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10.9.14

A guerra ideológica de Haddad

O texto não é meu, tirei de um tópico no Skyscrapercity, mas curti. Sobre as críticas ao jeito improvisado e muitas vezes falho das ciclovias sendo construídas em São Paulo:

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=117241922#post117241922




O improviso era esperado, e ele existe porque na verdade a prefeitura está numa corrida contra o tempo. Uma corrida ideológica. 


E nessa corrida, o resultado só pode ser assim nas coxas mesmo.


Explico:

1 - Existe uma ideologia cultural forte em São Paulo completamente anti-bicicleta, anti-pedestre, anti-tudo que não seja colocar o automóvel em um pedestal. 

2 - Qualquer outro político de São Paulo que não seja da esquerda petista ou pior, não vai fazer belas ciclovias permanentes, bem projetadas, tirando para sempre o espaço dos carros. Na verdade NÃO-VAI-FAZER-CICLOVIA-NENHUMA.

No máximo, como era a política até então, ciclofaixas DE LAZER, pois "bicicleta é somente lazer excêntrico de fim de semana. Dia-dia é carro, pois faz calor, tem ladeira e blablabla".


3 - Então a corrida contra o tempo é DAR O DIREITO A LOCOMOÇÃO POR BICICLETAS NA MAIOR EXTENSÃO POSSÍVEL, para que uma parte da população SE APOSSE DESSE DIREITO, de forma que depois ninguém consiga tirar dela.


A meta é entregar logo esses 400 km de ciclovias para que a próxima gestão seja obrigada a cuidar delas (apesar dos protestos dos super-coxinhas que vão querer a remoção da maioria). 

Se a meta fosse fazer bem feito apenas 20 km de ciclovia, podem ter certeza que em 2020, ao final da gestão seguinte (que não será a do Haddad), sabem quantos km de ciclovia existiram? OS MESMOS 20 KM, APENAS. 

(Salvo uma ou outra ciclovia criada por IMPOSIÇÃO contrária ao velho interesse ideológico, por compensação ambiental, como a ciclovia sob os monotrilhos. Imposição, não iniciativa)


Eu aprovo essa medida pois é uma guerra contra a ideologia atrasada dominante. E entendendo isso, acho até que a maior parte da crítica é muita frescura e exigência demais.

Andei nas ciclovias do centro e achei elas o suficiente, o suficiente para eu me locomover sem ser atropelado. É isso o que importa.

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Obviamente essa guerra não será vencida por completo, afinal, a ideologia "only-carro" de São Paulo é defendida por grande parte da população, pela imprensa, por políticos tradicionais.

Porém é certo que na próxima gestão, dos 400 km de ciclovia, a maior parte vai permanecer. Isso é muito. São literalmente "50 anos em 5" para o mundo ciclístico em São Paulo, coisa que jamais iria acontecer em décadas de outras gestões.