Depois de alegar que um submarino de setenta metros não cabe num dique de 200, agora a Marinha diz, pra defender a decisão do Nelson Jobim, que
Quanto ao aspecto apresentado como curioso, de a França não empregar o Scorpène, de fato, não só a França, mas nenhum dos países ocidentais que operam submarinos de propulsão nuclear, como os Estados Unidos, o Reino Unido, a própria França e a Rússia, empregam submarinos convencionais. Apenas a China opera ambos os tipos de submarinos.
Mais uma vez, a afirmativa passa do campo da discussão pro da ópera bufa. Bisoiando na internet, em cinco minutos se descobre que a Rússia opera 18 submarinos convencionais da classe Kilo e está preparando outra classe convencional.
Vamos deixar de lado a China, já mencionada por eles e que pode-se dizer que opera submarinos convencionais porque são mais baratos. A Rússia, mesmo enquanto potência mundial, continuou se dedicando a fazer submarinos convencionais, ao contrário dos membros ocidentais do clube dos cinco. Por que isso? Ou, melhor dizendo, por que os outros só usam submarinos nucleares? Afinal, ao contrário do Brasil, alguma estratégia militar eles têm pra justificar isso, e não só "urrú, vou compensar o tamanho minúsculo do meu pênis."
Submarinos têm quatro usos possíveis. Dois podem ser cumpridos por submarinos diesel-elétricos melhor do que por um nuclear, um pode ser cumprido melhor por um nuclear, e um exclusivamente por submarinos nucleares. São eles, pela ordem acima: atacar navios mercantes, atacar navios de superfície inimigos, caçar submarinos de mísseis balísticos, e carregar mísseis balísticos.
Isso porque submarinos convencionais podem desligar o gerador diesel e usar só a bateria para operar, e assim são - além de mais baratos - muito mais silenciosos quando em estado de alerta. Um submarino nuclear não pode desligar o reator, senão explode. Mas o submarino balístico, que tem que ficar literalmente meses a fio submerso, pra ser perdido pelos inimigos até quanto ao oceano em que está, tem que ser nuclear. E pra caçar um submarino nuclear, você precisa de outro, até porque um submarino nuclear consegue correr bem mais rápido do que um convencional.
Resumindo, como eu já disse no último post sobre isso: a única coisa que faz com que um submarino nuclear seja uma boa idéia é para uma guerra nuclear.
No caso dos EUA, com um orçamento militar do tamanho do PIB da Argentina e com dúzias de submarinos balísticos/caça-balísticos, simplesmente ficou mais fácil usar os submarinos caça-balísticos também pros primeiros dois papéis. Aliás, a superoferta de grana deles é tão grande que até usando caríssimos submarinos balísticos como baterias de tomahawks eles tão - um papel que qualquer bote com meia dúzia de tubos em cima poderia desempenhar.
No caso da dobradinha Marianne-Britannia, pode-se ver que os submarinos deles são todos dedicados ao fim do mundo da guerra nuclear. Não servem pra o que seria a função de um submarino brasileiro, a defesa ou ataque costeiros. Por isso que eles só têm os nucleares. Enquanto isso, a Rússia prevê defesa costeira e ataque ao comércio estrangeiro com submarinos - ergo, possui e desenvolve submarinos convencionais.
Claro que tudo isso é acadêmico, já que nada do que a Marinha está comprando tem serventia prática, assim como não a têm os Rafales que a Força Aérea quer comprar. Enquanto isso, o Brasil continua sem ter os navios-patrulha e radares necessários para vigiar direito a costa contra pescadores ilegais, navios mercantes que soltam óleo, o tráfico e contrabando ribeirinhos na Amazônia, e outras coisas realmente úteis para a sociedade. Porque isso não rende tanta grana sem licitação, nem compensa o micropênis.
Enfim, nada que mude a história das gloriosas forças armadas brasileiras.
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Só eu que sou burro? Porque um catamarã rápido, do tipo que é usado em pencas de lugares mundo afora, carregando carros e passageiros, faria o serviço centro do Rio - Angra em duas horas (parada na Barra da Tijuca nos primeiros 20 minutos), e Santos-Ubatuba em duas horas e meia (parada em Ilhabela aos 105 minutos). Enquanto isso, as classes média e alta paulistana e carioca se apinham em engarrafamentos de mais de quatro horas (Rio-Angra) ou até dez horas (SP-Ubatuba).
Acho que mesmo só Santos Dumont-Barra da Tijuca em 25 minutos, com um menos rápirdo, ia fazer sucesso. Ou dois pontos na Barra; um no Jardim Oceânico aos vinte e cinco minutos e outro no Recreio aos quarenta e cinco. Quem vai, hoje em dia, do Recreio ao Centro em três quartos de hora?
6 comentários:
Ei, Ilha Bela fica ao Sul de Ubatuba. E o problema de Ubatuba é que a cidade em si é pequena, na prática você tem um conjunto de vilas distribuídas de forma esparsa. É um local que exige carro, de certa forma.
Sim, Ilha Bela fica ao sul de Ubatuba - ou seja, entre esta e Santos, e por isso seria uma parada da barca Santos-Ubatuba.
E a idéia é que exija carro mesmo - mencionei um catamarã com espaço pra carros além de passageiros. O tamanho mais comum presses catamarãs rápidos parece ser o 200 carros de passeio + 750 cadeiras de passageiros. (Ie espaço pra todos os ocupantes dos carros irem sentados fora deles.)
Ah, pensei que a barca fosse até Ubatuba. Coisas de quem lê rápido. Mas não sei se de carro compensaria economicamente. O AutoTrain da Amtrak(E outros serviços similares) não fazem tanto sucesso assim, faz?
Além do mais, creio que pouca gente faça o percurso do Rio até Santos.
Pera, André. Confundindo tudo.
Tô falando de duas linhas completamente separadas.
1. Santos - Ilhabela - Ubatuba. Tempo total de translado 150 minutos.
2. Rio de Janeiro - Barra da Tijuca - Angra dos Reis. Tempo total de translado 120 minutos.
thuin, concordo com tudo, exceto pela parte do rafale. venhamos e convenhamos, defesa aérea avançada para um país do tamanho do brasil não é luxo. fôssemos do tamanho do uruguai, de fato, qualquer esquadrão de tucanos fazem o serviço.
além do mais, mesmo os f-5 e os mirage 2000 dando pro gasto, são aviões que têm, por baixo, 25 anos de idade. sempre existe o risco de a turbina de um bicho desses saltar fora quando quebrasse a barreira do som. acho que não é necessário tanto alarde assim sobre a compra de caças de superioridade aérea.
a parte dos submarinos me fez lembrar um clássico do cinema mundial: "das boot". :P
Thuin
De fato deveríamos ter dúzias de navios patrulha, não só no mar quanto nos rios. Seriam fabricados todos aqui e seriam baratos.
Acho que o submarino nuclear é só uma maneira de mostrar "olha nos podemos".
Quanto aos jatos tb acho que deveríamos fabricá-los aqui. Assim como um avião cargueiro maior que este que só pega 19 ton.
Mas nada que meta mais medo que um lançador de satélites.
Depois dele só precisaríamos dos barcos patrulha e dos Tucanos mais os Hindi.
Os EEUU tb tem subs convencionais.
João da Luz
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