma infraestrutura de transportes decente. Os 45bn da mudança não significam uma puta dívida externa, que nem Juscelino contraiu. Ainda é uma puta grana pra ser jogada fora desse jeito - ainda mais se, como sói acontecer em megaprojetos, ela dobrar ou triplicar, ou...o Big Dig de Boston, transformando a Perimetral deles em túnel, atrasou em duas décadas e custou cinco vezes a previsão. Canberra, a capital de mentira dos Australianos, só foi ficar pronta há uns poucos anos - três gerações de atraso. Se o problema são os engarrafamentos em Seul, com essa grana dá pra fazer quarenta linhas de metrô e estacionamentos subterrêaneos pra um milhão de carros.
Quem quiser dar uma olhada no site da Coréia, http://www.korea.net/News/Issues/issueView.asp?issue_no=42
As diferenças? A credibilidade dos motivos alegados foi invertida, já que o "interior" da já industrializada Coréia não fica lá muito longe de Seul, mas o perigo de invasão é um pouquinho maior do que no Rio de Janeiro, afinal de contas o doido do Kim Jong Il tem nada menos do que um milhão de toneladas de explosivo convencional, em projetéis de artilharia, apontados para Seul. Os inconfessos tão no mesmo nível, qualquer um que já tenha assistido a algum noticiário de TV mostrando as passeatas coreanas pode lembrar da, hm, "energia" usada pelo batalhão de choque de lá. Com direito a mandar o cavalo escoicear os estudantes.
Uma diferença importante é que, ao contrário do Brasil ainda agrário de JK, construindo Brasília com cimento importado, levado de avião importado, comprado com dinheiro importado, a Coréia tem cimento e dinheiro próprios, e não precisa de avião porque já tem uma infraestrutura de transportes decente. Os 45bn da mudança não significam uma puta dívida externa, que nem Juscelino contraiu. Ainda é uma puta grana pra ser jogada fora desse jeito - ainda mais se, como sói acontecer em megaprojetos, ela dobrar ou triplicar, ou...o Big Dig de Boston, transformando a Perimetral deles em túnel, atrasou em duas décadas e custou cinco vezes a previsão. Canberra, a capital de mentira dos Australianos, só foi ficar pronta há uns poucos anos - três gerações de atraso. Se o problema são os engarrafamentos em Seul, com essa grana dá pra fazer quarenta linhas de metrô e estacionamentos subterrêaneos pra um milhão de carros.
Quem quiser dar uma olhada no site da Coréia, http://www.korea.net/News/Issues/issueView.asp?issue_no=42
12.8.04
Mais pretensão
Dream of the Merchant
The air is very still, and smells of hemp and sweat. In an atmosphere that's brighter than it should be, a lamp hangs from the ceiling, a brass affair from whose beak you would expect a genie, not a flame and smoke, to come out. It reminds one of a movie, of that illumination which Hollywood calls darkness.
The man in front of you is fat. Not just fat - immense. Rolls of fat cascade from his neck, and his face stands out as if framed by fat, a small face in a huge head, with yellowish eyes and a coarse, sparse beard which reminds one of pubic hairs. You cannot see him in his entirety, or even his face, but only in glimpses and flashes, perhaps the light isn't as bright as it seemed to be, and it is thus impossible to judge his countenance, if he is angry or serene, joyful or sad.
He is sitting on top of a pile of rolled carpets, and dressed in a rich gown of silk. It is almost impossible, in the dim light (is it dim or not?), to know where the carpets end and his body starts, as if he were a spirit of the carpets, perhaps the genie who's not inside the brass lamp. It is not that which makes him grotesque, however, but his hands, which are fine and almost feminine, slim, impossibly long fingers tapering into short, manicured nails. They wave out of the folds and drapes of his robed arms, as if bearing no connection to the obese head and formless body, tracing figures in the dusty, smoky air.
The hands of merchants resemble their wares. These are not the rough hands of a merchant in rugs and carpets. They are too fine even for a slaver's hands, for a financier, for a dealer in music and illusion. What does the merchant sell, what does he buy? The hands wave, and their waving and weaving looks as if the air itself is a gross thing, which they touch but reluctantly as the long fingers create gestures redolent with meaning.
You cannot help but think souls would be too coarse for those hands
The air is very still, and smells of hemp and sweat. In an atmosphere that's brighter than it should be, a lamp hangs from the ceiling, a brass affair from whose beak you would expect a genie, not a flame and smoke, to come out. It reminds one of a movie, of that illumination which Hollywood calls darkness.
The man in front of you is fat. Not just fat - immense. Rolls of fat cascade from his neck, and his face stands out as if framed by fat, a small face in a huge head, with yellowish eyes and a coarse, sparse beard which reminds one of pubic hairs. You cannot see him in his entirety, or even his face, but only in glimpses and flashes, perhaps the light isn't as bright as it seemed to be, and it is thus impossible to judge his countenance, if he is angry or serene, joyful or sad.
He is sitting on top of a pile of rolled carpets, and dressed in a rich gown of silk. It is almost impossible, in the dim light (is it dim or not?), to know where the carpets end and his body starts, as if he were a spirit of the carpets, perhaps the genie who's not inside the brass lamp. It is not that which makes him grotesque, however, but his hands, which are fine and almost feminine, slim, impossibly long fingers tapering into short, manicured nails. They wave out of the folds and drapes of his robed arms, as if bearing no connection to the obese head and formless body, tracing figures in the dusty, smoky air.
The hands of merchants resemble their wares. These are not the rough hands of a merchant in rugs and carpets. They are too fine even for a slaver's hands, for a financier, for a dealer in music and illusion. What does the merchant sell, what does he buy? The hands wave, and their waving and weaving looks as if the air itself is a gross thing, which they touch but reluctantly as the long fingers create gestures redolent with meaning.
You cannot help but think souls would be too coarse for those hands
11.8.04
Repetida um número suficiente de vezes...
O Globo anuncia que a Prefeitura "admite" que a linha 4 do metrô (em sua encarnação micro) "não deve" ficar pronta antes do Pan.
E César explica - ela não era necessária para o mesmo. Só um adicional. Vem cá, se não é pr'essa porra desse Pan, eu quero meu dinheiro de volta. Ainda dá tempo.
Claro que essa admissão soa meio suspeita pra quem teve a pachorra de ler o bid book da candidatura às Olimpiadas. Lá está escrito, com todas as letras
Metro line 4 (Barra - Botafogo)
16 Km
2 ways
Start : 2006
End : 2009
Cost : US$ 760 million (45% state, 55% private)
Transformation of heavy rail to surface metro
227Km
2 ways
Start : 2005
End : 2011
Cost : US$ 768 million ( 66% federal, 28% state, 6% private)
Transpan Surface rail link
41Km
2 ways
Start : 2005
End : 2007 (1st phase) 2011 (2nd phase)
Cost : US$ 1.2 billion (70% city government, 30% private)
Olha que coisa. Segundo a própria prefeitura, não era pro minimetrô estar sendo construído pro Pan, e ano que vem vão estar disponíveis, além do bilhão pro Guggenheim, dois bilhões e meio pra fazer um trem de superfície ligando o Galeão à Barra e ao Santos Dumont. Vai passar por onde, esse trem de superfície? Por cima da Rio Branco?
E César explica - ela não era necessária para o mesmo. Só um adicional. Vem cá, se não é pr'essa porra desse Pan, eu quero meu dinheiro de volta. Ainda dá tempo.
Claro que essa admissão soa meio suspeita pra quem teve a pachorra de ler o bid book da candidatura às Olimpiadas. Lá está escrito, com todas as letras
Metro line 4 (Barra - Botafogo)
16 Km
2 ways
Start : 2006
End : 2009
Cost : US$ 760 million (45% state, 55% private)
Transformation of heavy rail to surface metro
227Km
2 ways
Start : 2005
End : 2011
Cost : US$ 768 million ( 66% federal, 28% state, 6% private)
Transpan Surface rail link
41Km
2 ways
Start : 2005
End : 2007 (1st phase) 2011 (2nd phase)
Cost : US$ 1.2 billion (70% city government, 30% private)
Olha que coisa. Segundo a própria prefeitura, não era pro minimetrô estar sendo construído pro Pan, e ano que vem vão estar disponíveis, além do bilhão pro Guggenheim, dois bilhões e meio pra fazer um trem de superfície ligando o Galeão à Barra e ao Santos Dumont. Vai passar por onde, esse trem de superfície? Por cima da Rio Branco?
Biblioteca Automóvel Clube II
Agora o factóide aumentou - o Automóvel Clube teria, em seus 3.000 metros quadrados, 500 mil títulos.
Bom, porque significa que é factóide mesmo. 166 títulos (sei lá, 170, 200 volumes?) por metro quadrado? E as pessoas vão ler em pé, ou sentadas nos dutos de ventilação? Fora que eu não sabia que o Arquivo da Cidade tava bem de vida assim, quanto mais pra agora emprestar meio milhãozinho. Aliás, esse meio milhão deve ser de atas notariais, porque o acervo de livros propriamente ditos do Arquivo tá em 12.000, mais 4.000 mapas e 45 mil fotografias, 4.500 documentos pictóricos (de cartão postal a pintura a óleo). O resto dos 4,5 milhões de documentos do acervo é de escrituras, cartas, atas e quevalhas. Importante pra caramba, mas não é livro.
Ah, a biblioteca vai, óbvio, ser uma maravilha da tecnologia da informação. No Mac, pelo menos, o site do Arquivo não funciona...
PS no PC ele funciona. Segundo o sítio, o Arquivo da Cidade possui onze (e não doze, como eu lembrava) mil títulos de livros, mais mil de periódicos.
'Xaver. Onze menos 500 dá quanto? Ah, pr'esses onze mil títulos, mais documentos diversos, o Acervo ocupa 5.602 metros quadrados.
Bom, porque significa que é factóide mesmo. 166 títulos (sei lá, 170, 200 volumes?) por metro quadrado? E as pessoas vão ler em pé, ou sentadas nos dutos de ventilação? Fora que eu não sabia que o Arquivo da Cidade tava bem de vida assim, quanto mais pra agora emprestar meio milhãozinho. Aliás, esse meio milhão deve ser de atas notariais, porque o acervo de livros propriamente ditos do Arquivo tá em 12.000, mais 4.000 mapas e 45 mil fotografias, 4.500 documentos pictóricos (de cartão postal a pintura a óleo). O resto dos 4,5 milhões de documentos do acervo é de escrituras, cartas, atas e quevalhas. Importante pra caramba, mas não é livro.
Ah, a biblioteca vai, óbvio, ser uma maravilha da tecnologia da informação. No Mac, pelo menos, o site do Arquivo não funciona...
PS no PC ele funciona. Segundo o sítio, o Arquivo da Cidade possui onze (e não doze, como eu lembrava) mil títulos de livros, mais mil de periódicos.
'Xaver. Onze menos 500 dá quanto? Ah, pr'esses onze mil títulos, mais documentos diversos, o Acervo ocupa 5.602 metros quadrados.
10.8.04
Bibliotecas
Aproveitando o mote da Biblioteca Automóvel Clube, e procrastinando um pouco, algumas bibliotecas de verdade, feias, bonitas e maisoumenos.
A biblioteca de Seattle, apelidada de "galinheiro"
http://www.bryanboyer.com/notes/2004-02-17.phtml
A biblioteca da Universidade de Santo Amaro, num galpão reformado
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura66.asp
A bilioteca Ste. Geneviève, e a sua "filha" melhor ainda, a velha Biblioteca Nacional francesa
http://www.rayleen.homestead.com/files/allegra_1.jpg
http://arch.ou.edu/arch/2423/Chapter%2023/Bibliotheque%20Nationale.jpg (ela e mais a nova, que também é o bicho, estão em www.bnf.fr
A British Library segue o mesmo conceito de "biblioteca de escola gigante" da Biblioteca do Estado do RJ. A diferença é que tem livros dentro, e que consegue ser mais feia ainda
http://www.publiclettering.org.uk/Images/BLY/BritLibr5.jpg
A biblioteca de Seattle, apelidada de "galinheiro"
http://www.bryanboyer.com/notes/2004-02-17.phtml
A biblioteca da Universidade de Santo Amaro, num galpão reformado
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura66.asp
A bilioteca Ste. Geneviève, e a sua "filha" melhor ainda, a velha Biblioteca Nacional francesa
http://www.rayleen.homestead.com/files/allegra_1.jpg
http://arch.ou.edu/arch/2423/Chapter%2023/Bibliotheque%20Nationale.jpg (ela e mais a nova, que também é o bicho, estão em www.bnf.fr
A British Library segue o mesmo conceito de "biblioteca de escola gigante" da Biblioteca do Estado do RJ. A diferença é que tem livros dentro, e que consegue ser mais feia ainda
http://www.publiclettering.org.uk/Images/BLY/BritLibr5.jpg
Piada de Mau Gosto
Eu sabia que o sistema de bibliotecas públicas do Rio era piada desde que tentei doar livros e recebi a informação de que não estavam interessados, tanto pelo email quanto pelo telefone da biblioteca de Botafogo. Agora essa é nova:
"Biblioteca Central
Em 2005, o Rio vai ganhar a sua Biblioteca Central. Ficará no antigo prédio do Automóvel Clube do Brasil, na Rua do Passeio.
Acerto feito entre Ricardo Macieira, secretário das Culturas, e Cesar Maia."
Pelo visto a desculpa de que não dá pra ter mais livro por falta de espaço vai continuar valendo.
Tô torcendo pra ser só um factóide. Porque senão vai ser humilhante, ter aquilo de biblioteca pública. Pior é que com uma fração da grana gasta em obras por aí dava pra fazer uma Biblioteca de verdade, grandona, fazer concurso de arquiteto e o caralho. E servindo de base pra rede de bibliotequinhas funcionar como rede de bibliotecas, ao invés de espaços comunitários meia-bomba. Ainda podia pôr na Presidente Vargas, só pra sacanear o Estado. (Já que a Biblioteca do Estado na mesma avanida é indigente, coitada.)
Pô, já que ele queria usar o projeto do Nouvel pro Guggenheim depois do museu ter sido banido (graças a Deus), faz uma biblioteca pública ali. Sei lá. Se é só pra dar algum uso pro prédio já comprado, põe aquilo pra ser centro de visitantes e restaurante, integrado ao Passeio Público. Assim os turistas não vão mais ter que subir até o nono (9º) andar do prédio da Cândido Mendes pra ser atendidos.
PS "Das Culturas" é dose.
"Biblioteca Central
Em 2005, o Rio vai ganhar a sua Biblioteca Central. Ficará no antigo prédio do Automóvel Clube do Brasil, na Rua do Passeio.
Acerto feito entre Ricardo Macieira, secretário das Culturas, e Cesar Maia."
Pelo visto a desculpa de que não dá pra ter mais livro por falta de espaço vai continuar valendo.
Tô torcendo pra ser só um factóide. Porque senão vai ser humilhante, ter aquilo de biblioteca pública. Pior é que com uma fração da grana gasta em obras por aí dava pra fazer uma Biblioteca de verdade, grandona, fazer concurso de arquiteto e o caralho. E servindo de base pra rede de bibliotequinhas funcionar como rede de bibliotecas, ao invés de espaços comunitários meia-bomba. Ainda podia pôr na Presidente Vargas, só pra sacanear o Estado. (Já que a Biblioteca do Estado na mesma avanida é indigente, coitada.)
Pô, já que ele queria usar o projeto do Nouvel pro Guggenheim depois do museu ter sido banido (graças a Deus), faz uma biblioteca pública ali. Sei lá. Se é só pra dar algum uso pro prédio já comprado, põe aquilo pra ser centro de visitantes e restaurante, integrado ao Passeio Público. Assim os turistas não vão mais ter que subir até o nono (9º) andar do prédio da Cândido Mendes pra ser atendidos.
PS "Das Culturas" é dose.
8.8.04
Mais novas da velha catástrofe
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/noticias/gd060804.htm
"Comparando os investimentos do Ministério da Educação entre 1995 e 2002, na gestão Fernando Henrique Cardoso, o estudo aponta uma diminuição de 81,45% nos valores atualizados."
A explicação, como sempre, é o superávit primário, conteção de gastos, etc. Mas no mesmo período a dívida aumentou 129%, os repasses às prefeituras e câmaras para custeio algo por volta de 240%, foram vendidas quase todas as estatais, um valor de dúzias de bilhões, depois de saneadas e a preço de banana - e o superávit só foi aparecer já em 99. FH conseguiu transcender a própria teoria; da avaliação de que os governos nacionais são irrelevantes no capitalismo tardio, partiu para trabalhar com um afinco a favor do capitalismo monopolista que este nunca havia sonhado ver. Nem com o Menem.
Outra notícia interessante de hoje vem no caderno zona norte d'O Globo. Quer dizer, na prática é só um factóide : planos da Associação Comercial de Bonsucesso, junto com a COPPE, pra elevar a linha do trem da Leopoldina, eliminando o muro - e, com ele, o "lado bom" e "lado ruim." Plano que a Supervia, como boa concessionária privatizada, acha horrível (vai que eles tenham que gastar algum dinheiro ao invés de só ganhar), e que nenhuma ôtoridade se prontificou a patrocinar, apesar de ser muito mais barato que o minimetrô. É interessante mais pela dúvida, não respondida pelo Google, sobre a natureza do sistema proposto. O Globo chama de monotrilho, mas pode muito bem ser que eles estejam chamando de monotrilho um trem elevado. A diferença é que o monotrilho interfere menos na paisagem, mas é mais caro e tem um número máximo de passageiros menor. Ora, interferir na paisagem, quando a paisagem atual é uma linha de trem de superfície, não parece um grande problema.
Claro que, no sonho, elevam (ou mesmo enterram) todas as linhas de trem, e ainda fazem um monorail em cima da Av. Brasil. E aí eu ganho um pônei.
PS - Procurando pelo monotrilho da Leopoldina, achei isso aqui, que parece interessante:
http://www.andken.blogspot.com/
Mais tarde hoje tenho que acabar o textículo sobre os rednecks.
"Comparando os investimentos do Ministério da Educação entre 1995 e 2002, na gestão Fernando Henrique Cardoso, o estudo aponta uma diminuição de 81,45% nos valores atualizados."
A explicação, como sempre, é o superávit primário, conteção de gastos, etc. Mas no mesmo período a dívida aumentou 129%, os repasses às prefeituras e câmaras para custeio algo por volta de 240%, foram vendidas quase todas as estatais, um valor de dúzias de bilhões, depois de saneadas e a preço de banana - e o superávit só foi aparecer já em 99. FH conseguiu transcender a própria teoria; da avaliação de que os governos nacionais são irrelevantes no capitalismo tardio, partiu para trabalhar com um afinco a favor do capitalismo monopolista que este nunca havia sonhado ver. Nem com o Menem.
Outra notícia interessante de hoje vem no caderno zona norte d'O Globo. Quer dizer, na prática é só um factóide : planos da Associação Comercial de Bonsucesso, junto com a COPPE, pra elevar a linha do trem da Leopoldina, eliminando o muro - e, com ele, o "lado bom" e "lado ruim." Plano que a Supervia, como boa concessionária privatizada, acha horrível (vai que eles tenham que gastar algum dinheiro ao invés de só ganhar), e que nenhuma ôtoridade se prontificou a patrocinar, apesar de ser muito mais barato que o minimetrô. É interessante mais pela dúvida, não respondida pelo Google, sobre a natureza do sistema proposto. O Globo chama de monotrilho, mas pode muito bem ser que eles estejam chamando de monotrilho um trem elevado. A diferença é que o monotrilho interfere menos na paisagem, mas é mais caro e tem um número máximo de passageiros menor. Ora, interferir na paisagem, quando a paisagem atual é uma linha de trem de superfície, não parece um grande problema.
Claro que, no sonho, elevam (ou mesmo enterram) todas as linhas de trem, e ainda fazem um monorail em cima da Av. Brasil. E aí eu ganho um pônei.
PS - Procurando pelo monotrilho da Leopoldina, achei isso aqui, que parece interessante:
http://www.andken.blogspot.com/
Mais tarde hoje tenho que acabar o textículo sobre os rednecks.
2.8.04
Bin Laaden - Meinhof
What the porra? A Al Qaeda planeja atacar o FMI?
Depois dessa, dá pra acreditar que a "Al Qaeda" tá mais pra paranóia delirante do que pra realidade. (Paranóia ou conspiração malévola, o que preferirem). É como se eles tivessem confundido os bandidos.
E eu que achava que era só esquerdinha raivoso que confundia Che Guevara e Ozzie Bin.
Esteja bem entendido, há várias coisas diferentes que podem ser chamadas de Al Qaeda. A que não existe direito é a superorganização, ênfase em organização, terrorista, que funcionaria como uma espécie de CIA do mal.(sic) Al Qaeda como grife, Al Qaeda como organização de fomento à prática da demonstração política de alto poder explosivo, Al Qaeda como núcleo árabe dentro da Talibã, tá.
Depois dessa, dá pra acreditar que a "Al Qaeda" tá mais pra paranóia delirante do que pra realidade. (Paranóia ou conspiração malévola, o que preferirem). É como se eles tivessem confundido os bandidos.
E eu que achava que era só esquerdinha raivoso que confundia Che Guevara e Ozzie Bin.
Esteja bem entendido, há várias coisas diferentes que podem ser chamadas de Al Qaeda. A que não existe direito é a superorganização, ênfase em organização, terrorista, que funcionaria como uma espécie de CIA do mal.(sic) Al Qaeda como grife, Al Qaeda como organização de fomento à prática da demonstração política de alto poder explosivo, Al Qaeda como núcleo árabe dentro da Talibã, tá.
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