O príncipe, na verdade, foi um ingênuo. Para ele, a opção a mujiques famintos e maltrapilhos eram mujiques gordos e felizes. As grandes desapropriações de áreas urbanas, seja em meio a processos de "revitalização" ou para a sacrossantíssima infraestrutura, e as justificativas dadas para elas, mostram que os governantes e a classe "média" preferem é não ver mujique nenhum.
Do Valor Econômico de hoje:
O porto de Santos prepara-se para oferecer mais quatro berços para operação de navios de contêineres, o que representará acréscimo de cerca de um milhão de Teus (sigla em inglês para unidades de 20 pés) à sua atual capacidade de três milhões. Em 2007, o porto movimentou 2,5 milhões dessas unidades, com expectativa de crescimento de 3% este ano. Os investimentos em infra-estrutura para deixar o local em condições de licitação são de US$ US$ 515 milhões.
O projeto prevê a desocupação de uma área total 541 mil m2, ocupadas por favelas, e a transferência de 2,5 mil famílias do local. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e a prefeitura de Guarujá assinaram um acordo nesse sentido. Esta operação contará com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da ordem de R$ 107 milhões, por meio de convênio com a Caixa Econômica Federal.
As áreas denominadas de Prainha e Conceiçãozinha chegam até o estuário de Santos e provocam impacto negativo à navegação internacional e turística, pela sua extrema precariedade. Elas são vizinhas, respectivamente, do Terminal de Exportação de Veículos (TEV) da Santos Brasil, que detém o maior volume de operações conteinerizadas do país, e da Cargill, que opera com granéis sólidos. O mercado de contêineres em Santos, que inclui a margem esquerda, pelo lado de Guarujá, é disputado, pelo menos por mais três empresas: Libra, Tecondi e Rodrimar.
Há negociações no sentido de levar as famílias transferidas para o Parque da Montanha, no Distrito de Vicente de Carvalho, que contará com casas novas de alvenaria. De forma concomitante, a Codesp se propõe a repassar ao município outra área, fora da zona portuária, por onde passa a linha de transmissão de energia elétrica da usina de Itatinga (Bertioga) ao porto. A área será aterrada e posta em condições para receber edificações.
Um comentário:
Me surpreendeu saber, pelo link, que a Argentina também tem as suas Barras da Tijuca e suas Alphavilles.
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