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30.6.14

Gaiola Dourada II, a revanche redux

Mais atualização: saiu a maquete da nova Alerj.





Nova atualização nas crônicas de duas mortes anunciadas:

A ALERJ já divulgou o projeto da sua nova e milionária sede na Cidade Nova. (Sim, a Câmara E a ALERJ tão se mudando.) É um bunker com uma "praça cívica" isolada do povo em cima junto com um espigão genérico (parece pastiche dos do Banco Central). O povo poderia, glória a Deus!, assistir os procedimentos num telão.

E, claro, assim como a Gaiola Dourada, o Palácio Tiradentes vai virar museu de si mesmo. Nossos políticos devem se achar muito interessantes pra merecerem tantos museus de si.

Atualização, de novo:

Já está fechado o acordo, a Câmara vai pra Cidade Nova, a nova sede custará centenas de milhões.  Só a área custou quase 70.  Tá rica, essa Câmara do Rio de Janeiro.


ATUALIZAÇÃO

E lá se vão os vereadores, rumo à nova Gaiola Dourada.

Curioso que os vereadores de partidos de esquerda, que deveriam se preocupar com o desmonte das relações do povo com a Cinelândia - e aí incluo PT, PSoL, e PDT, que todos usaram muito a praça - ficaram mudos ou (no caso do Eliomar e Cinco) participaram ativamente do processo de nomadismo.

O post que se segue é de 27 de Abril de 2010 - de outra legislatura municipal, portanto.

A câmara municipal do Rio de Janeiro ganhou, quando construída, o apelido de "gaiola dourada," porque custou algo como quatro vezes o preço de seu vizinho Theatro Municipal. Está superlotada apenas porque há assessores demais, mas mesmo assim o preço do prédio vizinho alugado é relativamente baixo, e situa-se em localização conveniente tanto para suas excelenças quanto para o povão. (A praça da Cinelândia, em frente, é local favorito para carros de som e manifestações.)

Pois bem, tem vereador espertinho falando em mudar a câmara de vereadores para a Zona Portuária. Além da mágica palavra "revitalização," a alegação é de que, com isso, a gaiola dourada viraria um museu da cidade. Noves fora que a prefeitura já tem um espaço perfeitamente adequado para transformar em museu da cidade, para o qual até o projeto já foi feito, que é o Cassino da Urca.

Imagino que uma das características mais importantes do novo prédio seria uma garagem integrada e nenhuma praça na frente, dando aos vereadores a privacidade de não ter que se constranger por manifestações populares...

Achava que o caso tivesse morrido. Pois qual não foi minha surpresa ao constatar que segue firme e forte.

Não confundir, por favor, com a idéia similar esposada pela Assembléia Legislativa estadual, que queria ir para o prédio da Bolsa (o mais caro da cidade), chegou a decretar desapropriação, e agora pretende, como a Câmara, ir para algum lugar na Zona Portuária.

A necessidade de errar, o wanderlust, é um traço admirável. Pena que, no caso dos vereadores e deputados do Rio, saia um pouco caro...

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